SÃO LUÍS – Guga Stocco é um visionário da administração de empresas. Cofundador da Futurum.Capital, um fundo de venture capital de alta tecnologia, o empresário lançou o movimento Hack the Future, que tem como objetivo transformar a sociedade por meio de quatro cinco áreas do conhecimento, ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Membro dos conselhos de administração da Falconi Participações, Totvs, Vinci Partners e Banco Original, sua voz já integrou a diretoria de empresas como B3, Carrefour, Hapvida e Cielo. Neste sábado (11), Stocco proferirá a palestra “Transformar problemas em soluções”, na Expo Indústria Maranhão, feira multissetorial realizada pelo Sistema FIEMA (SESI, SENAI e IEL) e pela CNI no Multicenter Negócios e Eventos (Cohafuma). Para se inscrever e descobrir como enfrentar as mudanças do mundo contemporâneo, acesse o site www.expoindustriama.com.br. Em entrevista, o consultor fala de sua experiência e da necessidade de se pensar o mundo dos negócios.   

Você já atuou nos conselhos consultivos de empresas como B3, Carrefour, Hapvida e Cielo e hoje é membro atual dos conselhos de administração da Falconi Participações, Totvs, Vinci Partners e Banco Original. Qual é o grande desafio para quem ocupa uma posição de conselheiro de uma grande empresa?

Guga Stocco – Esse é um desafio grande porque você precisa ter primeiramente já ter bastante experiência. Você está ali dentro de uma empresa de renome junto dos seus diretores. Eles consolidam todas as ações da empresa, que devem ser discutidas dentro do Conselho. Então, o que é que significa isso? Significa que você, além de ter que aprovar as pautas, vai ter de aprovar o orçamento – tudo o que diz respeito a uma grande empresa está acontecendo lá dentro. Você participa também da estratégia da empresa. E se você toma uma decisão errada, a empresa é impactada diretamente nisso, por isso que os conselheiros são sempre estatutários. Então quer dizer, e se acontece alguma coisa, o meu CPF está junto daquela decisão. Porque é que eles fazem isto? Quando se abre o capital, obrigatoriamente, você precisa ter um Conselho, e você tem o conselheiro independente, que é aquela pessoa que não participa da empresa, não é executivo dela, que tem uma independência nas decisões que essa empresa está tomando. E o que acontece hoje em dia? Qual é a grande tendência? É que esses conselhos sejam multidisciplinares. Então o que que é isso? Eu tenho uma pessoa de inovação, que é o meu caso, que conhece muito inovação em tecnologia. E uma pessoa que conhece muito de auditoria, uma pessoa que conhece muito de recursos humanos. Então, você tem especialistas que estão lá justamente para analisar cada pedaço da estratégia da empresa. Assim, você vê que é uma responsabilidade muito grande, não é? E fora que você precisa se preparar muito para uma reunião dessas. 

Para você, qual é o papel da inovação e tecnologia na construção do futuro? As máquinas estão aí para nos dominar ou para trabalhar a nosso favor?

Guga Stocco – O que está acontecendo agora é o seguinte: a gente está no mundo em um momento de mudança muito grande. Estas mudanças vêm de algum lugar, de várias frentes diferentes e isso impacta na empresa. As pessoas estão mudando. Por exemplo, a gente saiu da pandemia da Covid com uma aceleração nos processos digitais e houve muitas empresas que mudaram seu modelo de negócio. Inclusive são coisas e coisas que eu vou falar na minha palestra. Então, o que é que acontece? Essa mudança tem um mundo novo pela frente. Ele acelerou pelo menos em quatro anos. O mundo digital e sua empresa não estava preparada para isso, não é? Essa aceleração acaba tendo as consequências para esse negócio. Então, isso é um lado do outro lado. Vê a força da tecnologia? Então, vem nascendo tecnologias novas e muitas delas tecnologias revolucionam a indústria como um todo. Às vezes, uma empresa que tem 2.000 pessoas no call center, muda por completo por causa de uma tecnologia de atendimento. Agora você tem lá o BRICS querendo criar uma moeda para ser diferente do dólar. Você tem guerra e aparecem oportunidades e desafios. Olha, a oportunidade que o Brasil tem, por exemplo, de fornecer com a crise entre Estados Unidos e China? O empresário precisa sempre olhar de forma mais holística para o seu negócio. Quais são as forças que entram para fazer uma ruptura no teu negócio? E essas forças mudam. A forma com que as coisas são feitas devem ser sempre revistas. A empresa tem que estar preparada para isso. Ela tem que treinar as suas equipes para a mudança nos modelos de negócios, fazer investimentos em tecnologia e por aí vai. E se você não faz isso, você fica numa empresa frágil. Esse é um ponto importantíssimo. Hoje, o mundo é muito mais vivo. As empresas são vivas. Aquilo que funcionava há mais de 10 anos não vai funcionar para os próximos dez. O modelo de negócios vai ter que mudar conforme a dinâmica do mercado muda. 

Por que você decidiu participar da co-fundação da Futurum.Capital?

Guga Stocco – Então, o mercado está se modernizando. Isso é muito bom, porque é o que acontece com o que funciona. Hoje, que opções o cidadão comum tem de investimento? Muito pouco. Ele pode ir ao banco e o banco vai ofertar para ele uma série de opções que normalmente são as piores que têm. E se ele pega um empréstimo no banco, esse valor é maior do que o que o banco está recebendo de juros ali dentro. E quando você cria modelos de financiamento? O capital é um deles, mas eu posso estar comprando imóveis, posso estar fazendo uma série de outras coisas. E um investidor comum não pode investir nisso. Não consegue investir nisso. Primeiro, em geral o que se fala é que isso aqui são para as grandes empresas, só empresas financeiras que podem fazer isso. Elas ganham esse dinheiro e elas pegam emprestado das pessoas. Não é para poder fazer tudo isso e pagam juros muito menor do que ela ganha. Ainda está se vendo que o mercado está abrindo para aquelas pessoas. Também têm outras opções de investimento nas pessoas, como também possam ganhar um pouco. Mas já há sinal de que a coisa está mudando. O crowdfunding entrou para isso, para já mexer com essa coisa toda. Ele está começando a ver que as estruturas estão falando “opa, espera aí, eu posso, sim, ofertar produtos diferentes para as pessoas”. De uma maneira geral, é que se a pessoa não tem uma educação financeira, ela cai em golpes. Então, por exemplo, você deve ter ouvido falar dos bitcoins: “Olha, vou te dar 20% ao mês”. 20% também é impossível. Não tem como você fazer uma estrutura que te dá 20% ao mês. Quando você faz uma educação financeira, percebe-se o perigo: “Como que ele vai fazer essa rentabilidade? Não tem como”. Esse é um ponto importante.

Como você explicaria para gente o que é o movimento Hack the Future?

Guga Stocco – Hoje estou até criando uma plataforma para isso, para trabalhar com um futuro em que tem muitas mudanças acontecendo. Hoje você tem até educação normalmente para as crianças. Estamos muito ocupados com as crianças que temos que educar. Só que não se pode esquecer os adultos, aqueles têm um negócio. Hoje você trabalha numa empresa e mudou tudo, como é que você vai aproveitar essa oportunidade ou você vai deixar que isso te deixe fora do mercado? Então, o movimento Hack the Future tem esse nome. Em outras palavras, eu tenho que fazer com que o futuro seja uma coisa boa e não um coisa ruim. Então, como que a gente faz educação para essas pessoas? Como a gente seleciona quais são os produtos que valem para as empresas? Com isso, eu adquiri uma comunidade que está trabalhando por um bem. É uma comunidade que está crescendo, uma comunidade que está conversando entre si. Olha, a gente precisa se preocupar com essas situações de futuro. Ainda, precisa aprender uma série de coisas novas. A comunidade é local para você discutir isso e, principalmente, para as pessoas que são executivas ou até empresas. O que eu vou fazer com o meu negócio se essa tecnologia acontecer? Como eu me protejo? Como que eu a uso de forma proveitosa? Como que eu uso esta tecnologia para resolver meus problemas? Então, a comunidade é justamente para que a gente que quer aprender a conhecer essas tecnologias, esses modelos de negócio. Para quem deseja usá-las no dia a dia.  

O que a expectativa de transformar a sociedade por meio da ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática tem a ver com o tema de sua palestra na Expo Indústria Maranhão, que é “Transformando Problemas em Soluções”?

Guga Stocco – Tem tudo a ver. Esta é uma pequena parte da minha palestra. No primeiro momento, falo de uma série de coisas que se tem que fazer. A primeira delas é ensinar as pessoas a pensar da forma correta. Então, a primeira parte mesmo da palestra é isso: “Como que te tiro as amarras do passado para que eu possa performar no futuro? Então, isso é muito importante. Ensinar as pessoas a pensarem da forma correta muda tudo. A partir daí, você consegue criar coisas novas. Se consegue pensar da forma correta, você não cai em erros. Depois a gente fala sobre tecnologias. Você precisa entender como as tecnologias funcionam e quais são os pontos mais importantes de tudo isso que eu tenho que prestar atenção. O que eu tenho que estudar e quando elas se combinam. Vou mostrar as oportunidades. E depois a gente entra um pouquinho, explicando uma grande revolução que é a parte de inteligência artificial. Explico um termo, um problema técnico de uma forma não técnica para que todas as pessoas possam entender. Quando termina a palestra, você já sabe assim a importância de você fazer life long learning, de você aprender mais sobre ciência, você aprender mais sobre tecnologia e por aí vai. É aquela ideia que a gente conseguiu estimular as pessoas para se desenvolver.

Com o objetivo de promover a diversidade da indústria maranhense e de seus fornecedores, a Expo Indústria Maranhão 2023 acontece entre 9 e 12 de novembro, no Multicenter Negócios e Eventos e tem realização do Sistema FIEMA (SESI, SENAI e IEL) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com correalização do Governo do Estado e do Sebrae. Para saber mais sobre a programação e se inscrever, acesse o site www.expoindustriama.com.br.