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Programação da IX Semana da Pessoa com Deficiência continua nas escolas da rede estadual

Em continuidade às ações da IX Semana da Pessoa com Deficiência, que tem como tema “Ressignificando o Direito de Aprender: Pessoa com Deficiência, Sujeito Motriz da Mudança”, as escolas da rede estadual de ensino realizam, até a próxima terça-feira (28), atividades com o objetivo de promover debates, diálogos e reflexões acerca da qualidade do atendimento ao estudante com deficiência. 

A Semana da Pessoa com Deficiência é organizada pela Supervisão de Modalidades e Diversidades Educacionais (SUPMODE) da Seduc, em parceria com os Centros e Núcleo Especializados da Educação Especial da rede estadual de ensino, reunindo gestores, professores, segmentos sociais, representante do Ministério Público, pais, estudantes, técnicos e demais profissionais distribuídos nas Unidades Regionais de Educação do Maranhão.

“A proposta é chamar a atenção da comunidade escolar e da sociedade como um todo, para a importância do fortalecimento das políticas públicas para a pessoa com deficiência.
Também, com a ideia de desmitificar a perspectiva assistencialista que ainda existe muito forte no atendimento à pessoa com deficiência. Nessa semana, tivemos várias atividades. A ideia do Governo do Estado dentro da política do Escola Digna é não deixar nenhum estudante para trás; e essa semana deixa claro que essa política é uma política de prioridade. O secretário Felipe Camarão, juntamente com a secretária adjunta Nádya Dutra, tem nos encorajado muito no avanço dessa pauta, porque entendem que é essencial para que esses alunos se desenvolvam”, explicou o supervisor de Modalidades e Diversidades Educacionais, da Seduc, Jocenilson Costa..

Na quinta-feira (23), o Centro de Ensino Manoel Beckman, escola da rede estadual de ensino, no bairro Bequimão, recebeu equipes dos Centros de Educação Especial Padre João Mohana e Maria Helena Antipoff que produziram a ‘Mostra de Materiais de Baixa Tecnologia Assistiva Aplicados a Estudantes com Deficiência’. 

“Nós trouxemos a proposta de fazer atividades práticas envolvendo estudantes com e sem deficiência, em que eles pudessem observar, na prática, atividades desenvolvidas com os estudantes com deficiência intelectual e autismo. Muitos dos estudantes do ensino regular sentiram a dificuldade, porque eles perceberam como esse estudante com deficiência vivencia essas atividades. Então, foi um momento enriquecedor”, disse Luciana de Carvalho Santos, Gestora do CEE Padre João Mohana. 

Durante todo o dia a comunidade escolar do Ensino Regular teve a oportunidade de vivenciar as atividades desenvolvidas pelos Centros de Educação Especial. Na mostra, os estudantes tiveram acesso a jogos diferenciados construídos por professores e técnicos da educação especial, onde são trabalhadas as questões sensoriais, como habilidades de atenção, percepção, sensibilidade, coordenação motora dos alunos com deficiência, além de trabalharem conteúdos necessários aplicados para desenvolver a autonomia de uma pessoa com deficiência. 

“Eu achei muito interessante, porque a gente aprimora os nossos conhecimentos e as pessoas que têm dificuldade intelectual aprendem mais. As pessoas que têm deficiência e os que não têm deficiência podem ajudar os que têm dificuldade no sentir, no ouvir, no falar. É isso que eu acho”, disse Vanessa de Sousa Pinheiro, estudante do Manoel Beckman, que tem deficiência intelectual. 

“Uma experiência muito interessante, porque a gente colocou a venda e se colocou no lugar das pessoas cegas. E sempre me perguntei como essas pessoas cegas fazem para andar, para realizar suas atividades. E hoje eu descobri que, através do toque, vão sentindo, se localizando. É uma experiência incrível”, disse Gabriel Araújo, aluno do CE Manoel Beckman. 

Entre as ações da IX Semana da Pessoa com Deficiência, que começou no dia 21, foi realizada uma palestra magna com a professora Maria Teresa Mantoan, pedagoga, doutora na área de educação, e uma das maiores especialistas em Educação Especial e Inclusão Escolar do país. Atualmente, ela é coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença (Leped) e membro da Ordem Nacional do Mérito Educacional, pelos relevantes serviços prestados à educação brasileira. A palestra da teve como tema:  Base Nacional Curricular Comum e Direitos de Aprendizagens do estudante com deficiência. 

Também foram realizados lançamentos de livros de professores do Centro de Apoio à Pessoas com Surdez (CAS), entre tantas outras ações que possam contribuir para a fortalecer a visibilidade das pessoas com deficiência.

“Oficina Meu Eu”

O CE Maria José Aragão, que tem um total de 30 estudantes com deficiência, sendo uma das escolas da rede com maior número de estudantes inclusos, promoveu uma oficina de pintura intitulada “Meu Eu”, onde os alunos com diferentes deficiências foram convidados a se olharem no espelho para e traduzirem na tela a visão que têm de si próprios. O resultado foi autorretratos cheios de sentimentos e que convidam a reflexões.

O estudante João Victor Corrêa Nascimento, 17 anos, é autista. No desafio de mostrar o seu interior, deixou fluir os sentimentos e produziu um retrato que, para ele, traduz momentos da sua vida, da sua rotina. “Sou eu nos meus momentos de raiva e sou nos meus momentos de calma. A arte me acalma, às vezes”, disse João concentrado no seu desenho. 

“Aqui, no espaço da escola, tem os professores que explicam bem as disciplinas, são bem legais, temos a interação com os ouvintes, às vezes eles me perguntam alguns sinais, chamam o intérprete para aprender, têm curiosidade em aprender os sinais, então tem uma interação e nós vamos nos ajudando com essa interação. Na escola eu me sinto aceito, incluído”, disse Guilherme Henrick Barbosa Dias, 17 anos, da 3ª série do Ensino Médio. 

“Essa oficina ela propõe, primeiro: uma autoanálise, um autoconhecimento, a identificação deles a partir deles, quem são eles, qual o olhar que eles têm sobre eles mesmos e, a partir daí, eles produziram nas telas o “Meu Eu”. A ideia foi pintar os invisíveis, porque a maioria deles fica invisível na sociedade, as pessoas não percebem, e quando percebem não estão preocupadas com eles. O que a gente deseja é que a sociedade perceba essas pessoas, identifiquem, tenha empatia”, destacou Wilson Chagas, gestor geral da escola. 

Educação Inclusiva

Hoje a rede estadual de ensino do Maranhão atende a 1.419 estudantes com os mais diversos tipos de deficiência no Ensino Regular. Esses estudantes estão distribuídos em 818 turmas, de 280 escolas de Ensino Regular. A rede oferta ainda 115 Salas de Recursos Multifuncionais. Além do Ensino Regular, atende a mais 822 estudantes na Educação Especializada.