Pesquisa apoiada pela FAPEMA estuda a utilização da goma do caju para tratar erosões dentárias
Tratar erosões dentárias criadas pelo refluxo gástrico usando goma extraída do caju. Este é o propósito da pesquisa “Efeito Tópico da Goma do Cajueiro para Prevenção do Desgaste Dental em Pacientes com Refluxo Gastrico”, desenvolvida pela pesquisadora e graduanda em Odontologia, Adrianne Caroline Santos, e coordenado pela professora doutora Leily Macedo Firoozmand. O estudo é desenvolvido com o apoio financeiro do Governo do Estado por meio de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).
A pesquisa foi possível a partir de financiamento, por meio da concessão de bolsa da FAPEMA. “Ficamos muito felizes com a seleção do nosso projeto ter sido abraçado pela Fundação. É um produto que já está tendo resultados iniciais promissores, podendo inovar o mercado odontológico. Ficamos muito satisfeitas pela parceria com esta grande instituição de apoio à pesquisa científica do Maranhão”, enfatizou a pesquisadora Adrianne Caroline Santos.
O presidente da FAPEMA, André Santos, destacou que, por orientação do governador Carlos Brandão, a Fundação tem buscado apoiar cada vez mais pesquisas que tenham impacto na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento do Maranhão. “Hoje a FAPEMA é a segunda fundação de amparo à pesquisa do país que mais investe, proporcionalmente, em pesquisa, com destaque para o aumento de bolsas de doutorado, quase 650%, e de mais de 100% no número de cotas de bolsas de mestrado”, pontou André Santos.
Mais sobre a pesquisa
A pesquisa que utiliza a goma do caju busca a resolução de um dos grandes problemas da Odontologia atualmente, que é a erosão dental. Uma série de estudos vêm sendo desenvolvidos para encontrar estratégias que previnam a perda ou desgaste dental. “Iniciamos esse projeto graças ao incentivo da FAPEMA e tivemos a renovação da bolsa para dar continuidade ao estudo”, informou. O estudo foi iniciado há um ano e já apresenta resultados bastante promissores, enfatiza a coordenadora do projeto Leily Firoozmand.
A goma utilizada na pesquisa é extraída de enzima do caule do caju e preparada em laboratório. Este extrato natural pode ser manipulado com materiais que já existem no mercado. Isso torna o produto final mais acessível, além de oportunizar o avanço dos testes experimentais que comprovem a sua eficácia na prevenção do desgaste dental, viabilizando a comercialização em larga escala, para que chegue ao consumidor final com um menor custo.
O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Delta do Parnaíba, sob coordenação do professor doutor Lucas Nicolau, que apresentou a goma do cajueiro ao nosso grupo de pesquisa. No Maranhão, a equipe de pesquisa contribuiu com o estudo da aplicação prática deste produto no segmento odontológico. Até então, a goma só havia sido testada no esófago – sistema gástrico, em que o efeito se manifestava no tempo recorde de 60 minutos, tratando lesões nesta área do corpo.
“Esperamos que também tenha sucesso nos testes aplicados nos tecidos dentais. Seria um pioneirismo, pois ainda não há estudos neste campo do conhecimento, e um produto que merece investigações, por ser totalmente nacional e do nordeste, sustentável e retirado do caule da árvore. Nosso propósito é conseguir adicionar esse extrato a outros materiais odontológicos já existentes no mercado e assim, potencializar essa ação no trato das erosões dentárias”, ressalta a pesquisadora Adrianne Caroline Santos.