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 Terrorismo alimentar: como o medo da comida está afetando sua saúde física e mental

Nos últimos anos, alimentos como arroz, batata e frutas passaram a ser vistos por muitos como vilões da alimentação devido à alta circulação de informações distorcidas sobre nutrição. Esse fenômeno, conhecido como terrorismo alimentar, gera um medo desnecessário da comida e pode comprometer tanto a saúde física quanto mental. Mas será que esses alimentos são realmente prejudiciais?

Segundo Lucas Barreto, nutricionista da Selfit Academias, o terrorismo alimentar acontece quando certos alimentos são vistos como vilões com base em informações extremistas, sem considerar fatores culturais, econômicos e afetivos. “Essa visão radical leva muitas pessoas a adotarem dietas restritivas sem acompanhamento profissional, o que pode causar fadiga, baixa imunidade e até transtornos alimentares, como compulsão e anorexia”, explica. Além disso, cortar alimentos essenciais pode prejudicar o corpo, resultando em perda de massa muscular, desequilíbrios hormonais e fragilidade óssea. Um erro comum é eliminar carboidratos, como arroz e batata, acreditando que isso acelera o emagrecimento. Mas, segundo o nutricionista, os carboidratos são a principal fonte de energia do corpo e fundamentais para o desempenho físico. “Se cortados drasticamente, podem causar cansaço, tontura, dificuldade de concentração e até aumentar a ansiedade e a compulsão alimentar”, alerta. Além disso, dietas muito restritivas acabam desregulando o metabolismo, tornando a perda de peso ainda mais difícil no longo prazo.

Para Lucas, o segredo é equilibrar uma boa alimentação com a prática de exercícios. “Cada nutriente tem um papel importante: proteínas ajudam na recuperação muscular, carboidratos fornecem energia e gorduras boas combatem o estresse oxidativo”, explica. Em geral, um plano alimentar saudável deve conter entre 45% e 60% de carboidratos, 20% a 40% de proteínas e 15% a 25% de gorduras.

Com tantas informações sobre nutrição circulando na internet, ele reforça a importância de filtrar o que consumimos. “Antes de seguir qualquer dica, veja se o influenciador tem formação na área e se o conteúdo tem base científica. Nutrição não é receita pronta, cada pessoa tem necessidades diferentes”, ressalta. E, em caso de dúvidas, ele dá um conselho simples: “Nada substitui o acompanhamento de um profissional qualificado”.