TJMA e AML promovem conferência virtual com o escritor angolano Pepetela

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) e a Academia Maranhense de Letras (AML) promovem, nesta quinta-feira (5), às 17h, conferência virtual com o escritor angolano, Pepetela, um dos vencedores do Prêmio Camões (1997), pela riqueza de sua obra literária. 

A conferência virtual – que será transmitida pelo canal do Tribunal de Justiça do Maranhão no Youtube (youtube/tjmaoficial) – terá como mediadores o presidente da Corte, desembargador Lourival Serejo, e o advogado e escritor maranhense, Alexandre Lago.

Pepetela – cuja obra reflete a história contemporânea de Angola – é licenciado em Sociologia e atua como docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto, em Luanda, capital de Angola. 

A história angolana antes do colonialismo faz parte da obra literária de Pepetela, que inclui o romance “Mayombe”, que retrata a vida e o pensamento de um grupo guerrilheiro durante a guerra em Angola, que teve início em 1975 e continuou – com alguns intervalos – até 2002.

A trajetória de Angola narrada e analisada por Pepetela pode ser lida também nos livros “A Gloriosa Família” e “Lueji”. Sua obra mais ambiciosa é “Yaka”, um romance histórico publicado em 1984, que ganhou o prêmio nacional de literatura, em Angola.

Entre as obras escritas pelo escritor angolano incluem-se ainda “O Quase Fim do Mundo” – uma alegoria pós-apocalíptica – e “O Planalto e a Estepe”, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas, além de “Muana Puó”, livro no qual ele examina a situação de Angola, através da metáfora das máscaras dos Côkwes, uma etnia daquele país africano.

O primeiro romance do Pepetela foi publicado em 1972, com o título “As Aventuras de Ngunga”, com uma análise sobre o crescimento revolucionário de Ngunga, um jovem guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com um tom épico e didático. 

O romance introduz o leitor aos costumes, à geografia e à psicologia de Angola. Pepetela cria um diálogo entre a tradição angolana e ideologia revolucionária, debatendo quais tradições devem ser alimentadas, e quais devem ser alteradas. A obra marca a carreira de Pepetela, dono de uma obra extensa que inclui romances, peças, ensaios. 

Um dado importante é o fato do romance ter sido escrito e publicado quando Pepetela lutava contra os portugueses na Frente Leste. A publicação da obra ocorreu somente após a independência de Angola, quando o escritor se tornou vice-ministro  da Educação no governo do presidente Agostinho Neto.