Acusados de crimes contra a mulher serão julgados em Pedreiras
A juíza Claudilene Morais de Oliveira preside, na próxima semana, na 3ª Vara de Pedreiras, duas sessões do Tribunal do Júri. Na pauta, crimes de tentativa de feminicídio e feminicídio consumado, em sessões que ocorrerão nos dias 29 e 30, no Fórum de Pedreiras. Na sessão do dia 29, o réu será Keoma Kácio Frazão Lima Ferreira, acusado de ter ameaçado e tentado matar, a golpes de faca, Luana Reis da Silva. Os dois, denunciado e vítima, tiveram um relacionamento amoroso, mas estavam separados.
Narra a denúncia que, em 11 de novembro de 2019, por volta das 13h30, próximo do bar do Denor, na rua Maneco Rego, sede de Pedreiras, Keoma Kácio teria tentado contra a vida de Luana, por razões da condição de sexo feminino desta, não obtendo êxito por circunstância alheia à sua vontade. Ele descumpriu medida protetiva anteriormente deferida em benefício da vítima. Consta dos autos que a vítima manteve relacionamento amoroso com o denunciado por um ano. Segue relatando que, no dia do fato, a vítima, mesmo beneficiária de medida protetiva de urgência, recebeu diversas ligações telefônicas e mensagens originadas do denunciado, que pretendia com ela encontrar-se.
Ela resolveum então atender o telefone e negou os pedidos do acusado, quando foi ameaçada de morte por Keoma, bem como sua filha. Diante do acontecido, resolveu a vítima, que estava na companhia de uma amiga, buscar sua filha na escola ‘Branca de Neve’. Pegou então sua motocicleta e, ainda na companhia da amiga, trafegava em via pública, quando, passando pela Rua Maneco Rego, próximo ao bar do Denor, nas proximidades da Praça do Jardim, foi abordada pelo denunciado, que na garupa de um mototáxi, determinou Luana parasse a motocicleta.
Surpreendida, a vítima parou, desligou a moto em uma calçada para, em seguida, tentar correr das investidas do homem. Ato contínuo, ele empurrou a amiga de Luana e sacou uma faca, tentando golpeá-la. Ao tentar fugir, Luana caiu, momento em que foi tingida algumas vezes pelo ex. Com a vítima ferida, a amiga, de nome Raimunda, pediu ajuda e, com a chegada de populares, o denunciado fugiu do local sem consumar seu intento. O motivo, segundo ele, foi o fato de não aceitar a separação.
FEMINICÍDIO CONSUMADO
Na sessão do dia 30, o réu será Carlos Germano Oliveira de Sousa, acusado de ter matado Elizalva da Conceição Silva. Relata o processo que, em 28 de junho de 2020, por volta das 19h, no Loteamento Tavinho, em Trizidela do Vale, o denunciado teria cometido o crime mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, em razão do sexo feminino, em clara situação característica de violência doméstica e familiar, em menosprezo à condição de mulher. Consta dos autos que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com o denunciado há um ano e que, na data citada acima, ela sairia com amigas para beber, o que teria deixado o homem insatisfeito. Nesse instante, ele teria ido até a cozinha buscar uma faca.
O homem teria atingido a vítima de surpresa, quando ela saía do banheiro, ainda enrolada em uma toalha. O crime foi cometido na frente da filha de Elizalva. Destaca a denúncia que a mulher foi atingida com 16 golpes. Mesmo com a presença de pessoas na porta da casa, o denunciado não encerrou a empreitada criminosa, findando o ato apenas com a certeza de que a mulher estava morta. O fato foi comunicado à polícia, que localizou o acusado, ainda com a faca usada no assassinato. Em depoimento, o denunciado disse que matou a vítima porque estava sendo traído, tentando justificar sua atitude.