Professores e técnicos participam do curso Disciplina Restaurativa nas Escolas.
Professores e técnicos da educação de 10 escolas públicas, na região do bairro do Turu, participam, até sexta-feira (3), do Projeto Escola para Vida com o curso “Disciplina Restaurativa nas Escolas”, uma iniciativa do Clube de Mães Mateus, Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Ministério Público e Secretaria Municipal de Educação (Semed).
O curso busca capacitar professores e técnicos sobre a construção de ambientes de aprendizagem saudáveis nas escolas, por meio da problematização do conceito de disciplina e das práticas decorrentes.
Das dez escolas selecionadas, sete são da Rede Estadual de Ensino. Para participação das unidades de ensino, foi levado em consideração a disponibilidade e interesse dos gestores e educadores para o trabalho com as temáticas Cultura de Paz, Mediação e Justiça Restaurativa na Educação; a participação ativa nas ações anteriores, promovidas pela Rede de Atendimento Integral; e a proximidade geográfica em relação ao Núcleo Comunitário de Mediação e Práticas Restaurativas da Divinéia.
A ideia é atuar ativamente para a construção de ambientes escolares mais seguros e pacificados, com ações que tenham o foco no fortalecimento de vínculos comunitários, na gestão de conflitos e na promoção do protagonismo juvenil. Uma oportunidade de trabalhar conflitos na comunidade escolar de forma mais assertiva.
“Esperamos adquirir novos conhecimentos durante o curso para trabalhar de forma correta conflitos que venham a existir tanto entre os alunos quanto na comunidade”, explicou Ana Bárbara, gestora pedagógica do Centro de Ensino Vinicius de Moraes.
Entre as ações específicas do curso estão: o aperfeiçoamento de educadores, educandos, gestores, funcionários, familiares e lideranças comunitárias para a utilização de técnicas de gestão de conflitos sem violências nas escolas. Outra medida é fortalecer as redes do território para a gestão não violenta de conflitos, com participação ativa das comunidades escolares e lideranças comunitárias, fomentando Células de Cultura de Paz nos centros de ensino.
Além disso, a capacitação pretende fornecer ferramentas para a redução dos registros de violências entre adolescentes nas unidades de ensino, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, reduzir as situações de violência intrafamiliar e promover o protagonismo dos estudantes.
“A importância desse curso é oferecer ferramentas para que a gente possa trabalhar essas disciplinas restaurativas em sala de aula, principalmente para professores como eu que estão ligados à disciplina de projetos de vida”, relatou Francisco Tadeu, professor de filosofia do Centro de Ensino João Paulo II.
Eva Barros, gestora da Unidade Regional de Educação de São Luís, destacou a importância do momento. “É importante porque ações como essa permitem que o educador se torne coparticipante do processo de integração dos estudantes na sociedade”, disse a gestora.
Segundo o Ministério Público, um dos idealizadores do projeto, as comunidades escolares participantes constituirão suas Células de Cultura de Paz, com indicação de um ponto focal. Algumas atividades de formação têm o intuito de formar multiplicadores do Guia Unicef de Competências para a Vida.
“Trazendo o conhecimento da Justiça Restaurativa, nós instrumentalizamos os nossos gestores para trabalhar gestão de conflito, com essas novas ferramentas criamos um novo modelo que agrega novas valores nas resoluções de conflitos ‘intraescolares’”, destacou Vicente de Paulo Silva Martins, promotor de Justiça.