Pediatra fala sobre principais doenças respiratórias do outono e como prevenir

O outono chegou e, com ele, as temperaturas vão ficando mais amenas e o tempo, mais seco. Combinação perfeita para o aparecimento das doenças respiratórias como resfriados, gripe, pneumonia, sinusite, asma e bronquite. Mas, afinal de contas: por que as doenças respiratórias são mais frequentes nessa época do ano? A pediatra e alergista infantil, Dra. Felícia Szeles, explica.

“Muita gente acha que são as baixas temperaturas que causam essas doenças respiratórias, mas isso não é inteiramente verdade! O tempo seco e frio pioram a qualidade do ar, pois dificultam a dispersão dos poluentes da atmosfera o que leva a uma irritação maior das mucosas respiratórias, podendo piorar os quadros alérgicos (rinite e asma) e até facilitar o surgimento de mais quadros infecciosos.

Mas o principal motivo do aumento das doenças respiratórias é que o frio favorece aglomerações em ambientes fechados e, muitas pessoas juntas falando, tossindo e espirrando em locais pouco ventilados, cria condições ideais  para a disseminação de vírus e  das bactérias.

Para os pais de primeira viagem, é muito comum a aflição de ver os pequenos congestionados, irritados e com dificuldade até para respirar. Mas é importante entender que não se deve desesperar e logo sair correndo para o pronto socorro, que acaba sendo um ambiente altamente contagioso nesses meses. Importante sempre entrar em contato com o pediatra do seu filho, que poderá orientar melhor sobre o tratamento ideal, sinais de gravidade e quando seria o melhor momento para ir à emergência.

Não podemos esquecer que crianças até os sete anos estão formando seu sistema imunológico e, por isso, tendem a ter mais episódios de doenças nesse período. Por isso também é tão importante estar com o calendário vacinal em dia, se alimentar e dormir bem.

No caso dos bebês que ainda não conseguem falar, sinais como irritabilidade, inapetência, coriza, tosse e febre são os indicativos mais comuns de que há algo em desequilíbrio. Nesses casos, o pediatra deve ser consultado imediatamente para minimizar as chances de uma gripe mal tratada evoluir para uma pneumonia, otite ou outra doença mais grave. Para as crianças que já sabem falar e apontam dores e incômodos mais detalhados, a conduta médica mais correta é unir as observações dos pais com as queixas das crianças para entregar a melhor solução.

Para minimizar as chances de ver os pequenos doentes, a Dra. Felícia reuniu algumas sugestões que são simples, porém muito eficientes:

  • Limpe com frequência o nariz dos bebês e crianças que ainda não sabem assoar as narinas. É importante manter as vias respiratórias sem acúmulo de muco, ambiente propício para proliferação de vírus e bactérias;
  • Mantenha os ambientes abertos para receber luz solar e deixar ventilar o ar nesse período que não é tão frio;
  • Evite juntar muitos brinquedos, pois facilita o acúmulo de poeira. Use caixas com tampas para guardar os que não estão sendo usados, assim vai fazendo um rodízio e até bom que a criança não enjoa;
  • Fique atento se a casa apresenta mofo em algumas regiões e mantenha sempre limpa e com ventilação;
  • Use capas protetoras de travesseiros e colchões, elas ajudam a manter os ácaros longe. Mas não se esqueça de lavar com frequência;
  • Se tem pet em casa, é importante manter os pelos bem longe dos pequenos. Aspirador de pó é a melhor forma de limpar;
  • Cortinas e tapetes devem ser lavados pelo menos uma vez por mês. Se a cortina for tipo persiana, o ideal é tirar o pó com um pano úmido a cada dois dias;
  • Evitar varrer a casa para tirar o pó: passe um pano úmido para retirar as partículas de poeira que se espalhem pelo ambiente;
  • Sofás e estofados também precisam de uma limpeza frequente, de preferência, com aspirador de pó e um pano úmido, quase seco.

“Infelizmente, não existe uma atitude certa para evitar que as crianças fiquem doentes nessa mudança de estação, mas a soma desses cuidados minimiza bem as chances. E, independentemente do coronavírus, os hábitos de lavar sempre as mãos ao chegar ou receber algo da rua, devem ser mantidos. E, caso algum adulto muito próximo esteja com sintomas de gripe, use a máscara para evitar transmitir para os bebês”, reforça a especialista.

Dra. Felícia Szeles
Formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas), é especialista em Pediatria e Alergia e Imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Pediatra nas áreas de Puericultura, Infância e Adolescência, também realiza acompanhamento pediátrico pré-natal em gestante. Como Alergista, atua com foco no atendimento infantil.