No Dia Mundial de conscientização do autismo é preciso mais empatia e inserção social
Nessa sexta – feira, dia 02 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, e todas as famílias que convivem com esse universo só pedem uma coisa, de forma unânime: Mais respeito para a inclusão e inserção social digna de todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Entre as organizações aptas para identificar casos de TEA está a APAE de São Luís, que é referência na promoção e atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual ou múltipla. A entidade atua há 50 anos para promover saúde, educação e assistência social para desenvolver o potencial das pessoas com deficiência, a fim de capacitá-las e incluí-las na sociedade para uma vida feliz, digna e plena, dentro dos limites de cada um.
Segundo Emanuele Costa, Gestora do Serviço de Saúde da APAE de São Luís, o suporte ao autista e sua família é completo:
“A APAE de São Luís é habilitada pelo Ministério da Saúde como Centro Especializado em Reabilitação nas categorias física, auditiva e intelectual. O paciente com transtorno do espectro autista é atendido aqui na reabilitação intelectual, onde recebe suportes psicológico, psiquiátrico, fonoaudiológico e terapia ocupacional. Ao chegar aqui, a pessoa é avaliada de forma multiprofissional e conforme for o diagnóstico, vai ser inserida nesse serviço e permanece conosco inicialmente por um ano, e conforme for, pode continuar ou receber alta do serviço. Dispomos também da Escola Eney Santana, onde atendemos crianças com deficiência à partir de seis anos de idade, e trabalhamos para a alfabetização da criança e sua posterior inclusão na educação regular” explica Emanuele.
Mas o maior aliado do autista é mesmo a sua família, que convive de forma mais íntima e conhece a sua rotina, comportamentos e hábitos e vai descobrindo como usar ferramentas que podem ajudar no desenvolvimento e inserção.
Um exemplo disso é o menino João Lucas Gatinho Lobato, autista de 5 anos de idade. A família o ajuda, com amor e muita atenção, a se desenvolver e levar uma vida mais inclusiva e feliz. E durante a pandemia, descobriram uma nova ferramenta para ampliar a qualidade de vida do João, a internet.
Cliente da operadora TVN João Lucas é um assíduo usuário do serviço de internet. Com uma facilidade muito grande para o uso da internet, João Lucas é o que se pode chamar de uma criança conectada. Assiste vídeos no Youtube, gosta de gravar e ver vídeos curtos no aplicativo TikTok e sabe acessar a internet até melhor que os pais. Ele já sabe as letras do alfabeto, as cores, alguns números e tudo isso aprendeu usando o YouTube.
“Depois que descobrimos como usar o TikTok, o João melhorou muito a interação com o programa, e hoje ele já consegue tirar fotos e gravar vídeos, o que antes não conseguia por não interagir com a câmera. E isso trouxe um ganho de atenção e interação dele para conosco também. Ele também conseguiu fazer terapia online e interagir via computador, o que antes era impensável. Todos esses avanços aconteceram graças à internet ”, comenta Poliana Silva Gatinho, mãe do menino.
Mas não basta a família ajudar, é preciso também que a sociedade que ainda é muito preconceituosa e exclusiva, comece a tratar o autista como o cidadão que merece igual respeito e inclusão.
“Autismo não é doença, é mais um, de tantos jeitos diferentes de existir. O autista também faz parte deste mundo, e não de um mundo à parte. Pedimos mais amor, aceitação e apoio. E abaixo o capacitismo”, pede Poliana Silva Gatinho, mãe do João Lucas.