Prefeitura de São Luís inicia 2ª edição do programa Canteiro Escola que vai restaurar fachadas dos palácios Arquiepiscopal e do Comércio.
A Prefeitura de São Luís promoveu, nesta segunda-feira (6), na Associação Comercial do Maranhão (ACM), a solenidade de abertura da segunda a 2ª edição do programa Canteiro Escola. A iniciativa é fruto da parceria com a iniciativa privada e promove capacitação de mão de obra para conservação dos bens culturais e históricos de São Luís.
O Canteiro Escola é uma realização da Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (Fumph), e da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), por meio do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), com o apoio do Sesi, Senai, Sebrae, Fecomércio e Associação Comercial do Maranhão (ACM). Além das empresas Vale, Alumar, B2O Partners, Eneva, Cimento Bravo e Gomes Sodré.
“A nossa Fundação Municipal do Patrimônio Histórico vem mostrando em cada edição a importância de entregarmos os nossos patrimônios e monumentos restaurados, conseguindo também mostrar o lado humano deste trabalho, que é capacitar e entregar uma mão de obra qualificada. Ninguém consegue cuidar de uma cidade sozinho, ainda mais uma cidade como São Luís, com mais de um milhão de habitantes, e as parcerias são fundamentais, por isso agradeço também todos os parceiros, empresas, federações e indústrias, que tornam essa iniciativa um sucesso”, destacou o prefeito Eduardo Braide.
Na primeira edição do Canteiro Escola toda a fachada do Mercado das Tulhas foi recuperada, e desta vez, dois importantes prédios históricos da capital foram escolhidos para serem revitalizados. O Palácio Arquiepiscopal, que abriga o Museu de Arte Sacra, e o Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial do Maranhão. Ambos terão os rebocos, pintura externa, assim como as esquadrias em madeira, grades e os gradis/guarda-corpos recuperados.
“Os dois palácios que serão revitalizados ficam no centro fundacional da nossa capital e são dois monumentos icônicos para a compreensão da nossa história com fachadas e arquitetura com identidades únicas. O projeto tem como objetivo a conservação das memórias do nosso passado. É missão do poder público e privado, assim como da nossa comunidade lutar pela preservação da nossa história”, destacou Kátia Bogéa, presidente da Fumph.
Selecionados
Durante os cerca de sete meses de duração do projeto, os 60 alunos selecionados por meio de edital, receberão bolsa-auxílio de R$300,00, além de alimentação, vale-transporte, fardamento e, na conclusão do curso, o certificado emitido pelo Senai. Todos eles vão contribuir com a recuperação dos prédios por meio de capacitação teórica e prática nos cursos de pintor de obras imobiliárias e pedreiro de revestimento.
Uma dessas alunas é a Laize Lindoso, de 29 anos, que já é formada em Gestão de Recursos Humanos e busca aumentar o seu leque de formações. “Me inscrevi no Canteiro Escola em busca de me qualificar ainda mais, e essa é uma oportunidade também para nós mulheres em sermos inseridas em uma função tradicionalmente masculina. Estou bastante empolgada com essa oportunidade”, disse a aluna.
“Me interessei e me inscrevi no programa por indicação de um amigo. Vi uma oportunidade de entrar para o mercado de trabalho e o Canteiro Escola é essa oportunidade que eu estava procurando”, disse Wesley Lucas, de 19 anos, que está concluindo o Ensino Médio no Liceu Maranhense.
O presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz, ressalta o importante papel social do projeto. “É preciso que a cidadania corporativa seja uma realidade em nosso setor, por meio de empresas e entidades comprometidas com a qualificação de mão de obra especializada, assim como o empenho em garantir a continuidade da nossa história apoiando projetos que lutem pela revitalização do nosso Patrimônio Mundial com responsabilidade e dedicação”, frisou.
“É um prazer e orgulho participar de um projeto que possui um trabalho admirável de revitalização e contribuição social. Nosso palácio tem história e é dever de todos contribuir para que as futuras gerações possam usufruir desse patrimônio”, enfatizou o presidente da Associação Comercial do Maranhão, Cristiano Barroso Fernandes.
A solenidade também contou com a presença da vice-prefeita, Esmênia Miranda, dos secretários municipais, Liviomar Macatrão (Semapa), Marco Duailibe (Secult), Bruno Trindade (Semurh), Verônica P. Pires (Semispe), David Col Debella (Semosp), Karla Lima (Semmam), Nirvana Anchieta (Semsa), Henrique Almeida (adjunto Secult), procurador-geral do Município, Sérgio Motta, deputado estadual Fernando Braide (PSC), subprefeito da Zona Rural, Dilmar Araújo, de Edilson Baldez, presidente da Fiema, diretor regional do Senai, Raimundo Arruda, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Celso Gonçalo, diretor superintendente do Sebrae, Alberino Leal, presidente da Fecomércio, Maurício Feijó, da vice-presidente da Associação Comercial, Magnólia Rolin, do padre Jadson Borba, coordenador arquidiocesano, entre outras autoridades e parceiros que apoiam o projeto.
Palácio do Comércio
O Palácio do Comércio, importante edificação da arquitetura art déco, foi inaugurado em 1943 para abrigar a sede da Associação Comercial do Maranhão e o Hotel Central, uma referência nos anos 1950. Alguns de seus ambientes sofreram algumas alterações com reformas e adaptações para outros usos, mas ainda é possível notar sua construção original nos últimos pavimentos.
O térreo possui hoje, lojas diversificadas, ocupando ambientes da fachada, além do hall da recepção da Associação Comercial e de um auditório, com mobiliário de época.
Palácio Arquiepiscopal
O Palácio Arquiepiscopal, ao lado da Catedral de Nossa Senhora da Vitória, compõe um conjunto arquitetônico de importante valor histórico e artístico. Construído no século XVII, é um dos mais simbólicos monumentos do Centro Histórico de São Luís.
Edificado em 1627 pelos jesuítas para sediar o Colégio e Igreja de Nossa Senhora da Luz, este imponente conjunto foi palco da história do Maranhão por meio da ação de homens da grandeza dos padres Antônio Vieira e João Felipe Bettendorf.
A partir de 2014, o segundo pavimento do Palácio Episcopal passou a abrigar o Museu de Arte Sacra, buscando apresentar o processo histórico de colonização e ocupação do território maranhense, iniciado no século XVII, com um acervo de objetos de arte sacra e arte jesuíta.