Prefeitura de São Luís abre desfiles de blocos tradicionais e escolas de samba no Anel Viário
O Carnaval na Passarela do Samba Chico Coimbra, promovido pela Prefeitura de São Luís no Anel Viário, foi aberto oficialmente na noite de sexta-feira (7), com os desfiles dos blocos tradicionais do Grupo B e de cinco escolas de samba da capital. Organizada pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), a programação ainda contemplou grupos de tambor de crioula, os quais, a exemplo do ano passado, evoluíram na área externa da estrutura, paralelamente à movimentação dentro do sambódromo. Neste sábado (8), cruzam a avenida mais oito blocos tradicionais e cinco escolas de samba.
Muita gente se dirigiu ao Anel Viário para aplaudir as agremiações. Abriram os desfiles os blocos tradicionais Os Gigantes, Os Lobos, Os Versáteis, Falcão de Prata, Os Baratas, Tradicionais do Ritmo, Dragões da Liberdade, Alegria do Ritmo e Renovação do Ritmo. Logo após os blocos tradicionais, que conservam uma batida única no Brasil, foi a vez das escolas de samba Mocidade da Ilha, Unidos de Fátima, Favela do Samba, Turma de Mangueira e Turma do Quinto.
Presente na passarela do samba, o secretário municipal de Cultura de São Luís, Maurício Itapary, destacou o quesito segurança e ressaltou o trabalho da Guarda Municipal, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiro Civil e Militar, além da segurança privada. Ele informou, ainda, que a Prefeitura de São Luís se preocupou em disponibilizar um posto médico para eventualidades.
“Além disso, pensamos na logística de transporte dos foliões, com plantão de ônibus para que todos possam voltar para casa com tranquilidade. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) também disciplinou o trânsito nestas imediações. Tudo isso para que a festa siga conforme planejamos”, explicou Maurício Itapary, acrescentando que o acesso ao sambódromo é de graça, bastando retirar os ingressos a partir das 16h na bilheteria, uma vez que os portões abrem às 17h.
A Mocidade da Ilha, primeira a cruzar a Passarela Chico Coimbra, levou o enredo “Lua linda e bela de lendas, mitos, crendices e magias”, com letra do samba de autoria dos compositores Laércio Belém, Silva Júnior, Alexandre D’Mendes e Wanderley Explosão. Os intérpretes eram Alexandre D’Mendes, Serginho e Cléo.
A escola entrou com empolgação e a comissão de frente representou os fragmentos cósmicos. As alas apresentaram um espetáculo que remeteu à imensidão do universo, com elementos lembrando a noite e foliões com fantasias de bruxas e feiticeiras. Vanessa Sodré, destaque de chão, mostrou muito samba no pé. Ela contou que estreava na passarela. “Este é meu primeiro ano desfilando em uma escola de samba e está sendo uma realização. Eu represento uma estrela na imensidão do universo”, disse a passista.
Em seguida, passou pela avenida a Unidos de Fátima, escola de samba fundada no Bairro de Fátima, que apresentou o enredo “Ubi Italicus Ibi Itália: a saga italiana sob as bênçãos de Fátima”, dos compositores Ribão d’Ludo, Jeovah França, Riba Palmares, Fábio Hann e Fabiano Almeida. Ribão também puxou o desfile, que abordou a influência Italiana no Maranhão.
O poeta Bandeira Tribuzi, descendente de italiano e trineto de Domingos Tribuzi, que reformou o Palácio dos Leões, foi representado pelo ator performático Uimar Júnior. Um dos carros trazia o empresário italiano Mário Cella, que há muitos anos reside em São Luís. Desfilou, também, o regente do Coral São João, Fernando Mouchrek.
Favela do Samba
A Favela do Samba foi a terceira escola a passar pelo Anel Viário e levou para a avenida o enredo “O urrou das toadas no rufar dos tambores da Favela”, com samba dos compositores Josias Filho e Luzian Filho, nas vozes dos intérpretes Ivan Coracinha e Carlos Murilo. A agremiação do bairro Sacavém caprichou no colorido das fantasias e na beleza dos carros alegóricos para retratar o São João do Maranhão.
O carro abre-alas prestou homenagem ao bumba meu boi. A comissão de frente retratou a energia que pulsa dos tambores. No início do desfile, o cantador de bumba boi Emanuel Vitor, do Boi de Maracanã, cantou a música ‘Maranhão, meu tesouro, meu torrão’, de Humberto de Maracanã, ao som de vários instrumentos e a participação do violinista Helton Borges. A presidente do Boi de Maracanã, Maria José Soares, desfilou em um dos carros alegóricos.
“A escola está linda, pois realmente caprichou. Alas bem-organizadas, fantasias bonitas, carros bem estruturados e um samba empolgante. Parabéns para a diretoria da escola, que realmente arrebentou”, opinou a funcionária pública Ana Flávia Guimarães, moradora da Madre Deus.
“Mina, Preta Mina, Dona Catharina” foi o samba-enredo deste ano da Turma de Mangueira, dos compositores Sílvio Rayol, Diego Silva, Marcos Ribeiro, Daniel Mendes, Berg da Pindoba, Marlon Melo e Walmir Salles. Bruno Costa puxou o desfile. A escola, que acumula 18 títulos de campeã do Carnaval, chegou nas cores azul, amarelo e branco e com 2.800 componentes, e buscou mostrar a força do povo negro.
A agremiação da Madre Deus, a Turma do Quinto desfilou à luz do dia, já na manhã de sábado, o que comprometeu um pouco o brilho da apresentação. Mas, nem por isso, os componentes desanimaram. A escola escolheu o samba “A Turma do Quinto na peleja e folia dos seus poetas de estrelas e luas”, uma homenagem aos poetas populares José Pereira Godão e Luís Henrique de Nazaré Bulcão. Os homenageados desfilaram no chão, puxando um carro alegórico, ao lado de amigos e membros da Companhia Barrica.
O samba da Turma do Quinto, assinado pelos compositores Arthur Santos, Jaílson Pereira e Josiel Costa, foi puxado pelo veterano Gabriel Melônio e, também, por Arthur Santos, Raul Silva, Alessandra Loba e Luís Carlos Vovô. Um dos carros representou a ‘Rampa Velha’, ou seja, o início da histórica do bairro Madre Deus.
Neste sábado (8), desfilam as escolas de samba Túnel do Sacavém, Terrestre do Samba, Flor do Samba, Império Serrano e Marambaia. A programação na passarela do samba terá início às 18h, com apresentações de grupos de tambor de crioula. Oito blocos tradicionais do Grupo B também desfilam, a partir das 18h.