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Maranhão se prepara para receber terminal de gás natural liquefeito

SÃO LUÍS – O Terminal de Regaseificação em São Luís (TGNL) irá desempenhar um importante papel no fornecimento de gás no Brasil. Além de ser um porto de importação de gás natural liquefeito, a expectativa é que o terminal seja futuramente um suporte para os campos de produção de gás do Maranhão e do país e que impulsione a produção de hidrogênio verde no estado. A apresentação do empreendimento foi realizada ontem (24/10) na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA).

Thomaz Baker e Henrique Carneiro, representantes da Lyon Capital Partners, gestora de investimentos alternativos responsável pela implantação do projeto, realizaram a apresentação na FIEMA. O projeto, que terá realização de audiência pública no dia 10 de novembro, prevê a estocagem e conversão de gás natural liquefeito (GNL) para a forma gasosa, visando a distribuição no Maranhão. A expectativa é que a unidade entre em operação em até dois anos.

O gás natural, considerado uma fonte de energia de transição, apresenta vantagens ambientais em relação a outras opções. Segundo Baker, o GNL é 44% menos poluente que o carvão mineral e 27,5% menos poluente que outros combustíveis fósseis, como o óleo diesel. O projeto prevê uma produção diária de 23 milhões de metros cúbicos de gás, destinados principalmente ao setor industrial.

“A expectativa é que o gás natural ofereça uma alternativa energética mais barata e menos poluente para as empresas maranhenses, contribuindo para a redução das emissões de CO2. Durante a fase de construção, estima-se a geração de 1.200 empregos, com cerca de 200 a 300 vagas durante a operação”, explicou Baker, engenheiro representante local da LC Terminais.

A origem inicial do gás será a importação de países produtores. No entanto, o projeto se antecipa à futura produção de gás no Maranhão e em outras regiões do Brasil, incluindo a potencial exploração da margem equatorial brasileira, que representaria um incremento significativo para o empreendimento. Além dos benefícios econômicos e ambientais, Baker destacou na ocasião a possibilidade de adaptação da infraestrutura para o uso de hidrogênio verde no futuro, reforçando o compromisso com a transição energética.

O Terminal de Regaseificação em São Luís será construído na Ilha da Razão, ao norte da Ilha de Tauá-Mirim. O Terminal off shore ficará localizado a 9 km da BR-135 e a 8 km da Estrada de Ferro Carajás (EFC), o que possibilitará distribuição ampla de gás pelo Brasil. O projeto inclui a construção de um píer tipo “ilha” com um berço no qual uma Unidade Flutuante Regaseificadora (FSRU) permanecerá permanentemente atracada, além de um gasoduto que chegará até a BR-135.

O presidente da Gasmar, Allan Kardec Duailibe, participou da apresentação e destacou o potencial do Maranhão para produção e exportação de gás. “Vemos nesse projeto a convergência entre o potencial energético e portuário do Maranhão. E embora o projeto atual do terminal de gás em São Luís vise a importação, a mesma estrutura poderá ser utilizada para exportação, caso o estado amplie sua produção, como almeja o governo”, frisou.

Sobre a capacidade do novo terminal, Kardec observou que o volume diário proposto, de 23 milhões de metros cúbicos, é quase três vezes superior à produção atual de Santo Antônio dos Lopes, que atinge o pico de 8,5 milhões de metros cúbicos.  A expectativa é que o projeto impulsione o desenvolvimento do setor energético no estado, consolidando o Maranhão como um importante player no mercado de gás natural.

O vice-presidente da FIEMA, Luiz Fernando Renner, destacou o potencial do projeto de gás para descarbonização da indústria no Maranhão. “Avaliamos positivamente a apresentação do projeto do terminal de GNL em São Luís. O projeto é relevante para a geração de empregos e qualificação profissional no estado e será um marco para o desenvolvimento industrial e a sustentabilidade no Maranhão”, disse.

Ainda participaram da reunião de apresentação do projeto do Terminal de Regaseificação o diretor regional do SENAI-MA, Raimundo Arruda, e o presidente do Sinduscon, Fábio Nahuz, que trataram da qualificação de mão de obra para o projeto; o ex-governador José Reinaldo Tavares, secretário da SEDEPE; o superintendente da FIEMA, César Miranda; Ted Lago, ex-presidente da EMAP, entre outros convidados.