O deputado estadual Luiz Henrique Lula da Silva (PT) abordou dois temas em seu discurso na sessão plenária desta quarta-feira (1). Primeiro, ele criticou, com veemência, a tentativa do presidente da República, Jair Bolsonaro, de “intimidar os deputados federais, realizando desfile de tanques durante a sessão da Câmara que derrubou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso”. Além disso, relatou denúncia sobre atendimento na Casa da Mulher Brasileira.

Sobre o desfile de tanques das Forças Armadas em Brasília, o deputado foi enfático. “O Brasil não precisava passar por isso: tanques nas ruas, canhões em riste circulando no Congresso Nacional, em um tom claramente intimidador. A minha tristeza é que, infelizmente, o resultado da votação sobre a PEC do Voto Impresso não terminou com um placar que nos dê tranquilidade”, disse. 

O parlamentar lembrou que Bolsonaro “fez rasgados e efusivos elogios a Carlos Brilhante Ustra”, coronel do Exército Brasileiro no período da Ditadura Militar. “Ele teria de estar enterrado na lata do lixo da história pelo torturador que foi”.

Luiz Henrique Lula elogiou a deputada Socorro Waquim (MDB), por haver tratado do mesmo tema e do outro que ele também destacou na sessão: o constrangimento sofrido por mulheres vítimas de violência doméstica, quando procuram a Casa da Mulher Brasileira de São Luís.

Comissão

Luis Henrique Lula contou que, na semana passada, recebeu, em seu gabinete, a visita da professora Meire Ferreira, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e de integrantes do Foro Maranhense de Mulheres, que relataram graves denúncias sobre o atendimento na Casa da Mulher Brasileira. O deputado propôs que uma comissão visite a Casa da Mulher Brasileira e averigue se, realmente, policiais do sexo masculino estariam recebendo as denunciantes em espaços sem privacidade. E informou que já comunicou a denúncia ao secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portella.

 “Utilizo esta tribuna para anunciar que estou dando entrada no requerimento para que a Comissão de Direitos Humanos e das Minorias faça uma visita à Casa da Mulher Brasileira. Já é difícil para uma mulher ser submetida a uma situação dessa, imagine ter de relatar seus dramas, dificuldades, atos de violência física, psicológica ou financeira perto de outras pessoas, sem privacidade, quando o procedimento deveria ser interpessoal”.