Jovens Maranhenses criam projetos sociais inovadores no Torneio SESI de Robótica
São Luís – O Torneio SESI de Robótica, em sua modalidade F1 in Schools, transcende os limites de uma competição de engenharia e velocidade. Mais do que projetar e prototipar minicarros capazes de alcançar as maiores velocidades, os estudantes, com idades entre 9 e 19 anos, são desafiados a gerenciar escuderias como se fossem empresas. Áreas como gestão, marketing, comunicação e engenharia se unem para criar equipes altamente qualificadas que, além de disputarem nas pistas, desenvolvem projetos sociais que impactam diretamente suas comunidades.
A competição tem ganhado destaque no Maranhão, consolidando-se como um celeiro de inovação e potencial para os torneios nacionais e internacionais. Luis Fernando Lopes, técnico das escuderias de F1, compartilha as expectativas para esta temporada: “Estamos em quarto lugar nacionalmente, com duas indicações para torneios internacionais, em Portugal e Abu Dhabi. Este é um ano decisivo para solidificar a nossa presença no cenário nacional e internacional. Trabalhamos com tecnologias inovadoras, desde o desenvolvimento dos carros até os pits, e esperamos zerar o escrutínio no regional para levarmos equipes que realmente têm potencial competitivo para os nacionais.”
As escuderias participantes do Maranhão têm se destacado não apenas pelo desempenho técnico, mas também pelos projetos sociais transformadores que desenvolvem. A equipe Spartacus, com o projeto Tecendo Asas, foca em capacitar mulheres ribeirinhas do interior do estado, como Barreirinhas e Santo Amaro. Segundo Cauê Santana, membro da equipe, o objetivo é muito mais amplo do que apenas combater a fome: “Nossa meta é oferecer ferramentas para que essas mulheres tenham fontes de renda estáveis, usando materiais típicos da região, como a palha do buriti, para produzir artesanatos. Além disso, capacitamos essas mulheres com noções de mercado e marketing para que possam vender seus produtos a preços justos.” O impacto vai além do artesanato: o projeto passou a incluir outras fontes de renda, como a produção de alimentos, e ainda se adaptou para atender mulheres com deficiência, utilizando cartilhas em Braille e hologramas educativos.
Outro exemplo de inovação social é a equipe Steam Fox, que desenvolveu o projeto Ecofox. Voltado para a conscientização ambiental, o projeto trabalha com crianças de 2 a 5 anos para promover hábitos sustentáveis desde cedo. Maria Eduarda Correia, de 14 anos, destacou o impacto do projeto: “Ensinamos as crianças a reciclar, plantar e cuidar do meio ambiente. Criamos jarros de garrafa PET e organizamos atividades semanais para que elas levassem novas plantas à escola. Foi emocionante ver o entusiasmo delas e saber que estamos ajudando a formar uma geração mais consciente.”
Já a equipe Dion Horse apresenta o projeto Peles de Cristal, que busca conscientizar sobre os desafios enfrentados por crianças com epidermólise bolhosa. Por meio de oficinas e palestras educativas, a escuderia sensibiliza escolas e comunidades para as necessidades dessas crianças. Além disso, a equipe organizou uma ação de arrecadação de insumos hospitalares e criou cartilhas para instruir sobre os cuidados diários com a doença. “Nosso objetivo é mostrar que essas crianças podem ter qualidade de vida e que, com informação e empatia, podemos transformar suas realidades”, afirma Arielle Vitória Castro, membro da equipe.
Essas iniciativas, alinhadas à experiência de desenvolvimento pessoal e acadêmico dos estudantes, tornam o F1 in Schools uma modalidade única. Sara Barbosa, de 15 anos, enfatiza a importância da competição em sua trajetória: “Participar do projeto me ajudou a melhorar minha comunicação e minha capacidade de trabalhar em equipe. Antes, eu era muito tímida. Hoje, consigo me expressar e contribuir de forma significativa.”
O Torneio SESI de Robótica prova que a união de ciência, tecnologia, engenharia, matemática e marketing pode ir além da sala de aula. Ele forma jovens líderes, promove o impacto social e projeta o Maranhão como um polo de inovação no cenário nacional e internacional. Mais do que velocidade nas pistas, as escuderias maranhenses estão construindo um legado que inspira comunidades inteiras.