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Saúde

Isolamento e falta de atividades de físicas podem gerar problemas no quadril em crianças

A pandemia da covid-19 trouxe o isolamento social e, com ele, o afastamento de milhões de crianças das escolas e das atividades físicas como aulas de esportes. Por conta disso, especialistas têm ficado atentos ao possível aumento no número de casos de problemas nos quadris dos pequenos. Segundo estudos da área de biomecânica, focados na postura, é comprovada a relação entre ficar longos períodos em uma mesma posição (sentado, por exemplo), com possível desenvolvimento de problemas no quadril.

De acordo com o especialista da Sociedade Brasileira do Quadril, o médico Ângelo Lima, é possível que as dores no quadril sejam reflexo da má postura das crianças. ‘‘Não manter uma postura correta pode trazer prejuízos ao quadril’’, diz Lima. ‘‘Isto está relacionado, principalmente, ao desiquilíbrio muscular, com encurtamento dos posteriores da coxa e dos flexores do quadril’’, afirma. Devido à essa preocupação, o especialista alerta aos pais. ‘‘É preciso insistir para que as crianças façam intervalos periódicos, levantando-se, fazendo alguma caminhada, mesmo que dentro de casa, e algum exercício de alongamento’’, destaca o médico.

Apesar do que muitos podem pensar, o quadril não serve apenas como ponto de apoio do fêmur. Segundo a SBQ, maior entidade sobre o assunto no país, o quadril é uma das articulações mais importantes do corpo humano. Além de permitir a caminhada, corrida e saltos, a articulação tem como objetivo suportar o peso do corpo. ‘‘O quadril é uma articulação de movimento amplo e, caso fique muito tempo parado, pode trazer problemas como desiquilíbrio muscular, inclinações, rotações, anteversão ou retroversão, além de alterações no nível da coluna’’, explica o doutor Ângelo Lima.

Recuperação

Caso haja problemas passíveis de tratamentos médicos, é possível que diversos casos sejam revertidos. Outro fator que pode ajudar na recuperação das crianças é o desenvolvimento. Segundo o especialista da SBQ, isso se dá por conta da elasticidade. ‘‘As crianças possuem uma capacidade de elasticidade maior que a dos adultos, o que contribui para uma melhora mais rápida’’, afirma.

O médico alerta ainda que, caso as dores persistam, é preciso procurar a ajuda de um especialista para corrigir a situação. Segundo ele, no entanto, é melhor prevenir. ‘‘O ideal é procurar a ajuda de um fisioterapeuta ou mesmo um educador físico para orientação de exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura da região pélvica e da coluna’’, completa.