A realidade ainda preocupa. Mais de 300 mil mulheres morrem todos os anos no mundo por uma doença que poderia ser evitada, porém, quando diagnosticada no início, tem grandes chances de cura. O câncer de colo de útero é um dos mais incidentes entre as mulheres brasileiras, afirma o médico oncologista e diretor de oncologia do Sistema Hapvida, Alexandre Gomes. “O câncer uterino é o 3º mais frequente na população feminina e, infelizmente, o 4º mais letal. É preciso ficar atento, fazer os exames rotineiramente, com a prevenção e diagnóstico precoce, a taxa de cura é altíssima”.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos estimados para o triênio 2020 – 2022 é de 16.590 por ano. A Campanha Março Lilás surgiu com o intuito de alertar a população brasileira sobre a importância e necessidade de um monitoramento e detecção precoce da doença. “A maior taxa de incidência da doença é na faixa etária dos 45 e 50 anos, mas quem está no consultório, o oncologista, está cada vez recebendo pacientes mais jovens, por isso, mais uma vez, reforçamos a importância dos exames preventivos”, pontuou Alexandre.

Causas da doença

De acordo com o médico oncologista, o câncer do colo uterino é uma alteração que se dá na célula do colo do útero da mulher. “Essa alteração é causada, na maioria das vezes, pelo papilomavírus humano (HPV) e o exame preventivo é o Papanicolau, através da colposcopia – que permite a visualização do colo do útero e do órgão genital com lentes de aumento – e pela biópsia do tecido do colo do útero. Eis que reafirmo a importância de detectar precocemente qualquer alteração, pois as chances de cura são altas”.

Fatores de risco

Existem fatores de risco que são bem determinados, alerta Alexandre. “Um deles é a quantidade de cigarros fumados. Quanto mais cigarro, mais risco. Outro ponto é o não uso de preservativos durante as relações sexuais e o contato com uma pessoa infectada com HPV pode ser fatal”.

Sintomas

O câncer de colo de útero vai se propagando de maneira lentamente. “Em alguns casos, a mulher pode apresentar sangramento genital que vai e volta. Em um grau mais avançado pode ocorrer a perda de peso e dor. Mas na maioria das vezes, a doença não causa nenhum sintoma”, revela o médico.

Diagnóstico

Alexandre explica que o diagnóstico do câncer de colo de útero se dá pelo exame rotineiro e pela biópsia. “Por meio da biópsia é possível saber o que temos ali e, a partir daí, iniciamos o tratamento que pode ser através de cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou pode precisar das 3 coisas a depender da gravidade da doença”.

“Infelizmente, muitas mulheres vítimas dessa doença não são orientadas em relação ao exame e acabam não fazendo rotineiramente, outras buscam seguir rigorosamente uma rotina médica e descobrem a doença, o que pode acontecer. Campanhas educativas e de incentivo são bem-vindas para tirar dúvidas e bater na tecla da importância dos exames preventivos e um diagnóstico precoce”, finaliza.