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Economia

Um terço das grandes empresas precisou renegociar prazo para pagar dívidas

Renegociar prazo para pagar dívidas está longe de ser uma realidade apenas das pequenas empresas. O estudo sobre Pagamentos no Brasil (Brazilian Payment Report), elaborado pela Intrum, mostra que 30% das grandes corporações buscaram esse tipo de estratégia para lidar com a queda no faturamento causada pela pandemia de Covid-19.

Esse percentual, inclusive, é maior do que o observado entre as PMEs (pequenas e médias empresas). Nesse grupo, apenas 23% afirmaram ter tentado alongar os prazos para pagamento de dívidas. “Ninguém saiu ileso da crise, mas o fato de as maiores empresas terem buscado mais a renegociação das dívidas possivelmente está ligado ao poder de barganha maior que elas têm com os bancos. Para as PMEs, essa negociação pode ser um pouco mais difícil”, afirma Ulisses Rodrigues, CEO da Intrum Brasil.

A Intrum é uma empresa europeia líder no mercado de cobrança, que está presente no Brasil desde 2018. O relatório, que tem como objetivo entender o comportamento de pagamento e o impacto na perspectiva de negócios das empresas, é publicado anualmente desde 1998 e esta é a primeira edição que inclui dados específicos do Brasil.

A renegociação das dívidas foi a principal estratégia utilizada entre as grandes empresas para lidar com a crise. Em segundo lugar, aparece a decisão de acelerar a digitalização do negócio, medida adotada por 27% das companhias. “A oferta de produtos e serviços online explodiu em todos os setores, do varejo aos serviços. Esse é um ‘legado’ da pandemia, porque a mudança é permanente, os negócios não vão voltar ao modus operandi anterior”, destaca o executivo.

Ao mesmo tempo, investimentos estratégicos tiveram que ser adiados ou cancelados em 21% das grandes empresas, percentual maior do que aquele verificado nas PMEs (15%). “Se pensarmos por outro lado, quase 80% das empresas mantiveram seus investimentos estratégicos, o que não é pouco, considerando o tamanho da crise e todas as incertezas que ela trouxe. Mostra que, apesar de tudo, boa parte do empresariado manteve uma visão de longo prazo para o seu negócio”, diz Rodrigues.

Do outro lado, os clientes também passaram a pedir mais prazo para pagar as empresas, o que pode causar descasamento de fluxo de caixa para a companhia e prejudicar sua capacidade de manter seus próprios pagamentos em dia. Entre as grandes corporações, 75% afirmaram que pagamentos mais rápidos ajudariam a melhorar o desempenho sustentável da empresa e 71% disseram que isso permitiria expandir a oferta de produtos e serviços. “Na crise, a tendência de todo mundo é conter gastos. Com as empresas não é diferente, mas isso tem um impacto inclusive em termos de inovação, já que os gastos com P&D são reduzidos e novos lançamentos, adiados”, afirma o presidente da Intrum.

Sobre o estudo

A Intrum publica, anualmente, o Relatório sobre pagamentos na Europa desde 1998. Essa é a 1ª edição do relatório para o Brasil, com foco em riscos de pagamento em uma escala nacional.

O relatório é baseado em uma pesquisa realizada simultaneamente em 29 países entre 26 de janeiro e 16 de abril de 2021. No total, foram entrevistadas 11.187 empresas de 11 setores diferentes. No Brasil, 700 companhias participaram do estudo, sendo 521 pequenas e médias empresas e 179 grandes empresas.

O conteúdo do relatório foi criado pela Intrum em parceria com a Longitude, consultoria especializada em serviços de pesquisa para empresas multinacionais e investidores, com sede em Londres, Inglaterra.

Sobre a Intrum

A Intrum é a empresa líder mundial na prestação de serviços de gerenciamento de crédito e de ativos. Centenária, está presente em 25 países, oferecendo às empresas um portfólio de soluções que cobrem toda a cadeia de gestão de crédito.

Com atuação voltada a potencializar o fluxo de caixa e a rentabilidade das empresas, apoia pessoas jurídicas e físicas na regularização de débitos. Com sede em Estocolmo, na Suécia, a Intrum conta com uma equipe de mais de nove mil funcionários, atendendo aproximadamente 80 mil empresas em toda a Europa e na América Latina. Com ações negociadas na Nasdaq de Estocolmo, registrou faturamento de 2 bilhões de euros em 2020.