Projeto maranhense concorre na etapa nacional do Prêmio Educador Transformador
Alunos e professores de escola pública da capital São Luís reforçam ser possível usar a tecnologia a favor do meio ambiente ao desenvolverem projeto de automação da irrigação da horta comunitária e do sistema de compostagem da instituição de ensino. O projeto não somente beneficiou a comunidade escolar e seu entorno, como também foi um dos ganhadores nas fases estadual e regional da 2ª edição do Prêmio Educador Transformador, realizado pelo Sebrae, Bett Brasil e Instituto Significare. Agora segue para a etapa nacional, que ocorre na quarta-feira (24), durante a programação da Bett Brasil, na cidade de São Paulo.
O Prêmio Educador Transformador valoriza ideias de educação empreendedora desenvolvidas por professores de escolas públicas e privadas de todo o país, destaca a gerente da Unidade de Empreendedorismo Territorial do Sebrae no Maranhão, Hildenê Maia. “Reconhecer iniciativas alinhadas a esse modelo educacional contribui para a formação e o desenvolvimento dos alunos enquanto indivíduos e membros da sociedade”, enfatiza a gestora. Por meio do Sebrae, soluções nesse sentido já chegaram a 209 municípios do Maranhão.
Da teoria à prática — Finalista na categoria Educação Profissional, o “Escola Sustentável: Nutrindo o Futuro pelas Mãos da Tecnologia” foi inscrito pelo engenheiro eletricista Felipe Borges, coordenador do laboratório fábrica do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) Itaqui-Bacanga, o FabLab, onde são desenvolvidas as atividades do projeto. “Eu me sinto bem em saber que podemos estar o tempo todo ajudando e motivando as pessoas a quererem fazer o bem”, conta Jennyfer Cruz, de 17 anos, uma das estudantes que participam do projeto.
A escola possui uma horta comunitária que não era irrigada durante as férias escolares e fins de semana. Por isso eles pensaram na automatização do processo utilizando sensores de umidade e de luminosidade, que funcionam com energia solar e foram montados com materiais de baixo custo. Outra solução para ajudar na manutenção da horta e reaproveitar alimentos que seriam descartados foi a composteira, que também usa automação. Ela produz adubo, fertilizante e inseticida natural.
“Quando o solo está seco, o sensor manda informação para a bomba de água e ela irriga. Quando o solo está úmido, ele manda informação e essa bomba é fechada”, explica a aluna Vitória Kézia, de 18 anos, sobre o sistema de rega automática. Além disso, está conectado à rede de internet, permitindo o acompanhamento à distância e em tempo real das informações captadas pelos sensores. “Podemos acompanhar por meio de um aplicativo”, diz o discente Geyhel Magno, de 18 anos.
A estudante Julia Lorena, de 16 anos, dá mais detalhes sobre a composteira, que necessita de condições ideais para que não haja perdas. “A compostagem é um processo que dura entre 60 e 90 dias. Muitas vezes, nesse processo, percebíamos que alguns alimentos acabavam apodrecendo por conta do nível da temperatura ficar muito alto ou a umidade ficar muito elevada”, esclarece. Segundo ela, o monitoramento possibilitado pelos sensores de luminosidade e umidade instalados na composteira foram essenciais para que isso não ocorra.
O professor Felipe Borges acredita que as soluções também possam ser levadas para fora da escola, passando a ser utilizadas até mesmo em grandes plantações agrícolas. Buscando o suporte do Sebrae Maranhão, ele planeja aproximar ainda mais os alunos de ações de inovação, a exemplo de orientações sobre criação de startups. “Podemos pegar esse know-how, esse conhecimento do Sebrae, e trazer para os nossos produtos. Temos vários projetos que podem ser comercializados”, afirma.