Na luta contra a fome, Maranhão se consolida com a maior rede de segurança alimentar do país

A fome vem avançando no Brasil. Nos últimos dois anos, o número de brasileiros sem ter o que comer quase dobrou, totalizando cerca de 33,1 milhões de pessoas lidando com essa problemática todos os dias. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (8) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).

Em 2020, a estimativa era de 19 milhões de pessoas vivendo nessa situação. Para os pesquisadores da Rede PENSSAN, um dos vetores para o agravo desse cenário foi a pandemia da Covid-19. Com a crise econômica desencadeada nesse período, as desigualdades sociais se tornaram ainda maiores, inserindo muitos brasileiros nas estatísticas da insegurança alimentar, quando o indivíduo não sabe se terá o alimento necessário e de qualidade para suas refeições diárias.

Seguindo no combate dessa mazela, o Maranhão vem avançando nas políticas públicas de segurança alimentar, com a ampliação da rede de Restaurantes Populares. O programa visa atender à população em situação de vulnerabilidade social e baixa renda, oferecendo, diariamente, refeições saudáveis e de qualidade ao custo de R$ 1,00.

Além disso, esses equipamentos desempenham dupla função social. Com o acesso a uma alimentação barata, o cidadão ainda economiza com gás, comida, água e o tempo cotidiano. “Muitas pessoas estão passando por necessidade. Não há emprego para todo mundo. Por isso, estou muito feliz com a inauguração do restaurante na cidade”, contou Rozalve Machão de Carvalho, moradora de Urbano Santos, interior do Maranhão.

Na última quinta-feira (9), um dia após a divulgação do levantamento da Rede PENSSAN, Urbano Santos ganhou o seu primeiro Restaurante Popular, durante as comemorações do aniversário da cidade. Ao todo, o restaurante irá fornecer 350 refeições por dia, sendo 200 no almoço e 150 no jantar.

A ampliação da rede de segurança alimentar pelo Governo do Maranhão vem sendo executada por meio da Secretaria do Desenvolvimento Social do Estado (Sedes). No início da gestão do governador Flávio Dino, o estado contava apenas com 6 restaurantes, todos na capital. Hoje, já são 111 unidades espalhadas pelo território maranhense, e seguem aumentando na administração do governador Carlos Brandão. Nesta terça-feira (14), será inaugurada mais uma unidade, no município de São João Batista.

“O governador Carlos Brandão, muito sensível à causa, determinou uma meta de 150 restaurantes até agosto. Hoje, estamos batalhando para alcançar esse número”, contou o secretário da Sedes, Paulo Casé Fernandes, durante entrevista ao programa Xeque-Mate, da Rádio Mais FM, na última quinta-feira (9).

De acordo com Paulo Casé, atualmente, está sendo construído um Restaurante Popular no São Raimundo e ainda estão sendo planejados outros nas regiões do São Cristóvão, Cidade Operária, Raposa e nas mediações da BR 135. “Hoje, estamos alimentando mais de 82 mil pessoas por dia. Temos a maior rede de segurança alimentar do Brasil, superando estados como São Paulo”, destacou o secretário, ainda em entrevista ao Xeque-Mate.

Com a expansão, além do crescimento do número de pessoas atendidas, a rede de segurança alimentar do Maranhão também aumenta a oferta de oficinas, palestras e capacitações que geram renda e contribuem para melhorar a qualidade de vida da população. A rede fortalece ainda a economia do pequeno agricultor, que se torna fornecedor dos alimentos para o preparo das refeições.

Quem também passa por capacitações são os profissionais que atuam nesses restaurantes. Nos treinamentos, eles conhecem as diretrizes da política do sistema de segurança alimentar e nutricional e aprimoram as competências funcionais, operacionais e de controle higiênico-sanitário, a fim de melhor atenderem os usuários.

“Quem tem fome, tem pressa. Por isso, os Restaurantes Populares estão de portas abertas. Saber que esse programa está alimentando tantas pessoas é uma prova de que, com empenho e uma boa administração pública, podemos reverter os índices da insegurança alimentar”, destacou o secretário Paulo Casé Fernandes.