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Saúde

Teste da linguinha: saiba por que ele é tão importante

Anquiloglossia. Nome difícil para algo popular e muito conhecido: a chamada “língua presa”, uma alteração no frênulo lingual que atrapalha o movimento do órgão muscular e que resulta em problemas na fala, na sucção, mastigação e no ato de engolir.

Em 2015, a médica Roberta Martinelli, durante o seu mestrado e doutorado, validou o protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês, o “Teste da Linguinha”. O exame é realizado no recém-nascido e integra a triagem neonatal dos primeiros dias de vida do bebê, que permite identificar alterações e, precocemente, indicar um tratamento para evitar maiores transtornos na vida da criança e dos pais. 

COMO É FEITO O TESTE

A fonoaudióloga do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Cilmara Moraes, explica que, na avaliação, o profissional observa o frênulo para avaliar se ele está ou não normal. 

“O teste é realizado em algumas partes. A primeira delas é a avaliação anatomofuncional. Nela, nós conseguimos ver a postura dos lábios em repouso (se está fechado, entreaberto ou aberto) e a tendência do posicionamento da língua durante o choro. Com esse protocolo, vamos aplicando pontuações para chegarmos a um resultado concreto”, afirma.

A especialista esclarece, ainda, que é verificada a ponta da língua: se está arredondada, se tem uma fenda no ápice ou se ela tem formato de coração. “Nós avaliamos tudo isso e vemos, também, o frênulo em si. Observamos se é possível visualizá-lo facilmente ou se nós precisamos fazer alguma manobra. Vemos, ainda,  a espessura e fixação no assoalho da boca. Outro fator que levamos em consideração é a sucção do bebê, tanto a nutritiva, que é a pega no seio materno, quanto a não nutritiva. Esta é feita colocando o dedo mínimo ou indicador enluvado na boquinha da criança e prestando atenção aos grupos de sucção, o canolamento da língua e a força feita pela criança. No protocolo, somos orientados, também, a fazer perguntas para a mãe, para saber como está sendo o intervalo de cada mamada e se a criança está saciando ou não”, relata.

Quanto aos resultados, Cilmara diz que existem três possibilidades: normal, duvidosa e alterada. Se o resultado está normal, a criança é liberada. Caso o resultado seja duvidoso, o novo teste é feito em 30 dias. E, se for constatada alguma alteração, o paciente é encaminhado para odontopediatra ou cirurgião pediatra, para tratamento especializado.

A identificação precoce de alterações no funcionamento da região craniofacial permite que os pais busquem, o quanto antes, o tratamento adequado, garantindo mais qualidade de vida para a criança. “Entre os benefícios, está o fato de que o bebê vai conseguir ter uma boa pega e a mãe, amamentar corretamente. Nós sabemos que a amamentação exclusiva, nos primeiros meses da vida, é a melhor coisa para a vida de um recém-nascido. É no leite materno que se encontram todos os nutrientes que o bebê precisa para se desenvolver. A amamentação promove também o desenvolvimento craniofacial, com o crescimento da mandíbula e de todos os músculos e órgãos que compõem essa região”, finaliza.