UNICEF lança apelo de R$ 10 milhões para enfrentar o coronavírus no Brasil e proteger crianças e adolescentes mais vulneráveis

Brasília, 26 de março de 2020 – O UNICEF lançou, nesta quarta-feira, um apelo preliminar de R$ 10 milhões para a resposta imediata à crise do coronavírus no Brasil e para mitigar os impactos dela na vida de crianças e adolescentes, em especial aqueles que estão em populações mais vulneráveis.

O apelo faz parte de plano coordenado global de resposta humanitária, lançado nesta quarta-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em Nova Iorque. “A Covid-19 está ameaçando toda a humanidade – e, portanto, toda a humanidade deve reagir. As respostas individuais de cada país não serão suficientes”, afirmou ele.

Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados pelo coronavírus diretamente, como em todas as emergências e crises humanitárias, são eles os que mais sofrem de maneira indireta. Os isolamentos sociais e o fechamento das escolas estão afetando a educação, a saúde mental e o acesso a serviços básicos de saúde. Os riscos de exploração, abuso e violência são maiores do que nunca para meninas e meninos. A pobreza pode aumentar, deixando-os ainda mais expostos.

“As crianças são as vítimas ocultas da pandemia de Covid-19”, disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta H. Fore.

“O UNICEF já vem trabalhando em diferentes frentes, como a disseminação de informações confiáveis à população e a busca por soluções para que crianças possam aprender em casa. Com o agravamento da crise, estamos ampliando nossos esforços, com foco nas populações mais vulneráveis: crianças e adolescentes pobres, moradores de periferias e favelas das grandes capitais moradores de municípios menores e mais pobres na Amazônia e no Semiárido, e migrantes ”, explica Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

“Estamos diante de um desafio mundial e sem precedente, e é urgente aumentar nossos esforços! Por isso, agradecemos a quem já nos apoia. E fazemos um apelo a todos os brasileiros – pessoas físicas, empresas e parceiros –: ajudem-nos a vencer o coronavírus e proteger os que mais precisam do UNICEF agora”, defende ela.

A resposta do UNICEF ao coronavírus inclui, entre outras iniciativas:

  • Reduzir a propagação do coronavírus por meio da divulgação de medidas de prevenção e de informação correta e confiável à população, incluindo áreas remotas, favelas e comunidades, municípios do interior e migrantes. Combater as “fake news”.
  • Trabalhar com governos nos níveis federal, estadual e municipal, empresas e sociedade civil para mitigar o impacto da crise e garantir a continuidade dos serviços, adaptados à nova realidade, garantindo:
    • Acesso à saúde para mulheres, crianças e comunidades vulneráveis;
    • Acesso à educação, mesmo que online ou via rádio e televisão;
    • Acesso aos serviços sociais (em particular os Conselhos Tutelares e Cras) e prevenção da violência contra a criança que pode aumentar nesse contexto;
    • Acesso à proteção social e, em particular, ao Bolsa Família;
    • Apoio para saúde mental, envolvimento e participação dos adolescentes.
  • Fornecer suprimentos médicos e de saúde e higiene para lugares e populações em situação crítica, em parceria com setor privado.
  • Trabalhar com a Operação Acolhida em medidas imediatas de prevenção, saúde, educação no contexto da crise migratória venezuelana, com foco em crianças e adolescentes migrantes, especialmente em Roraima.
  • Monitorar de perto o impacto primário e secundário do surto de Covid-19 no Brasil, produzindo dados para apoiar políticas públicas e ações emergenciais.

As doações para o UNICEF podem ser feitas por pessoas físicas e empresas, por meio do site (doeunicef.org.br) ou pelo telefone 0800 605 2020.

Agências da ONU lançam apelo global
O pedido brasileiro faz parte de plano coordenado global de resposta humanitária, também lançado nesta quarta-feira  Está focado na resposta humanitária para combater a Covid-19 em 51 países. Tem um volume total de US$ 2 bilhões.

Essa resposta vai:

  • fornecer equipamento de laboratório essencial para testar o vírus e suprimentos médicos para tratar pessoas;
  • instalar estações de lavagem de mãos em acampamentos e assentamentos;
  • lançar campanhas de informação pública sobre como proteger a si e aos outros do vírus; e
  • estabelecer pontes e hubs aéreos em toda a África, Ásia e América Latina para levar trabalhadores humanitários e suprimentos aonde quer que eles sejam mais necessários.

O Plano agrupa requerimentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o UNICEF, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o UN-Habitat, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Saiba mais em https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/abordagem-global-unica-maneira-de-combater-covid-19-diz-onu.

Sobre o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos.