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Vacinação contra vírus respiratórios em dia é arma na prevenção da asma

A asma não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado, evitando crises e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Considerada uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns no Brasil, estima-se que cerca de 23 milhões de crianças e adultos convivam com a condição.

O cuidado integral à pessoa com asma é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), também disponibiliza esse atendimento especializado.

O mês de maio é marcado pelo Dia Mundial da Asma (6 de maio) e, durante esse período, destaca-se a importância de compartilhar informações que orientem a população sobre a relevância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento. Muitos fatores podem desencadear crises com consequências graves, especialmente quando a doença não é tratada corretamente.

Entre os gatilhos mais frequentes estão: poeira e ácaros, fumaça, poluição, mofo, pelos de animais (como gatos e cachorros), cheiros fortes, mudanças climáticas, além de infecções virais e bacterianas das vias respiratórias. Os sintomas costumam se intensificar em períodos de maior circulação de vírus respiratórios, como rinovírus, influenza, Covid-19 e vírus sincicial respiratório.

Condições de saúde associadas, como rinite, refluxo, obesidade, ansiedade e depressão, também podem dificultar o controle da doença. Segundo o Ministério da Saúde, é fundamental manter as vacinas atualizadas — especialmente contra a gripe e a Covid-19 — para reduzir o risco de agravamento dos sintomas respiratórios. A asma é a terceira principal causa de hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o controle contínuo, aliado à vacinação, é essencial. A vacina contra a gripe, por exemplo, é oferecida gratuitamente na rede pública para pacientes asmáticos.

Cerca de 98% dos casos são controláveis

O pneumologista João Batista de Sá, do HU-UFMA, explica que o diagnóstico da asma é clínico, feito por meio de entrevista, exame físico e confirmada por meio de exames complementares, como a espirometria. “Embora tenha base genética, fatores como evitar o tabagismo durante a gestação e na infância, bem como o fumo passivo, ajudam a reduzir a incidência e a gravidade dos sintomas”, afirma.

Para os já diagnosticados, medidas como controle ambiental, controle de peso e de doenças associadas são fundamentais para evitar crises. “Menos de 2% dos casos são classificados como asma grave e de difícil controle. O SUS dispõe de tratamento para asma independente da gravidade”, afirma João. O HU-UFMA possui três ambulatórios exclusivos para pacientes asmáticos, inclusive os de difícil controle.

Mitos dificultam a adesão ao tratamento

Segundo João, há muitos mitos que dificultam o tratamento:

  • “Asma é doença de criança” – Mito! Pode começar na infância, melhorar na adolescência e voltar na vida adulta. Também pode surgir diretamente na fase adulta.
  • “Asmáticos não podem praticar atividades físicas” – Mito! O asmático pode inclusive, chegar a ser um atleta de alta performance. Com a doença bem tratada e controlada, a pessoa pode executar qualquer tipo de atividade.
  • “Bombinhas causam dependência ou fazem mal ao coração” – Mito! São seguras e fundamentais no tratamento.

“Um dos mitos mais graves é o paciente achar que só tem asma quando está em crise. Isso faz com que suspenda o tratamento quando está sem sintomas, o que é um erro”, ressalta.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede Ebserh desde 2013.  Vinculada ao MEC, a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.