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Vale fecha parceria para engajar fornecedores a medir e reportar emissões de carbono

A Vale e o Carbon Disclosure Project (CDP) fecharam uma parceria para incentivar fornecedores da empresa a medir e reportar suas emissões de gases do efeito estufa (GEE). Referência na elaboração de report deste tipo, com cerca de 8,4 mil empresas associadas em 87 países, o CDP foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Science Based Targets Iniatitive (SBTi), que definiu os critérios científicos do Acordo de Paris para limitar as emissões globais em 2º C até o fim do século. A entidade irá avaliar as respostas de 274 fornecedores de uma base de 500 classificados como críticos em emissão de GEE da Vale e que correspondem a cerca de 30% do dispêndio global da empresa. Não estão incluídos neste grupo clientes siderúrgicos e fornecedores da área de navegação.

“Esses fornecedores aceitaram aderir de forma voluntária à plataforma do CDP Supply Chain. Nesta ferramenta, eles terão dados de gestão, governança e indicadores analisados. Com isso será possível definir riscos e oportunidades para redução de emissões”, explica Fabiana Silva, responsável pela coordenação do programa Carbono da Cadeia de Valor, criado pela Vale em 2011.  Os fornecedores que aderiram à plataforma terão relatórios personalizados e acesso a cursos de capacitação fornecidos gratuitamente pelo CDP. Também poderão aderir ao programa Action Exchange, consultoria gratuita que identifica oportunidades para reduzir custos, emissões e consumo de energia nos processos.

A parceria entre a Vale e o Carbon Disclosure Project tem um prazo de três anos. No primeiro ano, o objetivo é mapear as emissões dos fornecedores, encorajá-los a reportá-las e incentivar a adoção de metas de redução. No segundo ano, a intenção é medir indicadores e resultado de metas de emissões estabelecida pelos fornecedores.

“Queremos também colaborar com fornecedores para identificar potenciais de redução de emissões de GEE e compartilhar boas práticas da nossa cadeia”, explica Fabiana. No terceiro e último ano, a estratégia é avaliar a evolução da performance das empresas que aderiram ao programa, reportando seu progresso em relação as metas estabelecidas e, ainda, reavaliar a inserção de novos fornecedores na plataforma. “Acreditamos ser importante essa conscientização dos fornecedores, principalmente para  influenciar na construção de uma economia de baixo carbono na mineração”, completa.

A parceria com o CDP faz parte do Programa Carbono na Cadeia de Valor, que é direcionado aos fornecedores classificados como críticos em emissão e sua adesão obrigatória ocorre no momento da negociação comercial através da inclusão de cláusula contratual de envio de relatório. A partir daí, o fornecedor se compromete a fazer reportes anuais de suas emissões. “Com o CDP, teremos a oportunidade de avançar ainda mais na nossa política global de mitigação e adaptação às mudanças climáticas da Vale”, explica a coordenadora do programa.

Carbono neutra

A parceria Vale e CDP tambem está em linha com a estratégia da empresa de se tornar uma mineradora carbono neutra em 2050. Em maio, a Vale anunciou publicamente um investimento de US$ 2 bilhões para reduzir em 33% suas emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2030. Os recursos serão usados ainda na restauração e proteção de 500 mil hectares de florestas. Hoje, a empresa já ajuda a manter cerca de 1 milhão de hectares, dois quais 800 mil localizados na Amazônia.

Até o fim do ano, a Vale pretende anunciar uma ambição para redução de emissões do seu escopo 3, que inclui fornecedores e clientes. A exemplo da parceria com o Carbon Disclosure Project, o objetvo é induzir fornecedores e, principalmente, clientes siderúrgicos, em ações voltadas à transição para uma economia de baixo carbono. Nesta linha, a Vale pretende apoiar com um cardápio de produtos menos intensivos e com uso de novas tecnologias.