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Varas criminais de Açailândia realizam semana de júris

A juíza Selecina Henrique Locatelli, titular da 2ª Vara Criminal de Açailândia, realizou na última semana uma série de 4 sessões do Tribunal do Júri, sendo três pela 1ª Vara Criminal, na qual ela responde, e uma pela 2ª Vara. Destaque para a sessão do dia 22 de novembro, que teve como réu Pedro Moura de Sousa, acusado de prática de crime de feminicídio, que teve como vítima Iracema Cambuy de Oliveira. As outras sessões tiveram como réus Kléber Facundes Queiroz (dia 21), Edilson dos Santos Lacerda, que teve o crime desclassificado para lesão corporal (dia 23), e Raimundo José Pereira da Silva, réu do dia 25. As sessões foram realizadas no Centro de Referência e Atendimento à Mulher de Açailândia.

Sobre o primeiro caso, o réu Kléber Facundes Queiroz estava sendo acusado de ter matado Marcos Silva Lima, em 3 de fevereiro de 2008. De acordo com a denúncia, Marcos foi morto com um tiro de espingarda. Conforme depoimentos da companheira do acusado, Kléber teve um filho morto a facadas e culpava Marcos por isso, chegando a ter depressão. Narrou ela, ainda, que Marcos levava o filho do casal para lugares considerados inadequados, como cabarés e bocas de fumo. Ao final do julgamento, Kléber foi absolvido pelo conselho de sentença.

Na sessão do dia 23, o réu Pedro Moura de Sousa estava sendo acusado de ter matado Iracema Cambuy de Oliveira, caracterizando feminicídio, crime ocorrido em 21 de agosto de 2010. Na referida data, o corpo da mulher foi encontrado com um corte no pescoço e, ao lado, a arma do crime, dois celulares e um chapéu, sendo reconhecidos como objetos pertencentes a Pedro. Conforme apurou a polícia, denunciado e vítima estiveram em um bar e tomaram algumas cervejas. 

Concluiu o inquérito que eles teriam discutido por causa de ciúmes, resultando no fato delituoso. O conselho de sentença decidiu pela culpabilidade de Pedro, que recebeu a pena de 8 anos, a ser cumprida, inicialmente, em regime semiaberto.

DESCLASSIFICAÇÃO

No julgamento do dia 23, realizado na 2ª Vara Criminal, houve a desclassificação do crime de tentativa de feminicídio para lesão corporal. Narrou a denúncia deste caso que o denunciado, em 2 de dezembro de 2017, teria desferido alguns golpes de faca em sua companheira, identificada como sendo Gracilene Lopes Moura. Destacou que, no dia do crime, Edilson chamou a esposa de forma agressiva, puxando-a pelo braço com o intuito de tirá-la do quarto. Em seguida, ele teria pego uma faca de serra e atingido a mulher em algumas partes do corpo, saindo de casa logo em seguida.

Na última sessão da série, o réu Raimundo José Pereira foi condenado por ter matado Antônio Marques Lima, fato ocorrido em 19 de setembro de 2005. Por fim, Raimundo foi considerado culpado pelo conselho de sentença, recebendo a pena definitiva de 17 anos de reclusão, pena a ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. Constou na denúncia que Raimundo, com a ajuda de outra pessoa, teria assassinado Antônio a pauladas. O crime ocorreu em um alojamento, onde os denunciados trabalhavam furando poços artesianos.

Uma outra sessão, que seria realizada pela 2a Vara Criminal, foi adiado. “O júri é uma oportunidade da sociedade participar do destino dos acusados de crimes dolosos contra a vida. É a resposta na medida do pensamento da sociedade açailandense a respeito dos acusados”, destacou a juíza Selecina Locatelli.