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O Bis marca os 30 anos de carreira de Marconi Rezende em fase mais autoral

Nessa terça– feira (28.12) às 20H acontece o show “O Bis”, do cantor e compositor Marconi Rezende. Um evento para convidados no bar e restaurante Laje 98, na Península da Ponta D´Areia, que conta com o patrocínio do Grupo Potiguar e do Governo do Estado do Maranhão, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Completando 30 anos de carreira artística, Marconi Rezende vai mostrar sua nova fase de compositor que brota cada vez mais forte nesse multifacetado e talentoso artista. Esse será o segundo trabalho autoral dele, que em 2007 lançou o primeiro CD autoral, intitulado “Estrelando” , fruto do Plano Fonográfico da SECMA.

Marconi que ficou conhecido pelas suas interpretações de Chico Buarque e também por fazer o papel dele no musical João do Vale (2017 – 2018) e depois no espetáculo Cale-se; é também um compositor sensível e antenado. Ele traz na bagagem as referências que marcaram essa estrada de sucesso, com um trabalho forte e lapidado na noite. Ele não esconde que sua inspiração maior sempre foi Chico Buarque; a quem ele interpreta tão bem, tanto que, naturalmente surgiu o projeto Clube do Chico com apresentações itinerantes feitas por Marconi e artistas convidados, e que sempre são sinônimo de sucesso e casa lotada. Mas Marconi Rezende é bem mais que um maravilhoso intérprete de Chico; é um compositor que merece ser escutado com atenção, e emoção…

Para quem assiste a esse artista tão completo no palco, e um intérprete tão afinado e com muita personalidade musical, nem imagina que a música surgiu de forma inesperada em sua vida. Ele se preparava para ser skatista profissional, até que um acidente aos 17 anos o fez desistir da carreira no esporte. Filho de violonista erudito e autodidata, ele usava o violão do pai para dedilhar uns acordes, e assim encontrou na música um novo caminho. No colégio, tinha um grupo de amigos com o qual trocava discos e referências, e assim ele descobriu feras como João Bosco, entre outros grandes artistas que o influenciaram. De forma tímida e despretensiosa, começou a cantar para amigos e nunca mais parou, tamanho era o sucesso que fazia aquela voz afinada e suave. Assim Marconi ia colecionando elogios e mais e mais plateias, até que veio o convite oficial para cantar em bares aos 19 anos. Apesar de jovem, seu bom gosto musical e a escolha criteriosa de composições, já deixavam claro o foco do artista pela qualidade de suas escolhas e produções.

Mas o compositor talentoso surgiu aos 21 anos, quando Marconi compôs a música “Menino de Engenho”, que entrou no Festival Canta Nordeste da Rede Globo. Aos 23 anos ele fez outra música, que levou o primeiro lugar do Festival do SESC e deslancharia a carreira nacional de Marconi, com elogiadas apresentações no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2007 veio o primeiro CD; e agora aos 48 anos, surge o álbum “O Bis”, onde será revelada toda a força que brota das canções autorais de Marconi, numa fase mais madura e que vai revelar o requinte de um letrista que usa a música para ressignificar a vida nesse momento de pandemia e no qual a arte, mais que nunca, precisa cumprir o seu papel de oxigenar a humanidade.

O eclético e lapidado artista que é Marconi Rezende mostra como é possível seguir criando e se renovando a cada nova – e melhor – fase de sua bem trilhada carreira. Enquanto para muitos, a pandemia foi sinônimo de paralização, para ele foi pura fruição; a pausa necessária para deixar brotar uma música cheia de significados e reflexões.

“Forçadamente longe dos palcos, eu aproveitei a pandemia para voltar a compor. E assim foram surgindo belas canções minhas, além de ricas parcerias com amigos especiais como Josias Sobrinho, Fernando Japona, Aderson Sena (Badeco), Joãozinho Ribeiro e Zeca Baleiro. Foi uma fase bem produtiva, na qual percebi que já tinha um excelente material, inédito e digno de um álbum. Assim surgiu O Bis, que foi viabilizado graças ao patrocínio do Grupo Potiguar que sempre me apoia, e dessa vez através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Nesse show vamos apresentar essa nova fase onde o Marconi compositor falou mais alto, e com o coração” revela o compositor.

O nome “O Bis” vem da música de autoria de Marconi Rezende que revela a sutileza com que o artista observa a arte em suas múltiplas formas e protagonistas:

“Vejam as bailarinas, todas são meninas. Brincam costurando seus retalhos de canção. Em primeira exibição vão se soltando. Vejam que felizes são umas atrizes. Já foram rainhas noutra encarnação. Hoje brilham na sessão e as meninas já vão cantar ao som da orquestra da ilusão. Para que possam contemplar. Para que possa soltar a voz. E a plateia pedir o Bis. São Grandes artistas, umas trapezistas. Saltam num rompante pruma nova dimensão. A grande revolução. As meninas cantando, clareiam a orquestra da ilusão. Que é pro mundo se encantar. Que é pra gente ficar na paz e a plateia pedir O Bis”.

O show terá canções inéditas e outras releituras; além de sucessos da MPB que marcaram sua carreira. O evento será para convidados com produção de Ana Marques. “O Bis” terá como convidados Joãozinho Ribeiro e Josias Sobrinho. Depois, todas as canções do álbum “O Bis” poderão ser conferidas pelo grande público em janeiro, quando estarão à disposição de todos, nas plataformas digitais, a exemplo do Spotify.

Nesse mundo cada vez mais líquido e superficial, ter trabalhos fortes e de qualidade como as novas canções de Marconi Rezende e de seus parceiros é quase um renascimento cultural. Em suma, um espetáculo raro, para fechar o ano de 2022 com maestria musical. E como sugere a letra, esse show é bem isso: “que é pro mundo se encantar. Que é pra gente ficar na paz e a plateia pedir O Bis”.