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Jornada Pedagógica sobre Educação do Campo e Quilombola alcança milhares de educadores

A Jornada Pedagógica da Educação do Campo e Educação Quilombola, promovida pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio da Supervisão das Modalidades e Diversidades Educacionais, terminou na quinta-feira (17) com um saldo de milhares de docentes alcançados pela formação. 

A ação teve como objetivo promover a formação de educadores nas modalidades Educação do Campo e Educação Quilombola para que eles possam fomentar as melhorias das condições de acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes em suas comunidades, proporcionando qualidade de vida e cidadania a essas populações do campo.

Foram mais de 30 mil visualizações em nove palestras ocorridas entre os dias 9 e 17 deste mês. As palestras trouxeram temáticas voltadas para as mais diversas áreas da prática educativa, como: “Ensino Híbrido e o uso das Metodologias Ativas na educação do campo”, “Os Pilares da Pedagogia da Alternância e seus instrumentos pedagógicos nos espaços formativos”, entre outros.

O encerramento, na quinta-feira (17), contou a participação da mineira Neltinha Oliveira, monitora da Escola Familiar Agrícola de Veredinha, Minas Gerais, que trouxe músicas para falar das lutas dos povos quilombolas e do homem do campo. 

A palestra, que marcou o encerramento da formação continuada, foi proferida pelo professor/doutor João Batista Begnami que, entre outras formações, é especialista em Pedagogia da Alternância, mestre em Ciências da Educação – Formação e Desenvolvimento Sustentável. Ele também é assessor pedagógico da Associação Mineira das Escolas Família Agrícola, de Minas Gerais. 

O palestrante trouxe o tema: “A Alternância – uma pedagogia das relações humanas e práxis Educativa”. João Begnami começou sua fala com um exemplo de uma escola cearense que, nos últimos anos, está entre as escolas brasileiras com melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), mesmo sem a estrutura física adequada, mas com uma equipe educacional coesa que entendeu a necessidade da qualificação, do olhar para as comunidades dentro e fora da escola, e manter uma relação próxima, de acolhimento e de valorização do ser humano.

“Eu gosto de contar essa história porque ela ilustra bem esse tema das relações humanas. Quando a gente pensa em educação, nós pensamos apenas em prédios bonitos, bem equipados. Nós pensamos em estrutura, em coisas, e nos esquecemos o ser humano. Quando nós estamos falando em relações humanas, esse é o ponto chave. É importante entendermos como é que nós estamos investindo em nós mesmos – enquanto equipe, enquanto equipe de gestão, enquanto equipe de educadores? Como é o nosso grupo de alunos dentro da escola? Como é a nossa relação com as famílias, com o entorno da escola, das comunidades? Entender isso é fundamental para a práxis educativa”, pontuou o professor João Begnami. 

Na palestra formativa, foram abordados subtemas como “O Perfil do Educador do Campo e a Alternância”; “Conceitos da Pedagogia da Alternância”; “Pressupostos da Pedagogia da Alternância”; “Chaves de compreensão dos CEEFAs, das Escolas do Campo e Quilombola”; e “Princípios da Pedagogia da Alternância – Destaque para as Mediações Didáticas de animação da vida de grupo e de articulação escola-família-comunidade”. Também lançou o questionamento sobre “Como manter a relação educador/estudante, escola-família e comunidade em tempos de pandemia?”. 

A professora Olga Oliveira, da Escola Família Rural de Bacabal, que mediou a palestra, destacou resultados positivos da Educação no Campo no Maranhão. “Aqui no Maranhão nós temos essa realidade. Eu trabalho na Casa Familiar Rural de Zé Doca e lá nós temos excelentes resultados. É uma escola sem a estrutura adequada, agora que está sendo construída a nossa sede, mas nós temos resultados maravilhosos, temos alunos na universidade, alunos que são empreendedores, alunos que estão no campo produzindo com qualidade e gerando renda para suas famílias, e entre tantos outras CFRs”, destacou a professora. Para os participantes, que interagiram pelo Chat, a formação foi muito positiva e enriquecedora.

“Foi uma formação muito rica e que veio para somar e contribuir com mais saberes e experiências para nossa prática na Pedagogia da Alternância. Parabéns e gratidão à Seduc, União das Associações das Escolas Famílias Agrícolas do Maranhão, à UAEFAMA, URES e palestrantes”, disse a professora Josenalva Castro Ribeiro Pereira.

“O que esperamos é que estas ações sejam efetivadas em prol da Educação do Campo trabalhadas nos CEFFAS do Maranhão”, pontuou o professor Fernando Antônio. 

Para o professor Jocenilson Costa, supervisor das Modalidades e Diversidades Educacionais, a ação formativa teve um resultado muito positivo dentro da proposta de consolidação do desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes, no intuito de ofertar qualidade social e de ensino dentro das perspectivas da Educação do Campo e Educação Escolar Quilombola.

“Tivemos uma semana de atividades muito produtiva e muito positiva, com participação efetiva dos educadores da rede estadual e de outros estados, que observamos durante as palestras. Esse retorno significa, para nós, que o caminho para se fazer educação de qualidade é esse, é dar instrumento e suporte ao professor, o suporte pedagógico para que ele possa fazer o melhor, inclusive nesse cenário que estamos imersos. Tivemos palestras com grandes nomes do cenário nacional da educação, a exemplo do professor João Begnami, que somou conosco para que a ação tivesse sucesso. Todos trouxeram contribuições profícuas para o trabalho e que certamente conseguiremos avançar a partir disso”, destacou o professor Jocenilson Costa.