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Projeto do Coletivo Nós irá instituir a Semana do Hip-Hop em homenagem ao maranhense Preto Ghoez

O Coletivo Nós (PT), apresentou à Câmara Municipal de São Luís o Projeto de Lei nº 97/21, que dispõe instituir no calendário oficial do município a Semana do Hip-Hop, denominada Semana Preto Ghoez, em homenagem ao artista maranhense que se tornou referência no cenário do hip-hop estadual e nacional. O calendário de atividades será realizado anualmente, de 3 a 9 de outubro.

De acordo com a proposta, durante a Semana Preto Ghoez serão oferecidas à população atividades de intervenções urbanas, oficinas, debates, palestras, grafitti, shows de rap, apresentação de DJs e breaking.

“Nosso objetivo com a Semana do Hip Hop, além de homenagear esse artista único do nosso Estado, é dar visibilidade e, sobretudo, reconhecer um movimento que está extremamente fortalecido nas periferias de São Luís”, disse o co-vereador Eni Ribeiro, acrescentando que o Hip hop é uma cultura genuína, porque nasce da resistência de seu povo, e, por isso, a Semana Preto Ghoez vem para incentivar ainda mais essa cultura da periferia da capital”, afirmou.

CONHEÇA A HISTÓRIA DE PRETO GHOEZ
Morto aos 33 anos em um acidente de trânsito em Itajaí, Santa Catarina, no dia 10 de setembro de 2004, Márcio Vicente Góis, o Preto Ghoez, se tornou um artista de ampla relevância política e social. Poeta e rapper maranhense, vocalista do grupo Clã Nordestino, Ghoez era um dos líderes do Movimento Hip Hop Organizado do Brasil (MHHOB), uma das organizações nacionais do setor.

Na ocasião de sua morte, o ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, lamentou profundamente sua partida. “É uma imensa perda. Como artista, líder e articulador talentoso do Hip Hop, Ghoez deixou um trabalho sedimentado, voltado para a construção de políticas para a juventude brasileira. Ele era uma inteligência a serviço dessa revolução silenciosa que os grupos culturais promovem hoje nas centenas de periferias do país”, afirmou Gil.

Ghoez nasceu em São Luís e sobreviveu por meio da pesca de caranguejos nos mangues, onde passou boa parte de sua infância. Anos depois, se tornou interno da Febem, onde iniciou seu trabalho musical, narrando as dificuldades dos meninos pobres e escancarando problemáticas sobre o racismo. A partir daí, ajudou a organizar o movimento Hip Hop nas regiões Norte e Nordeste.

Em parceria com o Ministério da Cultura, Ghoez idealizou ainda o projeto ‘Fome de Livro na Quebrada’, e integrou um grupo de trabalho destinado a desenvolver parcerias entre ações do governo e o movimento Hip-Hop. O grupo, criado a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era composto por representantes do movimento Hip-Hop de todo o país.