Patrulha Maria da Penha realiza palestra para colaboradores do Rio Anil Shopping
“Considero de extrema importância sempre trazermos esse assunto à tona com cada vez mais informações. Acontecem ciclos de violência e muitas vezes nem as próprias mulheres que passam por isso percebem que estão sofrendo agressão”. Assim a colaboradora Verônica dos Anjos reflete em relação à palestra sobre a Lei Maria da Penha, ministrada por membros da Polícia Militar, na última quinta-feira (9), no Rio Anil Shopping para o seu público interno.
Na ocasião, a equipe da Patrulha Maria da Penha, que atende mulheres da Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar) contou suas experiências, além de mostrar pesquisas e dados atualizados dos índices de violência doméstica no Brasil e no Maranhão. “Apesar da queda nos registros de boletins de ocorrência referente a ameaças contra a mulher, observa-se que o número de feminicídios aumentou. Isso mostra que o contexto da pandemia, com o isolamento social e a convivência diária com o agressor, dificultou o acesso delas para pedir ajuda”, destaca a tenente Rafaele de Cássia. Então, foram pontuadas as criações de novos canais até mesmo online para facilitar a denúncia.
A história da farmacêutica Maria da Penha, vítima de violência doméstica que lutou pela condenação de seu agressor e que inspirou a Lei nº 11.340/2006, também foi apresentada ao público durante a palestra. “Essa lei visa responsabilizar o autor da violência, mas também busca prevenir e dar assistência à mulher”, afirma a tenente. Além disso, o encontro também foi espaço de debates e esclarecimento de dúvidas sobre o tema pela equipe da Polícia Militar.
O supervisor de segurança do Rio Anil Shopping e responsável pela organização da palestra, Arnaldo Machado, celebrou a parceria com o Batalhão da PM e a oportunidade de levar cada vez mais informações aos colaboradores. “Essa conscientização é de suma importância, então convidamos nossos funcionários da segurança, brigada e manutenção, para que conheçam ainda mais sobre essa lei e possam abrir a mente. Pensamos no bem do nosso profissional não somente no ambiente de trabalho, mas também em casa, para que estejam atentos e vigilantes contra essa realidade de violência”, finaliza.
O ciclo da violência
Um ponto de destaque da palestra foi a apresentação do ciclo de violência em que a mulher está inserida. Ele foi criado para identificar padrões de comportamento abusivo em uma relação afetiva. “São três fases: a fase da tensão, em que há discussões e brigas no dia a dia, xingamentos e ofensas contra a mulher; depois a situação se agrava para o ataque violento em si, com a explosão de agressividade do homem contra a mulher e, em seguida a fase da lua de mel, em que ele se arrepende, promete mudanças e convence a vítima a não denunciar ou romper o relacionamento”, explica a tenente.
A profissional lembrou ainda que há telefones específicos caso seja necessário denunciar casos de violência contra a mulher. “Disque 190 em caso de emergência policial. E também há a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180”, reforça.