Primeiro emprego à vista? Saiba o que o RH realmente observa e o que evitar na entrevista
Conseguir o primeiro emprego costuma ser um momento desafiador. Bate a ansiedade, surgem dúvidas sobre o que dizer e como agir. De acordo com dados do IBGE, 30,3% dos jovens entre 18 e 24 anos estão desocupados. Entre os principais fatores que dificultam esse acesso, estão a falta de experiência e o nível ainda em desenvolvimento de maturidade profissional.
Quem atua na gestão de pessoas está cada vez mais atento ao perfil comportamental do candidato. Não basta ter um bom currículo – é preciso mostrar curiosidade, respeito e vontade de crescer com a empresa. Veja como se preparar para mandar bem logo na primeira entrevista.
Antes de apertar a mão: faça a lição de casa
Não dá para chegar “no escuro”. Pesquise a empresa no site, no LinkedIn e até em notícias recentes. Anote qual problema ela resolve, quem são os clientes e como a vaga se encaixa nesse ecossistema.
Mapeie as competências solicitadas no anúncio – software, idioma, disponibilidade, etc. – e planeje exemplos rápidos que comprovem cada ponto. Essa preparação ajuda a criar perguntas inteligentes e mostra que o candidato tem direção, não só vontade.
Demonstre interesse, mesmo sem experiência
Não tem estágio? Fale sobre o TCC, projetos em que participou ou desenvolveu na faculdade, trabalhos voluntários e todas as atividades extracurriculares. O que conta é aprender fazendo.
Ferramentas de HRIS (Human Resources Information System) já mostram ao recrutador hard skills, certificados e histórico. O que ainda não aparece na tela são projetos que revelam disciplina, curiosidade e capacidade de finalizar tarefas – conte essas histórias.
Escorregadas que podem custar a vaga
Chegar só dois minutos antes transmite urgência, e não pontualidade. Criticar ex-professores ou ex-empregadores indica baixa maturidade. Respostas decoradas quebram a conexão humana. E, atenção: gírias, palavrões e comentários sobre política e religião podem desviar totalmente o foco. Para evitar esses tropeços:
- reserve tempo extra para deslocamento e imprevistos;
- pense em um feedback construtivo quando falar do passado;
- prefira uma linguagem clara e neutra, como se falasse com um professor que você respeita.
O corpo fala, e muito, em entrevistas de emprego
Mais do que palavras, os sinais não verbais podem ser decisivos em uma entrevista de emprego. Como se senta, gesticula, olha e até respira revelam traços de personalidade e estado emocional.
Postura alinhada, semblante relaxado e contato visual firme são elementos que transmitem segurança e interesse, enquanto braços cruzados, gestos excessivos e olhar evasivo podem sugerir insegurança ou desinteresse.
O que faz brilhar os olhos de quem seleciona
Uma seleção assertiva vai muito além do currículo, e alguns pontos fazem realmente os olhos de quem trabalha com gestão de pessoas brilharem. Primeiro, a qualidade das perguntas demonstra seu real interesse na vaga e na empresa.
Questões como “de qual forma o time de produtos mede o sucesso?” são muito mais impactantes do que indagações sobre horários de almoço, por revelarem uma mente estratégica e focada em resultados.
Demonstrar sintonia com a cultura da empresa é indispensável; ao invés de somente citar valores, mostre como eles se alinham com seus próprios princípios e experiências. Por exemplo, se a empresa valoriza a inovação, explique como seu estilo de trabalho se encaixa nesse ritmo, de forma prática.
Durante a conversa, a escuta ativa é fundamental: olhe nos olhos do entrevistador, faça breves réplicas para confirmar o entendimento e só então complemente com sua visão, mostrando que consegue absorver e processar informações.
Por fim, mas não menos importante, a postura digital é seu cartão de visitas. Certifique-se de que seu perfil público não contenha memes ofensivos ou conteúdo inadequado, pois isso pode eliminar suas chances mesmo antes da entrevista final.