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Governo capacita profissionais de seis municípios maranhenses sobre diagnóstico da tuberculose

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC-Lacen/MA), encerrou nesta sexta-feira (22), a capacitação voltada para o diagnóstico de tuberculose no Maranhão.

Participaram do treinamento profissionais de saúde como bioquímicos, biomédicos e técnicos de laboratório dos municípios de Balsas, Miranda do Norte, Matões do Norte, Lagoa Grande, Pinheiro e Pio XII. O treinamento, que ocorreu nos dias 19 a 22 deste mês, contou com explicações teóricas, exercícios e prática, e no último dia, a avaliação do curso.

O diretor geral do IOC/Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacou a importância da capacitação e explicou como funciona o fluxo para o diagnóstico. “A capacitação continuada de profissionais dos municípios é fundamental para qualificarmos melhor o diagnóstico e, assim, dar mais celeridade ao diagnóstico da tuberculose no Maranhão e poder direcionar o paciente para um tratamento adequado com mais rapidez”, frisou.

De acordo com dados do Programa Estadual de Hanseníase e Tuberculose, a média anual de casos de tuberculose no Maranhão é de 2.600, sendo 40% de casos registrados em São Luís.

“No programa estadual, buscamos fortalecer as estratégias de controle da doença, tratamento nas duas áreas, tanto da doença ativa quanto da infecção latente. Esse trabalho de capacitação é muito importante, pois precisamos que a porta de entrada para esses pacientes seja através das unidades de atenção primária, e o diagnóstico seja feito nas próprias regionais de saúde, para que apenas depois do resultado, os pacientes procurem o Hospital Presidente Vargas, que é a nossa referência na capital. Em nossos indicadores, São Luís é o município com mais casos de tuberculose, justamente por haver essa cultura dos pacientes virem direto procurar o hospital referência”, relatou a técnica do Programa Estadual de Hanseníase e Tuberculose, Ana Carolina Marinho.

A biomédica Raila Lima, do município de Matões do Norte, reforça a importância da capacitação. “Como analista clínica, essa capacitação vai trazer benefícios não só para a gente como profissional na agregação de conhecimento, mas para o nosso município que vai poder oferecer para a população exames mais fidedignos e aumentar também o nível do padrão do nosso laboratório”, opinou.

A bioquímica e coordenadora dos Serviços de Acompanhamento da Rede de Laboratórios do IOC/Lacen-MA, Lécia Maria Cosme, explica que o método utilizado nessa capacitação, baciloscopia, é o mais simples que existe, porém é capaz de diagnosticar até 90% dos casos de tuberculose pulmonar.

“No IOC-Lacen/MA realizamos um teste de sensibilidade do bacilo em relação ao medicamento utilizado no tratamento, ou seja, examina-se se o organismo da pessoa está resistente ou não ao tratamento, se há uma eficácia do medicamento, pois quando acontece a resistência é preciso mudar o medicamento, para depois repetirmos esse exame com a nova medicação. Fazemos esse estudo principalmente nos casos de abandono de tratamento ou quando o paciente teve contato com outro paciente que apresentou a resistência”, enfatiza.

A capacitação foi realizada pela farmacêutica e bioquímica Célia Portugal. “Esse treinamento tem o objetivo de capacitar os municípios para que todos possam fazer o diagnóstico da maneira que é preconizado pelo Ministério da Saúde. O paciente que inicia o tratamento e não continua o acompanhamento, acaba não tendo resultados e não consegue chegar até a cura da doença. Nós fazemos o treinamento em relação à baciloscopia e também à cultura, que serve para a etapa do tratamento quando o paciente não estiver respondendo ao tratamento”, concluiu.

Tuberculose

Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa que pode ser diagnosticada em dois tipos: a tuberculose pulmonar e a extrapulmonar. O principal sintoma é a tosse constante que pode durar três ou mais semanas. A referência estadual para o acompanhamento especializado é o Hospital Presidente Vargas, que também assiste pacientes com Tuberculose Droga Resistente (TB-DR). O diagnóstico e atendimento é feito pela rede municipal em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS).