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Com 13º salário à vista, famílias aliviam dívidas em setembro e se preparam para novo ciclo de consumo

Antecipação das parcelas ajuda consumidores a reduzir dívidas em meio a sinais de recuperação do varejo nacional

Nos últimos meses do ano, a expectativa pelo 13º salário é uma das prioridades para os trabalhadores brasileiros. O governo, inclusive, anunciou a antecipação das parcelas: os pagamentos estão programados para 28 de novembro e 19 de dezembro, já que as datas originais coincidiam com finais de semana.

Para especialistas, esse cenário deve trazer um alívio extra nas dívidas dos brasileiros, que já apresentavam sinais de redução. De acordo com o Índice de Inadimplência desenvolvido pelo Meu Crediário, o número de consumidores com dívidas no varejo caiu de 8,45% em agosto para 8,16% em setembro.

Dados mostram tendência de queda na inadimplência

A inadimplência no varejo brasileiro apresentou oscilações entre setembro de 2024 e setembro de 2025. Após atingir 6,86% no ano passado, o índice se manteve abaixo de 8% até fevereiro de 2025.

A partir de março, porém, houve um aumento, chegando ao pico de 9,70% em junho. Especialistas apontam que fatores sazonais e a pressão econômica geral no país podem ter contribuído para essa alta.

Nos meses seguintes, o índice recuou gradualmente, mostrando uma reação do mercado e do consumidor após o auge das dívidas. Em setembro de 2025, a inadimplência ficou em 8,16%, o menor valor desde fevereiro.

O movimento indica que o varejo caminha para maior previsibilidade nas finanças dos consumidores. Ainda assim, analistas ressaltam que políticas de crédito mais cautelosas podem ajudar a manter o índice sob controle.

Regiões e setores mais afetados pelas dívidas

Segundo o índice do Meu Crediário, o Sudeste segue como a região mais impactada, alcançando 9,92% em setembro. A concentração de grandes centros urbanos e a elevada circulação de crédito contribuem para esse resultado, acima da média nacional.

Em seguida vêm o Norte, com 8,82%, e o Nordeste, com 8,62%. Desigualdade de renda e condições econômicas locais influenciam diretamente o comportamento do consumidor nessas regiões.

Entre os setores, roupas e calçados lideram a inadimplência, com 9,45%. O dado mostra que categorias voltadas ao consumo imediato apresentam maior risco de atraso nos pagamentos.

Em comparação, móveis e eletrodomésticos registraram 6,38%, enquanto o setor de óticas ficou em 7,16%. Setores que demandam planejamento financeiro ou compras mais programadas apresentam índices menores, conforme os resultados do índice.

Perfil dos brasileiros endividados

O perfil dos endividados também revela diferenças entre gêneros. Em setembro, os homens registraram uma inadimplência de 9,97%, enquanto as mulheres ficaram em 7,57%, indicando maior propensão a atrasos entre o público masculino.

A faixa etária é outro fator determinante. Os jovens concentram o maior risco de inadimplência, com 14,91% entre 18 e 25 anos e 11,21% entre 26 e 35 anos.

A partir dessa faixa, os índices caem de forma consistente, chegando a 4,76% entre os maiores de 66 anos. Esse comportamento revela a importância da experiência e do planejamento financeiro para manter maior controle das finanças.

No conjunto da análise, o cenário indica que, apesar das oscilações, o varejo brasileiro apresenta sinais de estabilização. Para os lojistas, o monitoramento constante pode contribuir para manter essa tendência de queda e evitar que os consumidores se endividem novamente.