SÃO LUÍS – O trio maranhense Efeito Túnel lança no próximo domingo (17) a faixa “Luz”, último single antes da chegada do seu primeiro álbum, previsto para estrear até o fim do ano. Formado por Caio Mattos, Tammys Loyola e Marcus Bros, o grupo aposta em sonoridades experimentais, mesclando influências diversas e letras marcadas por uma forte carga poética. O disco, que leva o mesmo nome do grupo, será lançado em todas as plataformas de streaming.

“Luz” encerra o repertório do álbum e nasceu de uma harmonia composta por Caio, que mais tarde ganhou letra e melodia escritas por Tammys durante um trajeto de ônibus. A música é atravessada por um sentimento de pausa e observação urbana. “Pra mim, tem muito a ver com esse estado contemplativo que a Praia Grande evoca, como se fosse o ponto inicial e o ponto final de tudo”, comenta o compositor.

Com nove faixas inéditas, o álbum reúne parcerias com artistas que são também amigos e referências para o grupo. Entre os singles já lançados estão “Janeiro”, com participação da cantora Nicole Terrestre, e “Tristeza”, que traz Tiago Máci nos vocais e Memel Nogueira na sanfona e na produção.

As influências do trio atravessam tempos e geografias: de Cartola a Passo Torto, da música instrumental japonesa do Toe à tradição oral dos cantadores maranhenses. A flauta de Marcus busca criar atmosferas misteriosas e ancestrais, em diálogo com o violão dedilhado de Caio e as letras introspectivas de Tammys. Poetas como Ferreira Gullar e José Chagas também fazem parte do universo simbólico da banda.

Sobre a Efeito Túnel

O nome Efeito Túnel surgiu a partir do livro A Louca da Casa, de Rosa Montero, em que a escritora descreve a expressão como um mergulho nos próprios pensamentos. Depois, o grupo descobriu que o termo também batiza um fenômeno da física quântica, em que partículas atravessam barreiras teoricamente intransponíveis. A justaposição desses sentidos se tornou o norte da proposta artística da banda.

“Pra mim, o nome representa a possibilidade de descobrir em si mesmo a superação de dificuldades, desafios e barreiras, mesmo quando ninguém espera. De observar o tempo necessário para se cuidar, mergulhar em si, e então descobrir respostas”, afirma Caio.

Para Marcus, o túnel também simboliza uma travessia circular. “É um símbolo que a cada fim, chega ao seu ponto de partida, mas não no seu início, então, penso nos aprendizados, e nas representatividades que o caminho nos leva, a cada volta que a música nos leva”, define.

Apesar da rotina distante, o trio mantém a criação de forma remota, com decisões feitas à distância. Quando os encontros presenciais acontecem, são momentos marcados pelo afeto.

Sobre o futuro, a banda mantém os pés no chão. “Seguimos firmes apesar dos movimentos bruscos da vida”, diz Tammys. A expectativa é seguir fazendo música, compartilhando o processo e construindo juntos. Como resume Marcus: “Não somos uma banda. Somos um trio, somos amigos-irmãos que tocam com a alma.”