Projeto de Carlos Lula prevê criação do ‘Dia Estadual em Memória às Vítimas da Covid-19’.
Para homenagear as vítimas da covid-19, o deputado estadual Carlos Lula (PSB) propôs um projeto de lei que institui o ‘Dia Estadual em Memória às Vítimas da Covid-19’, em 29 de março, dia em que foi registrado o primeiro óbito pela doença no Maranhão. Segundo a proposta do parlamentar, nessa data as bandeiras instaladas nos órgãos públicos deverão ser hasteadas a meio mastro, bem como prestadas honras às vítimas.
“Esse projeto é muito simbólico, pois o Brasil tem cerca de 10% dos óbitos do mundo em decorrência da covid-19 e no Maranhão, apesar de termos a menor taxa de mortalidade do país: perdemos 11 mil maranhenses nos últimos três anos. Mais do que simples estatísticas, os falecidos são nossos pais, irmãos, parentes e amigos queridos. Cada uma dessas vidas perdidas importa muito e jamais deve ser esquecida”, enfatizou Carlos Lula.
Primeiro caso
Neste domingo (26), o Brasil completa três anos do registro do primeiro caso de covid-19: um homem de 61 anos internado no Hospital Israelita Alberth Einstein com histórico de viagem à Itália.
Quem sobreviveu à doença destaca um misto de sentimentos variando entre a felicidade de estar vivo e o medo de contrair a covid-19 novamente. A empregada doméstica Andrelina Rodrigues, 62 anos, fala sobre o diagnóstico da doença em abril de 2021, mesmo tomando todos os cuidados recomendados para evitar a contaminação. Como já tinha hipertensão, uma das comorbidades de maior risco, seu quadro de saúde piorou e ela precisou ser internada no Hospital de Cuidados Intensivo, unidade de referência na capital maranhense.
“Passei cerca de oito dias internada e respirando com a ajuda de balões de oxigênio. A sensação era desesperadora em meio a tantas notícias de óbitos em decorrência da doença. Fiquei muito feliz em ter conseguido me recuperar e voltar para casa. Hoje, continuo tomando todos os cuidados. Já tomei até a quinta dose da vacina, pois tenho muito medo de passar por tudo isso novamente”, disse Andrelina Rodrigues.
Outras famílias passaram por momentos ainda mais difíceis com a perda de familiares em decorrência do novo coronavírus. “É uma falta que iremos sentir para o resto dos nossos dias. Perder pessoas tão queridas para uma doença, na época desconhecida, nos deixou com uma sensação de que algo mais poderia ser feito para salvarmos a vida deles. A covid-19 roubou muitas vidas, mas elas sempre serão lembradas nos nossos corações”, afirmou o designer Felipe Magalhães, que perdeu dois tios em decorrência da doença.
Números
Em 36 meses, mais de 674 milhões de casos do novo coronavírus foram notificados em todo o mundo, com o registro de 6.8 milhões de mortes. No Brasil, já foram notificados pelo Ministério da Saúde mais de 37 milhões, com quase 700 mil óbitos. Destes, mais de 490 mil casos e 11 mil óbitos foram registrados no Maranhão, estado brasileiro com menor mortalidade em decorrência da doença.
De acordo com o Painel Conass, o Brasil atravessou cinco ondas evidentes da covid-19. A primeira, em 2020, com o vírus original; a segunda, em 2021, com as variantes Delta e Gama; a terceira, quarta e quinta, em 2022, com variantes da Ômicron, que predominam entre os novos casos diagnosticados do vírus.
Nova campanha
No estado, a vacinação contra a doença entra em uma nova fase nesta semana. Os 217 municípios maranhenses iniciam a imunização com as doses bivalentes da Pfizer para a Campanha Nacional de Vacinação 2023. Os grupos prioritários serão os primeiros contemplados e devem ter recebido a última dose de reforço ou última dose do esquema primário (básico) com vacinas monovalentes há pelo menos quatro meses.
Conforme a Nota Técnica do Ministério da Saúde, a campanha será dividida em etapas:
1ª Fase – pessoas com 70 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.
2ª Fase – pessoas de 60 a 69 anos.
3ª Fase – gestantes e puérperas.
4ª Fase – trabalhadores da saúde.
5ª Fase – pessoas com deficiência permanente.