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Unidade de Acolhimento Adulto da rede estadual de saúde completa 8 anos de funcionamento

A Unidade de Acolhimento Adulto (UA) completou, nesta sexta-feira (18), 8 anos de funcionamento. O serviço substitutivo é destinado a pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Ligada à Rede de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a UA já beneficiou mais de 3,5 mil pessoas. Para celebrar, a unidade reuniu acolhidos, profissionais e pessoas que já passaram pela unidade. 

“A Unidade de Acolhimento Adulto busca dar assistência integral àqueles em situação de risco e vulnerabilidade social ou familiar em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas. Portanto, o nosso enfoque é tanto na mente como no corpo, para que os assistidos entendam que é possível desfrutar da vida da melhor maneira possível, com equilíbrio e de forma saudável, aproveitando melhor as oportunidades”, afirmou a coordenadora da UAA, Daiane Oliveira. 

A UAA oferece cuidados contínuos de saúde com funcionamento 24h em ambiente residencial. O acolhimento é definido exclusivamente pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), responsável também pela elaboração do projeto terapêutico individual do usuário. 

O serviço conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos, terapeutas ocupacionais, nutricionista, psicólogos, enfermeiros e educador físico. O trabalho realizado pela UA tem como característica não ser de internação compulsória, mas voluntária. 

Para a terapeuta ocupacional, Dácia Almeida, o equipamento é mais que um espaço de tratamento para dependentes químicos. “Já são sete anos trabalhando na UAA e, enquanto profissional da casa, digo que as nossas principais preocupações são o pós-alta médica e a reinserção na sociedade. É preciso enxergar cada pessoa como um ser holístico, com suas características, lutas e particularidades, de forma a utilizar essas informações como ferramenta na busca pela melhora da saúde mental”, destacou.

Além do tratamento de saúde, o equipamento também desenvolve atividades como minicursos e oficinas com práticas integrativas e complementares. Dentre as já executadas, estão oficinas de bijuterias, limpeza e conservação de ambientes, fabricação de pizzas e pães artesanais, artesanato, reciclagem, pintura em tecido, massa de biscuit e corte de cabelo. Ao final de cada formação é dado um certificado como forma de viabilizar a reinserção no mercado de trabalho após o acompanhamento na unidade. 

Egresso do serviço de saúde mental da SES há pouco mais de quatro anos, Antônio Holanda, de 40 anos, disse que na UAA ele ganhou uma família. “Por duas vezes fui paciente da unidade, numa dessas eu tive uma recaída, mas o que me marcou é que aqui eu sempre encontrei amigos e pessoas que estavam dispostas a me dar apoio e força para vencer. Aqui eu consegui apoio para terminar a faculdade e hoje sou profissional do Direito, sempre ajudando quem precisa”, contou. 

Há um mês, Lourimário de Jesus, de 52 anos, resolveu vencer o próprio preconceito e resistência a centros de recuperação para dependentes químicos para iniciar o capítulo mais importante de sua vida.

“Vez outra ajudava comunidades terapêuticas ligadas à Igreja Católica, mas eu mesmo tinha meus vícios e cheguei a trabalhar para sustentá-los. Até que um dia eu tomei coragem, falei com a minha mãe e busquei ajuda na UAA. Desde que passei por aquela porta eu me senti em paz. Aqui encontrei amigos e irmãos”, compartilhou. 

A UAA tem capacidade para atender até 15 pessoas, entre homens e mulheres, em regime de 30 dias a seis meses, podendo se estender por até um ano, dependendo do caso. Atualmente, o espaço está em novo endereço, agora no bairro Jardim Renascença I, oferecendo tratamento terapêutico a 14 pessoas.