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Experiências para quem quer desacelerar sem sair do Brasil

Estrada de Ferro Vitória-Minas e Serra Verde Express revelam paisagens únicas

No Brasil, é possível encontrar alternativas de deslocamento que favorecem um ritmo mais humano. Rotas de trem, caminhadas por trilhas históricas, travessias de barco e até pedaladas revelam paisagens e modos de vida pouco visíveis pelas rotas tradicionais.

O trajeto entre Minas Gerais e o Espírito Santo, por exemplo, feito pela Estrada de Ferro Vitória-Minas, é uma dessas jornadas que mostram que o tempo da contemplação ainda existe. Pensando nisso, uma hospedagem em Vitória pode ser o ponto de partida ou de chegada para algo muito maior do que um simples deslocamento.

O que se vive ao embarcar na Serra Verde Express (PR)

Ao embarcar na Serra Verde Express, o viajante é levado de Curitiba a Morretes, passando pela bela Serra do Mar paranaense. O trajeto inclui paradas em pontos estratégicos, como a Estação Marumbi, onde é possível contemplar a rica vegetação da mata atlântica.

A experiência é enriquecida por pontes e túneis históricos, como a Ponte São João e o Túnel do Marumbi, que contam histórias do passado ferroviário do Brasil. Da janela do vagão, a visão da densa floresta oferece uma sensação de imersão na natureza, combinando paisagem, história e memória ferroviária.

Além disso, a Serra Verde Express proporciona um passeio que vai além do visual. A sensação de movimento, ao passar pelas curvas sinuosas da Serra do Mar, e os sons característicos da ferrovia despertam uma conexão profunda com o ambiente.

Por dentro da Estrada de Ferro Vitória-Minas (MG/ES)

A Estrada de Ferro Vitória-Minas conecta Belo Horizonte a Vitória em um percurso de 664 km, revelando paisagens de serras, rios e pequenas cidades ao longo do caminho. O viajante pode observar o cotidiano das pessoas que vivem às margens dos trilhos, uma visão que oferece um retrato autêntico da vida no interior do Brasil.

A viagem pela Estrada de Ferro Vitória-Minas permite pausas em trechos estratégicos, como em Cariacica, onde os passageiros podem desembarcar para explorar a região ou simplesmente esticar as pernas. Essas paradas são oportunidades para interagir com as comunidades locais e conhecer melhor o território.

Viajando a pé: caminhos de longo curso no Brasil

Os caminhos de longo curso no Brasil, como o Caminho da Fé, que liga São Paulo a Minas Gerais, e o Caminho de Cora Coralina, em Goiás, são roteiros que convidam ao contato com a natureza. Eles são geralmente divididos em etapas diárias, com paradas em albergues ou pousadas para descansar e interagir com outros viajantes.

Ao longo do percurso, as pessoas são recebidas com hospitalidade e têm a oportunidade de ouvir histórias e aprender sobre a cultura da região. Essa experiência de imersão enriquece a viagem, tornando-a não apenas uma atividade física, mas uma jornada de descoberta pessoal e cultural.

Conexão com as águas: rotas que podem (e devem) ser feitas de barco

As travessias fluviais e costeiras no Brasil, como o trajeto entre Belém e Manaus pelo Rio Amazonas, oferecem uma experiência única de viagem. O ritmo da água proporciona uma sensação de desaceleração e contemplação.

Enquanto isso, a paisagem vista do barco revela uma dimensão do território que não é percebida de outras formas, com florestas, comunidades ribeirinhas e animais selvagens que se tornam parte da jornada.

Por outro lado, o cotidiano dos barcos no Rio São Francisco mostra a vida ao longo do “Velho Chico”. Essas embarcações não são apenas meios de transporte, mas também espaços de convivência e troca cultural.

Cidades e vilarejos para conhecer com calma — e sem pressa de ir embora

No Brasil, há destinos que favorecem a contemplação e a caminhada, como a cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais. Com suas ruas de pedra e casarões coloniais, Tiradentes convida a um passeio tranquilo, onde o tempo parece desacelerar.

Da mesma forma, vilarejos acessíveis por trilhas, como Ponta do Pargo, no Rio de Janeiro, são ideais para quem quer ficar mais tempo e observar mais fundo. Esses locais, muitas vezes escondidos, revelam paisagens deslumbrantes e uma comunidade rica em tradições.

Monte o seu próprio roteiro de slow travel

Para planejar uma viagem de slow travel, é essencial calcular tempos com folgas, permitindo momentos de contemplação e descoberta. Escolher modais alternativos, como trens, barcos ou caminhadas, pode transformar a viagem em uma experiência mais rica e significativa.

Para enriquecer ainda mais a experiência, o uso de mapas e diários de bordo é recomendado. Essas ferramentas ajudam a registrar as descobertas e as emoções ao longo do percurso, tornando a viagem mais memorável. Conversar com moradores locais também é uma prática valiosa, pois permite um entendimento mais profundo do lugar e de sua cultura.