SÃO LUÍS – Gonçalves Dias é tema de palestra na ESMP
Em alusão aos 200 anos de nascimento do poeta Gonçalves Dias (1823-1864), a Escola Superior do Ministério Público do Maranhão (ESMP) promoveu na manhã desta terça-feira, 30, no Centro Cultural do MPMA, a palestra “O indígena na obra de Gonçalves Dias” proferida pelo professor e escritor Rossini Correa, membro da Academia Maranhense e da Brasiliense de Letras. Membros e servidores do MPMA, escritores e integrantes das academias Maranhense e Ludovicense de Letras, professores e alunos do ensino médio do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) – Gonçalves Dias, localizado entre o Apeadouro e Bairro de Fátima, acompanharam a atividade
Como debatedor, participou o presidente da Academia Maranhense de Letras, desembargador Lourival Serejo. A mediação ficou a cargo da promotora de justiça Ana Luiza Almeida Ferro, também membro da AML e da ALL. Igualmente esteve presente no evento a procuradora de justiça aposentada Elymar Figueiredo.
A apresentação dos participantes do debate foi feita pela diretora da ESMP, Karla Adriana Farias Vieira. “Este ano é um momento muito importante para nós que amamos arte, cultura e literatura, que amamos conhecimento, porque é o ano do bicentenário de Gonçalves Dias. Nós precisamos conhecer cada vez mais a obra e a história do poeta para desenvolver este sentimento de pertencimento”, afirmou.
Por sua vez, Ana Luiza Almeida Ferro destacou a importância de Gonçalves Dias ser estudado permanentemente nas salas de aula das escolas. “É com a alma de cada professor, com o trabalho de cada aluno. É assim, nas salas de aula, no espaço da educação, que vamos perpetuar a memória de Gonçalves Dias”, disse.
RECITAL
Antes de começar a exposição de Rossini Correa, Elymar Figueiredo recitou o poema de Gonçalves Dias intitulado “Canto do Piaga”, de caráter indigenista. Sobre esse aspecto, a procuradora aposentada destacou: “Ele foi o homem que se preocupou com os indígenas, até então considerados povos primitivos e sem cultura pelos brancos colonizadores. Gonçalves Dias reconheceu nos indígenas cultura, coragem, dignidade, respeito aos mais velhos, respeito à natureza que eles protegiam e veneravam. Hoje, esse respeito se tornou imperativo, porque se não respeitarmos a mãe-terra, a humanidade não sobreviverá”, frisou.
Em seguida, Ana Luiza Almeida Ferro apresentou um poema do escritor e historiador Mário Meireles, inspirado em “Canto do Piaga”. Para finalizar o recital, a aluna Clarah Isabella Araújo declamou a poesia “Marabá”, do poeta bicentenário.
PALESTRA
No início de sua exposição, Rossini Correa discorreu sobre os primeiros estudiosos e biógrafos de Gonçalves Dias, a exemplo de M. Nogueira da Silva, Antonio Henriques Leal, Lúcia Miguel Pereira e Mário Meireles, que se debruçaram na pesquisa sobre a vida e a obra do mais célebre poeta do Maranhão, nascido na cidade de Caxias e que morreu em um naufrágio na costa maranhense, quando retornava da Europa.
A atividade ainda contou com a apresentação de uma peça teatral dos alunos do Iema Gonçalves Dias.