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Importante para a vida, vínculos de amizade devem receber atenção e exercício de perdão

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), apenas 50% dos sentimentos amistosos são correspondidos. Ou seja, possivelmente, você só pode contar com metade daqueles que considera seus amigos. Aqui no Brasil, muitas pessoas já têm esse entendimento, pelo senso comum de que “amigos verdadeiros se contam nos dedos”. Essa relação de afeto sincero é tão importante que tem uma data para si, o Dia da Amizade, celebrado em 14 de fevereiro.

“A amizade é amor e companheirismo”, resume a psicóloga Ana Beatriz Sahium (CRP/ 09/13983), que atende na Clínica Mare, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia. Ela ressalta que manter uma relação de amizade fortalece os vínculos. “É importante ter uma pessoa ao lado para dividir as coisas, a amizade preenche lacunas. Outro exemplo de importância é para aqueles que, por exemplo, têm famílias pequenas, os amigos se tornam uma extensão dela”, destaca.

Sobre classificar amigos, os mais próximos e outros que não são tanto, a psicóloga revela que isso pode ser analisado através da cumplicidade. “Nos momentos bons é muito fácil ter companhia, para sair, rir, se divertir. Mas nos momentos de fraqueza, ou vendo nosso pior defeito, não são todos que estão juntos”, salienta Ana Beatriz. “Se eu não puder ser eu mesmo com a pessoa, é porque a amizade não é tão profunda”, completa ela, que faz parte de um grupo de cinco amigas que mantém esse vínculo há 20 anos. A especialista traz dicas preciosas para desfrutar de forma saudável desse elo:

Sem projeção
Para evitar ter frustrações com as amizades, a dica da psicóloga é ter cuidado com a projeção de suas expectativas no outro. “Nós projetamos no outro algo que falta em nós e quando a pessoa não corresponde aquilo, vem a frustração. Por isso é fundamental estar bem para que outras pessoas possam chegar para somar”, revela a especialista do Órion Complex, que acrescenta que o cuidado com a expectativa deve acontecer em todos os relacionamentos.

Tolerância
Ana Beatriz ainda acrescenta sobre a tolerância entre amigos. “Perdoar é um ato de amor, tenho que entender o outro, quando perdoo o outro também estou me perdoando. A amizade não pode ser tão frágil que não consigo perdoar. Vocês podem até não voltar a ser amigos como antes, mas é importante haver o ato do perdão. Na vida hoje tudo é diálogo”, ressalta ela, que fala sobre entender as fases. “Todos temos momentos que podemos focar mais em certas coisas, estudo, trabalho, um namoro, o amigo às vezes fica em segundo plano, mas a se for verdadeira amizade continua, mesmo sem uma presença constante”.

Redes sociais e presença
Sobre as redes sociais, a psicóloga alerta para o equilíbrio. “Na pandemia as redes sociais ajudaram muito, mas de uma maneira geral é importante ter um meio termo. As redes vieram para fortalecer, ela não substitui o outro, mas aquece o coração. Porém, não pode ser só mensagem, tem que ter o lado da presença, conseguir brechas para ver o outro, nem que seja para um lanche”. Ana Beatriz Sahium destaca ainda que conhecer a família do amigo ajuda a manter o vínculo por mais tempo.

Auto-estima e cumplicidade
Por fim, ela reforça a importância de estar bem consigo mesmo. “É preciso auto-estima, tenho que gostar de mim para me aproximar dos outros. Alimentar amizade é relacionamento, estar perto sempre, ser você mesmo. E, se de tudo não estiver dando certo, não deve ficar forçando. É cumplicidade e entender o outro”, salienta Ana Beatriz.