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Reajuste da tarifa de ônibus ainda repercute na Câmara de São Luís  

O aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa do transporte público em São Luís não repercutiu apenas entre a população que utiliza o serviço. Também incomodou os vereadores na Câmara Municipal de São Luís. Com o reajuste, as tarifas das linhas de ônibus não integradas, que custavam R$ 3,20, estão custando R$ 3,40. Já o preço das linhas integradas subiu de R$ 3,70 para R$ 3,90.

Pelas redes sociais, o vereador Antônio Marcos Silva – o Marquinhos (DEM) mostrou-se contrário à decisão do prefeito Eduardo Braide (Podemos) e afirmou que o acréscimo no preço penaliza o usuário.

“Do que adianta tentar enganar a população, se no final a verdade sempre vai aparecer? Uma coisa é falar e outra é fazer, e o prefeito Braide mais uma vez prova que seus compromissos são meramente midiáticos. Isso se chama hipocrisia! O povo de São Luís está sendo penalizado, injustiçado e duramente enganado por esta gestão”, disse.

Segundo o parlamentar, é inconcebível um reajuste nesse momento difícil pelo qual a população está passando. Além disso, ele destacou que as pessoas dependentes do transporte coletivo são as mais penalizadas.

“Em tempos de tanto desemprego, escassez de oportunidades e tanta gente necessitada, é lamentável, é inconcebível um aumento nos preços das passagens de ônibus. Quem depende do transporte coletivo e vive diariamente essa dura realidade sabe o impacto do aumento dos gastos com um transporte que, além de caro, não tem qualidade, segurança e muito menos conforto para os usuários”, completou.

Na opinião do co-vereador Eni Ribeiro, do Coletivo Nós (PT), o aumento foi equivocado, pois existe um descumprimento de regra por parte dos consórcios que impede a qualidade do serviço.


“É um reajuste completamente equivocado e imoral. Um reajuste que chega até ser ilegal se você pensar bem o que a gente tem discutido e descoberto na CPI que essa Casa realiza e que tem contribuído com a sociedade de São Luís, mostrando a verdadeira patifaria que há no sistema de transporte, com empresas rodando sem licenciamento, ônibus que não deveriam estar circulando desde 2019, mas carregam o nosso povo e colocam vidas em risco”, frisou.

Subsídio federal é solução

O vereador Francisco Carvalho (PROS), presidente da CPI do Transporte, considerou que a saída para solucionar problemas no transporte seria um subsídio federal.

“Saúde, educação e transporte são direitos fundamentais previstos em nossa Constituição, mas o Governo Federal só financia a Saúde, por meio do SUS e a Educação, com o Fundeb. Quem fica com os custos do transporte? Os usuários e os municípios. Precisamos mudar essa situação, através de um subsídio federal”, afirmou.

O vereador Álvaro Pires (PMN) também concorda com o entendimento do colega e afirma que é preciso buscar medidas, como subsídios, visando custear o sistema.  

“Aumento da tarifa pública no sistema de transporte é algo sempre muito dolorido. Por isso, acredito que precisamos pensar em outras alternativas para custear o sistema para não ficar agregado apenas ao trabalhador que usa transporte”, opinou.

Sugestões na reforma tributária

O assunto foi parar no Senado Federal depois que o Álvaro Pires enviou ao senador Roberto Rocha (PSDB-MA), relator da reforma tributária, um ofício sugerindo que o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) contribua financeiramente para diminuir o impacto tarifário no transporte público

“Em nossa opinião, a melhor forma do IVA seria contribuir financeiramente para diminuir o impacto tarifário no transporte público urbano de transporte nas cidades mais populosas e capitais dos estados, considerando que o objetivo da reforma é tributar não o dinheiro, mas produtos e serviços”, concluiu Álvaro Pires.