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Maranhão tem demanda projetada de 155 mil formações profissionais industriais até 2027

SÃO LUÍS – No estudo realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Nacional) para o período de 2017-2020, o Maranhão tinha uma demanda de qualificação de 145 mil trabalhadores em profissões industriais. O Mapa do Trabalho Industrial lançado recentemente pelo Observatório Nacional da Indústria projeta um cenário para o Maranhão para o período entre 2025 e 2027 com demanda de 155 mil trabalhadores, tanto em formações de nível inicial quanto de treinamento e desenvolvimento.

A pesquisa prevê para o estado a necessidade de formação profissional inicial para 26.895 pessoas e treinamento e desenvolvimento (T&D) para 128.787 trabalhadores, totalizando mais de 155 mil pessoas trabalhadoras qualificadas. Essa demanda reflete a necessidade de qualificação para preencher novas vagas, ocupar funções diferentes e substituir profissionais que deixam o mercado de trabalho.

A Projeção do Emprego Formal Industrial no Brasil, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, prevê um saldo superior a 609 mil postos de trabalho de 2025 a 2027. O maior crescimento será observado entre os trabalhadores com nível de escolaridade superior e a área de Logística e Transporte será a que empregará mais pessoas e sozinha demandará por 24% das formações. No contexto nacional, as regiões Sul e Sudeste concentram 72% das formações profissionais industriais futuras.

No total, mais de 14 milhões de pessoas deverão completar alguma formação industrial nos próximos anos, sendo 2,2 milhões em formação inicial e 11,8 milhões em T&D. Treinamento e Desenvolvimento engloba ações para promover a saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como o desenvolvimento de hard e soft skills, indo além da formação inicial.

As áreas industriais que mais demandarão por formação em todo o Brasil serão Logística e Transporte, Construção, Operação Industrial, Metalmecânica, Manutenção e reparo, Alimentos e Bebidas, Tecnologia da Informação e Tecnologia e engenharia. Já no estado, de acordo com dados do SENAI-MA, as áreas de maior procura são Tecnologia da Informação, Construção Civil, Energia GTD, Metalmecânica-Mecânica, Energia Renováveis e Automação e Mecatrônica.

MERCADO LOCAL – Nos últimos cinco anos, o Maranhão registrou um crescimento de 16,8% no total de pessoas ocupadas, incluindo postos informais e autônomos. No entanto, mesmo com esse avanço, a taxa de desemprego subiu ligeiramente de 8,14% para 8,44% no último ano, conforme dados da PNAD/IBGE. Um aspecto positivo é o aumento na taxa de formalidade para 34,75%, que cresceu 4% no mesmo período. Com o aumento do salário médio industrial para R$ 1.848,00, o mais alto desde 2014, o estado busca alinhar-se às tendências de crescimento e inovação no mercado de trabalho. 

O diretor regional do SENAI-MA, Raimundo Arruda, credita o aumento da demanda no estado de 145 mil para 155 mil formações desde o último levantamento ao atendimento de grandes empresas de base nacional e regional instaladas no Maranhão, como Heineken, Equatorial, AVB, Alumar, Vale e TCL/SEMP.

“Podemos acrescentar os atendimentos realizados na Inpasa, referência como a maior indústria transformadora de cereais em energias limpas e renováveis da América Latina. Em Balsas, onde a empresa está localizada, o SENAI-MA oferece cursos voltados para Construção Civil, Metalmecânica – Soldagem, Fabricação Mecânica e Segurança no Trabalho.

Arruda acrescentou que além da Inpasa há atendimento na Suzano, com Programa de Aprendizagem Industrial Técnica em Floresta e Mecânica; Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI); o Programa Escola de Eletricistas, realizado em parceria com a Equatorial, e o Programa Novo Brasil Mais Produtivo, que trabalha com as empresas industriais inovação e melhoria da gestão, manufatura enxuta, eficiência energética e transformação digital.

Para atingir a meta de formação profissional industrial, de 155 mil, o SENAI-MA está em constante atualização da sua base tecnológica, investe na ampliação das instalações físicas de todas as suas escolas, atende os municípios por meio do Programa SENAI de Unidades Móveis, amplia as vagas por meio do Programa SENAI de Educação a Distância, atualiza e expande o portfólio de cursos e serviços aderentes às demandas da indústria, além de capacitar os docentes, investe em formação continuada e aprimora as práticas aplicadas em sala de aula.

“A metodologia do SENAI de Educação Profissional tem como objetivo favorecer as bases necessárias para o planejamento e desenvolvimento de uma prática pedagógica eficaz, sintonizada com as atuais e futuras demandas do mundo do trabalho e do mundo da educação”, frisou Arruda se referindo ao desafio da qualificação de mão de obra na indústria para os próximos anos.

A pesquisa do Observatório Nacional da Indústria utiliza modelos econométricos para analisar o crescimento econômico, a adoção de novas tecnologias e as mudanças organizacionais nas cadeias produtivas. O Mapa do Trabalho Industrial é uma ferramenta importante para orientar políticas públicas e estratégias empresariais, visando ao desenvolvimento sustentável da indústria e a melhoria das condições de trabalho no Maranhão e em todo o Brasil.