O trabalho realizado até o momento pela Comissão Parlamentar de Inquérito que trata do Transporte Público de São Luís foi tema de discursos proferidos nesta quarta-feira, 16, durante sessão ordinária da Câmara de São Luís. O co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT) e Octávio Soeiro (Podemos) explicitaram informações que o colegiado já obteve a partir das oitivas feitas e ainda explicaram como os membros titulares da comissão pretendem construir o relatório final.

O primeiro a se manifestar sobre a temática foi o co-vereador Jhonatan Soares. Durante o discurso, o parlamentar lembrou que na reunião da CPI que aconteceu nessa terça-feira, dia 15, houve a oitiva do presidente da Cooperativa de Táxi e Transporte Alternativo da Área Itaqui-Bacanga (Coopertaaib), Charles Teixeira, e abordou ainda a questão do transporte alternativo na cidade.

“Ficou muito clara a questão do transporte alternativo na cidade e hoje é uma prova da situação: quem está transportando a população de São Luís hoje, com a greve do transporte público? O transporte alternativo. No entanto, a gente tem um verdadeiro conluio de diversos setores da nossa cidade em relação a esse transporte”, comentou Jhonatan Soares.

O co-vereador também falou que depoentes anteriores já realizaram denúncias consideradas graves pelos membros da CPI. “O Paulo Henrique, presidente do Sindicato dos Usuários de Transporte Coletivo que está ali na galeria, quando veio à CPI fez denúncias muito sérias e muito graves. Temos denúncias de suspeita de venda de selo de vistoria de ônibus, vistoria que deveria ser feita em espaço apropriado, mas o ônibus está sendo selado dentro da própria garagem. Na semana passada tivemos um acidente entre dois ônibus em frente à rodoviária e quem nos garante que esses ônibus, por exemplo, estavam regulares para rodar em nossa cidade? Houve pessoas acidentadas de forma muito grave”, assinalou Jhonatan Soares

Ele também teceu comentários acerca de outra denúncia recebida pela CPI. “Outra denúncia que foi feita foi de um suposto esquema de desvio, de venda em relação a multas, vistorias, notificações. São denúncias muito sérias que precisam ser investigadas”, afirmou.

Ao finalizar o momento de fala, o parlamentar ainda explicou como os membros da CPI têm trabalhado no colegiado e qual resultado esperam da Comissão. “Estamos trabalhando com muita seriedade e imbuídos para que tenhamos um resultado de verdade. Não queremos que a CPI seja só mais um momento nesta Câmara, mas que, sobretudo, seja um momento histórico que interfira na vida da nossa população”,

concluiu Jhonatan Soares.

O primeiro secretário da Mesa Diretora também repercutiu o trabalho até então realizado pela Comissão. “A CPI tem tratado com muita seriedade e transparência essa questão do trânsito e transporte que está caótica em nossa capital. De fato, é um gargalo crônico, antigo. E temos, de imediato, entendido que esse contrato de licitação é um contrato mais do que nunca deficitário, defasado e que, infelizmente, não funciona. Já realizamos a décima reunião e já tivemos grandes denúncias. Enfim, já temos provas substanciais necessárias para, inclusive, anular este contrato de licitação”, afirmou Octávio Soeiro.

No discurso, o parlamentar destacou ainda a importância de ser implementado o Conselho Municipal de Trânsito e Transporte em São Luís. A criação da organização possibilitaria discussão permanente com a sociedade civil sobre a área.

“Uma das teclas que sempre bato na Câmara é sobre a implementação do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte. Com ele funcionando de forma permanente, sempre discutiremos as questões da mobilidade urbana e do trânsito e transporte da nossa capital. Não podemos discuti-las somente em momento de crise e de greve. Isso tem que acabar. Temos que buscar soluções e sugestões de forma permanente e constante, por meio de diálogo com sociedade civil, entidades privadas, poder público e a Câmara Municipal de São Luís no papel de agente político e público mais próximo”, assinalou Octávio Soeiro.

Por fim, o parlamentar explicou qual resultado espera da CPI. “Eu tenho certeza da capacidade de cada membro titular. Temos, mais do que nunca, dado a nossa contribuição. Espero que no final possamos montar um relatório com um conglomerado de informações importantes e encaminhá-lo às autoridades competentes, para que elas tomem as medidas cabíveis. Esperamos ter ações concretas que possam mudar essa realidade da qualidade da prestação de serviço no transporte coletivo da nossa capital, da reforma dos nossos terminais, da regulamentação do transporte alternativo. Eu tenho certeza que poderemos acabar de uma vez por todas com essas dificuldades e com esse transporte que hoje é falido e caótico na nossa Cidade”, finalizou.