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Navio Valemax que testa uso do vento para diminuir emissões de carbono atraca no porto de Ponta da Madeira em São Luís

O Sohar Max é um navio do tipo Valemax, com 362 metros de comprimento e capacidade para 400 mil toneladas. Possui cinco rotores cilíndricos com cerca de 35m de altura cada. Nova tecnologia usa vento a favor e reduz emissão de carbono.

Um dos maiores navios do mundo com sistema de propulsão a vento atracou novamente no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, esta semana. Trata-se do gigante Sohar Max, um navio do tipo Valemax, com 362 metros de comprimento e capacidade para 400 mil toneladas de carga. Construído em parceria com a armadora Asyad, de Omã, o navio testa um moderno sistema de velas que usa a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões de CO².

A iniciativa de construção desse tipo de embarcação teve o apoio da Vale, dentro de seu programa de eficiência energética (Ecoshipping) e alinhado ao compromisso da empresa com a redução de 15% nas emissões do escopo 3 até 2035. As emissões de escopo 3 estão relacionadas à cadeia de valor (fornecedores e clientes), da qual a maioria das emissões do transporte marítimo faz parte

O projeto piloto no Sohar Max é o maior já realizado em nível global. Em outubro do ano passado, foram instalados na China os cinco rotores cilíndricos com cerca de 35 metros de altura e 5 metros de diâmetro cada. A expectativa é que as velas permitam ganhos de eficiência de até 6% e uma consequente redução anual de até 3 mil toneladas de CO2 equivalente por navio.

Além do Sohar Max, a Vale financiou testes com velas rotativas em navios de porte menor, como um Guaibamax, o Sea Zhoushan, em parceria com o armador coreano Pan Ocean. Em paralelo, a empresa apoia outros 5 projetos de energia eólica em navios que carregam minérios da empresa, em iniciativas promovidas pelos armadores.

Jornada de descarbonização no transporte marítimo de minério de ferro

A instalação de velas rotativas no Sohar Max é o sexto acordo com o armador Asyad para a implantação de pilotos de tecnologias inovadoras em quatro navios fretados pela Vale. Os projetos anteriores incluíram o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão. Em todos os navios foram instalados sistemas de coleta de dados em tempo real para monitoramento das tecnologias.

“A Vale opera com navios altamente eficientes há muito tempo e nos últimos anos tem fomentado iniciativas para a adoção de energia eólica, que terá papel central na descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro”, afirma o diretor de Navegação da Vale, Rodrigo Bermelho. Segundo ele, o projeto reforça o compromisso da mineradora de investir em inovação e estimular a modernização da frota para reduzir as emissões, em parceria com os armadores.

O transporte marítimo é crucial para o comércio global. O relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) destaca que a indústria naval é responsável por mais de 80% do volume de comércio mundial e 3% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Depois de embarcar minério de ferro em Ponta da Madeira, em São Luís, o gigante Sohar Max segue hoje, 21, em direção à China, numa viagem que pode durar até 45 dias. Por ano, o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira recebe cerca de 700 navios.

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira conquista Selo Ouro da ABDP por jornada de descarbonização

O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM) conquistou do Selo Ouro da Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos (ABDP). O reconhecimento foi oficializado durante o 2º Encontro Nacional da ABDP, realizado este mês, em São Luís, e posiciona o TMPM como referência brasileira em práticas voltadas à redução de emissões de gases de efeito estufa. O Selo Ouro é concedido a portos e terminais que comprovam, por meio de auditoria técnica, a elaboração de um Inventário de Emissões de GEE nos escopos 1, 2 e 3, conforme o padrão internacional GHG Protocol, além da apresentação de um Plano de Descarbonização com metas claras. No caso do TMPM, ambos os requisitos foram atendidos.

A Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos é um espaço colaborativo que reúne empresas, órgãos reguladores, universidades e representantes internacionais para fomentar estratégias e tecnologias voltadas à descarbonização dos portos e frotas brasileiras. Com atuação semelhante a um think tank, a ABDP promove debates, estudos e ações concretas para acelerar a transição energética no setor aquaviário.