Saiba quais os riscos de não vacinar seu filho contra a poliomielite

Com certeza você lembra dele: Zé Gotinha é um personagem que está no imaginário de todos os brasileiros. Ele foi criado em 1986, durante uma campanha de vacinação, para servir como atrativo na imunização do público infantil. Por muitos anos, o Brasil foi exemplo para o mundo quanto o assunto era aplicação de vacina. Porém, a prática vem diminuindo: o Brasil registra, hoje, a menor cobertura vacinal contra a poliomielite dos últimos trinta anos, segundo dados do Ministério da Saúde.  

No Maranhão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) contabiliza 157.955 doses aplicadas em crianças de 1 a 4 anos, o que corresponde a 34,46% da população desta faixa etária no corrente ano. Já em nível nacional, cerca de 4 milhões de doses foram aplicadas desde o início da mobilização. Por conta da baixa adesão, o Ministério da Saúde prorrogou a campanha vacinal até o dia 30 de setembro. A meta é imunizar 95% ou mais da população alvo.

Vírus


A doença é causada por um vírus, conhecido como poliovírus, que, ao entrar em contato com o organismo de crianças e adultos, pode levar à paralisia, principalmente dos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção contra a enfermidade. O público infantil menor de cinco anos deve receber as doses segundo o esquema vacinal.  

Em 2019, um estudo da Avaaz em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBim), mostrou que 13% dos entrevistados não se vacinaram ou não vacinaram uma criança sob seus cuidados, o que totaliza 21.249.073 de brasileiros. Entre os motivos estão: esquecimento, falta de planejamento, achar que a vacina não era necessária, medo dos efeitos colaterais e falta de informação correta.  

Para a professora da Faculdade de Medicina de Açailândia (Idomed Fameac), Rayssa Gabrielle de Castro Bueno, não existem dúvidas da eficácia da vacina. “Vale ressaltar que o Brasil conta com o Programa Nacional de Imunizações (PNIm), que é símbolo internacional de qualidade e preocupação no combate e prevenção de doenças, sendo ainda, parte integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Logo, não há dúvidas acerca da segurança e eficácia das vacinas. Vacinar é um ato de cuidado.”, afirma.

Sequelas

Em caso de contágio por poliomielite, as sequelas podem perdurar por toda a vida. Problemas e dores nas articulações, dificuldades de locomoção, paralisia, dificuldades na fala, atrofia e hipersensibilidade estão na lista de possíveis situações causadas pela doença. “Até o momento, não existe um tratamento específico para a poliomielite. O que pode ser feito é a realização de fisioterapia, que ajuda no alívio das sequelas, além de medicações para evitar o aumento das dores”, alerta.