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Sindiarroz inicia projeto de fortalecimento da cadeia produtiva do arroz no Maranhão

O arroz é o terceiro cereal mais cultivado no planeta, sendo considerado um alimento básico para cerca de 2,5 bilhões de pessoas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Maranhão é o maior produtor de arroz do Nordeste e o quinto do país, com safra de 165,5 mil toneladas por ano. Aumentar a competitividade do arroz no estado, tanto na produção quanto na comercialização, é o objetivo de projeto do Sindicato das Indústrias de Arroz do Estado do Maranhão (Sindiarroz), filiado à Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA).

A produção de arroz tem uma significativa contribuição para a economia do estado. Além de gerar empregos diretos e indiretos, a atividade impulsiona diversos setores, como o comércio de insumos agrícolas, transporte e indústria de beneficiamento do produto. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da cadeia produtiva do arroz no Maranhão, o Sindiarroz promoveu uma reunião de alinhamento com a FIEMA, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MA), parceiros do Projeto SIN (Soluções Integradas ao Sindicato) e associados para definir o plano de ação em rede com cada uma dessas instituições.

A iniciativa considera a análise do setor, que demonstra que a média de produção de arroz no estado, estimada em 580 mil toneladas nas três últimas safras, indica déficit na oferta. Isso gera um cenário de grandes oportunidades para os produtores locais e indústrias que buscam processos de melhorias desde o plantio até a comercialização. Por meio da iniciativa do Sindiarroz, com o projeto de fortalecimento da cadeia produtiva, está sendo constituída uma verdadeira rede colaborativa entre instituições com know-how para a execução de ações junto aos produtores e as indústrias do segmento.

Segundo a coordenadora do projeto, Oísina Piorski, o Sindicato percebeu a necessidade de trabalhar alguns entraves no processo, tanto produtivo como de beneficiamento e, principalmente, no mercado e valorização do produto maranhense. “Resolvemos lançar um desafio, primeiro para as próprias indústrias associadas e depois para instituições parceiras, que é de construir um trabalho em rede de ações colaborativas, que visa desde o campo nos processos de plantio, passando pela industrialização até o mercado. A iniciativa envolve vários eixos, como legislações, a exemplo de licenciamentos ambientais, regularização fundiária, questão tributária, mas principalmente, atender a necessidade do produtor no campo e das indústrias que fazem o beneficiamento de arroz no estado, como nos processos de secagem e armazenagem dos grãos”, explicou Oísina.

A coordenadora executiva da FIEMA, Roberta Tanus, explicou a participação da FIEMA no projeto. “A entidade contribuirá com articulação institucional, além do apoio na elaboração das propostas de portarias especiais junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), na execução das atividades referentes ao suporte de imagem, comunicação e na valorização dos produtos maranhenses junto às entidades de classe do ramo alimentício, entre outras ações”, enumerou Roberta. De acordo com a química industrial do SENAI-MA, Leandra Santos, a instituição estará à frente da análise de água e solo da região de plantio, além de prestar consultoria. 

Estiveram presentes na reunião de alinhamento o vice-presidente executivo da FIEMA, Benedito Mendes, representando o presidente do Sindiarroz, Jeremias Oliveira Gaspar; o vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE, Celso Gonçalo; representantes do SENAI-MA, EMBRAPA, SAF, FAEMA/SENAR, IBAMA, CONAB, SEBRAE, MAPA, SAGRIMA, além de associados do Sindiarroz.

RIZICULTURA NO MARANHÃO – O estado é formado por 217 municípios, dos quais, 213 produzem arroz. Outra característica da orizicultura maranhense é que quase a totalidade do arroz produzido encontra-se em lavouras com menos de 50 hectares. Por outro lado, a região de Balsas, ao Sul do estado, está se consolidando com potencial de se tornar um importante polo de produção de cereais, do qual o cultivo de arroz de terras altas faz parte. Além disso, na região da baixada maranhense é possível cultivar arroz irrigado em sistemas tecnificados, mas encontra-se no aglomerado que envolve os municípios de São Mateus, Miranda, Vitória do Mearim, Arari e Itapecuru-Mirim, a maioria dos produtores que fornecem arroz para as indústrias de beneficiamento instaladas no Maranhão.

Estimando um consumo médio de 95,6 kg/habitante/ano, base casca, e uma população maranhense de 7.153.262 milhões de habitantes (IBGE 2022), seriam necessárias 683,85 toneladas de arroz para abastecer o mercado interno no estado. Os números demonstram um campo vasto de oportunidades, pois visando atender as indústrias arrozeiras do estado que têm sido obrigadas a importar arroz do Mercosul e de regiões vizinhas para atender o mercado local.