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Pesquisa apoiada pela Fapema impulsiona o melhoramento genético da abóbora, aumentando nutrientes e reduzindo o tempo de cultivo

A abóbora é um fruto tradicional no Norte e Nordeste do país, muito consumida no Maranhão, tendo, inclusive, uma espécie que leva o nome da região, a abóbora jerimum de leite. Um item vitaminado, saudável e que pode ter sua cultura ampliada e melhorada. É o que propõe o estudo ‘Melhoramento genético da abóbora (Cucurbita moschata D.) para aumento de carotenoides e redução do porte de plantas no Maranhão: proposta para otimização da produção local e alimentação saudável’ com benefícios para os agricultores familiares. O estudo, apoiado pela Fapema, é coordenado pelo pesquisador da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus de Chapadinha, Ronaldo Silva Gomes.

O pesquisador destaca que o uso dessa hortaliça na alimentação traz benefícios à saúde humana, como o suprimento de vitamina A e funções bioativas. 

Além de vitaminas, a abóbora é rica em ferro e ácido fólico, componentes importantes para o sistema imunológico, que diminuem bastante o risco de doenças, como a anemia.

“Este estudo é importante pela análise de um fruto que é parte da alimentação nordestina, e nosso estado é um grande consumidor. Parabenizamos a pesquisa, que a FAPEMA apoia e que trará benefícios para a população. A proposta em melhorar essa cultura tradicional de nossa região e torná-la acessível a mais pessoas é de grande importância, pois impacta na saúde e no social”, frisou o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Nordman Wall.

Atuando na área de produção vegetal, com ênfase no melhoramento genético de hortaliças, Ronaldo Gomes desenvolve o estudo com a finalidade de aumentar os carotenoides e reduzir seu tamanho, aumentando as possibilidades de cultivo e a quantidade de itens produzidos. “Queremos otimizar a produção local e ampliar o acesso a esta alimentação saudável”, frisou o pesquisador.

A ingestão de carotenoides contribui para 60% da ingestão dessa vitamina. Alguns estudos sobre a interação desta substância, e as vitaminas C e E, presentes na abóbora, mostram a proteção às células que o consumo de abóbora pode representar ao corpo humano. É essa essência química que dá cor a alguns alimentos e traz benefícios comprovados à saúde. 

Os carotenoides são poderosos antioxidantes, podem se converter em vitamina A e ainda prevenir o aparecimento do câncer, doenças cardiovasculares e catarata. No estudo, foi utilizado o tipo moschata (abóbora de leite).

“O foco da pesquisa é conduzir um programa de melhoramento desta abóbora para aumento do teor de carotenoides totais da polpa de frutos e redução do porte de plantas. A partir disto, pretendemos obter uma produção da abóbora moschata melhorada, com maior teor de carotenoides totais nos frutos e plantas, e com porte compacto. Queremos, também, disponibilizar esta cultura aos agricultores familiares da Microrregião de Chapadinha”, explica Ronald Gomes.

No momento, a pesquisa está na etapa de análise dialélica, que consiste em avaliar o desempenho dos cruzamentos entre os genitores selecionados para o programa de melhoramento. São observadas espécies com marcante redução do porte de plantas. 

“Confiamos que será um programa exitoso na redução do porte de plantas. No final da análise dialélica também vamos avaliar o teor de carotenoides de frutos, de forma geral”, ressalta Ronaldo Gomes.

O pesquisador também destaca a importância do apoio da Fapema, para que a pesquisa saísse do papel. “A Fapema tem oferecido apoio crucial para o desenvolvimento do projeto. A instituição é responsável por intermediar a avaliação e seleção de projetos na modalidade deste estudo. A Fapema também é responsável por todo o acompanhamento da execução do projeto de pesquisa, além auxiliar financeiramente a pesquisa no custeio de despesas. Só tenho a agradecer em poder contar com este apoio”, enfatizou.

A pesquisa é desenvolvida em parceria com o professor Wellington Ferreira do Nascimento, membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFMA, e que atua como supervisor do estudo.

Com a continuidade do projeto, o pesquisador informa que será realizada a avaliação das progênies dos genótipos selecionados com menor porte de plantas e maior teor de carotenoides. A proposta é comprovar que estes genótipos selecionados são capazes de repassar as características, como menor porte de plantas e maior teor de carotenoides.

“Concluída esta fase, vamos cruzar os genótipos superiores para porte de plantas e teor de carotenoides. Com isso, queremos oportunizar a recombinação e obtenção de espécies melhoradas para o porte de plantas e teor de carotenoides”, frisou o pesquisador.