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Como o tricô ajuda jovens a desconectar e relaxar

Hoje tudo acontece por meio de uma tela, seja para estudar, conversar ou simplesmente jogar o tempo fora, e um hobby silencioso tem ganhado força entre os adolescentes: a redescoberta do tricô. 

São, em média, nove horas diárias conectados, segundo dados da Commom Sense publicados em 2024. Não à toa, especialistas em saúde mental, pais e professores têm expressado preocupação.

Atividades simples, como o tricô, o bordado e a pintura, têm sido um refúgio. E não se trata de algo passageiro, pois estas práticas oferecem uma pausa, uma chance de tirar os olhos da tela e de colocar as mãos (e a mente) para trabalhar de forma mais leve.

O impacto das telas e a busca por equilíbrio

Com o tempo, o consumo exagerado pode afetar a autoestima, o sono, o rendimento escolar e a saúde emocional de forma geral. Por isso, encontrar formas de equilibrar essa relação com o mundo digital tem se tornado urgente, e é aí que o tricô entra em cena.

Tricô como detox digital

Trocar o feed de notícias por novelos de lã pode parecer improvável à primeira vista, mas o resultado surpreende. De acordo com matéria da Marie Claire (2025), o tricô já virou tendência entre a Geração Z e ainda é considerado uma atividade terapêutica para os jovens.

O que torna o tricô tão especial é que ele exige atenção plena enquanto se conta os pontos de uma peça. É quase uma meditação ativa: o movimento repetitivo das mãos, o som do fio deslizando e a satisfação de ver algo tomando forma ajudam a aliviar a ansiedade e a acalmar a mente.

Além disso, há algo profundamente gratificante em criar algo do zero. Um cachecol, um gorro, uma bolsinha: cada peça é um pequeno projeto concluído, que carrega o tempo, o cuidado e a identidade de quem a fez.

Benefícios para corpo e mente

Os ganhos vão muito além do bem-estar emocional. Segundo análise publicada no LinkedIn, em 2024, hobbies manuais como o tricô aumentam em até 30% a criatividade entre jovens, além de desenvolverem habilidades como paciência, foco e organização.

Projetos com agulhas exigem tempo e dedicação, o que ajuda a trabalhar a frustração e a cultivar a constância, algo raro em um tempo em que tudo é imediato. Para adolescentes, esta experiência pode ser transformadora. E tudo começa com o básico: escolher o fio, encontrar a agulha de tricô ideal e se permitir errar e aprender ponto por ponto.

Como começar: menos tela, mais lã

O primeiro passo pode ser mais simples do que parece. Kits básicos de tricô custam a partir de R$ 30 e estão disponíveis em lojas físicas e online. Plataformas como YouTube oferecem uma infinidade de tutoriais gratuitos, ensinando os pontos básicos, como o “meia” e o “tricô”.

Além disso, muitas papelarias e armarinhos oferecem oficinas presenciais – uma oportunidade perfeita para sair de casa, conhecer novas pessoas e mergulhar de vez neste universo criativo. No Instagram e no Facebook, há também grupos de jovens tricoteiros, que compartilham dicas, projetos e motivação.

Dicas para quem quer começar

  • Comece pequeno: um cachecol simples já é um ótimo começo.
  • Escolha fios coloridos: tons vibrantes tornam a prática mais divertida.
  • Participe de grupos: trocar experiências com outras pessoas mantém o ânimo em alta.
  • Defina metas: planejar peças maiores, como uma manta ou uma touca, pode ser motivador.

Um respiro em meio ao caos

No fim das contas, o tricô vai muito além de um hobby: é uma forma de desacelerar em um mundo que vive no modo acelerado. Ajuda a cultivar o silêncio, a paciência e o foco – qualidades cada vez mais raras, mas profundamente necessárias.

Se há algo que os adolescentes estão descobrindo com a agulha de tricô nas mãos, é que o offline também pode ser incrível. E que, entre um ponto e outro, dá para encontrar não só tranquilidade, mas também um pouco de si mesmo.