FIEMA reúne especialistas, agentes financeiros e empresários para tratar de financiamento
SÃO LUÍS – Inovação, sustentabilidade, tecnologia e competitividade na indústria nacional. Esses são alguns dos objetivos do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), do governo federal, apresentado nesta terça-feira (09/07) em detalhes ao empresariado maranhense. Para tanto, a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) realizou o “Encontro com Empresários: Nova Indústria Brasil – Linhas de Crédito e de Recursos Não Reembolsáveis”, em uma ação do seu Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa foi uma oportunidade para que empresários tirassem dúvidas com especialistas e tivessem acesso direto a agentes financeiros.
Ricardo Cappelli, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), foi um dos palestrantes. A ABDI tem a função de implementar políticas industriais, como a Nova Indústria Brasil (NIB). A ABDI atua para promover a transformação digital da indústria nacional, tornando-a mais competitiva, tecnológica, eficiente e sustentável. Cappelli argumentou que o Brasil voltou a ter uma política industrial abrangente que inclui investimentos de R$ 300 bilhões até 2026 em crédito por meio de instituições como BNDES, FINEP e Embrapii.
“Além disso, o governo implementou medidas de proteção à indústria nacional, como o ajuste das tarifas do aço; programas como o MOVER, voltado para a indústria automobilística, que já atraiu mais de R$ 130 bilhões em investimentos, impulsionando a transição para carros elétricos e híbridos; a iniciativa de depreciação acelerada, que incentiva a renovação de parques industriais, permitindo que as empresas abatam investimentos em apenas dois anos”, enumerou Cappelli.
O presidente da ABDI ainda enfatizou a oportunidade única do Brasil na transição energética, com sua matriz elétrica predominantemente renovável. Ele citou o potencial eólico e solar do país, superiores a países como Alemanha, e as oportunidades com hidrogênio verde. Cappelli também comemorou a aprovação da ZPE (Zona de Processamento de Exportação) no Maranhão, que está em fase final de aprovação na Casa Civil, e atrairá investimentos em setores como siderurgia e hidrogênio verde. “Enfim, o Brasil deve aproveitar o potencial da transição energética para se reindustrializar, utilizando recursos como hidrogênio verde para impulsionar a indústria nacional, em vez de apenas exportá-los como commodities’, resumiu.
A abertura do Encontro com Empresário foi realizada pelo vice-presidente executivo da FIEMA e presidente do CIEMA, Cláudio Azevedo. Ele lembrou que o montante de R$ 300 bilhões que está sendo disponibilizado é principalmente para micro, pequenas e médias indústrias. “Não existe país rico com indústria pobre. Temos que caminhar juntos”, frisou Azevedo, acrescentando que a FIEMA levará essas informações a outras regiões do estado.
O superintendente da FIEMA, César Miranda, destacou que a indústria precisa se renovar, se atualizar, ser mais tecnológica e competitiva. “Os recursos do NIB vêm justamente para isso, para criar um ambiente favorável ao crescimento, gerando mais empregos e renda para o nosso estado. Incentivo a todos os empresários que busquem por essas informações no núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), da FIEMA”, falou.
CRÉDITO – Valentine Braga, coordenadora geral do NAC, da CNI, destacou a importância do programa Nova Indústria Brasil, que oferece R$ 300 bilhões em financiamento para indústrias com taxas de juros atrativas. “As linhas de financiamento são divididas em quatro vertentes: Indústria Mais Inovação, Indústria Mais Exportadora, Indústria Mais Verde e Indústria Mais Produtiva”, explicou. Ela enfatizou a necessidade de os empresários buscarem assessoria para encontrar a linha de crédito mais adequada.
A coordenadora acrescentou que startups de base tecnológica podem submeter projetos diretamente à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) sem necessidade de comprovação de faturamento. Ela ressaltou que o NIB oferece oportunidades para empresas de todos os portes, desde microempresas até grandes indústrias. “É uma grande oportunidade para impulsionar a inovação e a produtividade das indústrias brasileiras”, concluiu.
Maria Aparecida Bogado, consultora da CNI, ressaltou que as taxas de juros das linhas de financiamento são competitivas, com custos financeiros abaixo de 10% ao ano, dependendo da linha e do agente financeiro. “As linhas de crédito para inovação possuem taxas ainda mais atrativas, com juros a partir de 3% ao ano”, afirmou. Ela destacou que os prazos de financiamento são flexíveis, chegando a até 16 anos, com até quatro anos de carência. A linha BNDES Fundo Clima, por exemplo, oferece taxas abaixo do mercado para projetos de sustentabilidade, com custo financeiro de 6,1% ao ano”, explicou. Maria Aparecida também mencionou a linha FINAME Baixo Carbono, que financia projetos de eficiência energética.
A consultora enfatizou que o programa NIB visa impulsionar a inovação, a exportação, a sustentabilidade e a produtividade das indústrias brasileiras. “É fundamental que as empresas estejam com a documentação em dia e apresentem projetos bem estruturados para pleitear o financiamento”, alertou.
Márcia Werle, CEO da Apoena, disse que viu no “Encontro com Empresários” a oportunidade de obtenção de crédito para ampliar o impacto da startup, que trabalha com o aproveitamento integral do coco babaçu, de 28 para 200 famílias. “A finalidade da Apoena é melhorar as condições de trabalho das quebradeiras e aumentar o potencial econômico e mercadológico do coco babaçu”, falou, acrescentando que pra isso a empresa precisa investir ainda mais em pesquisa e desenvolvimento.
Fabrício Brollo Dunham, gerente do Departamento de Inovação e Estratégia Individual do BNDES e Rafaelly Fortunato, gerente da Regional Nordeste da FINEP, também compartilharam informações sobre obtenção de crédito. Brollo participou online destacou aspectos do NIB e dos instrumentos diretos e indiretos do BNDES. Ele falou do Plano Mais Produção como um dos pilares para a implementação da política industrial, focando em inovação, digitalização, exportação e produtividade; do Programa Mais Inovação, do Fundo Clima e do Brasil Mais Produtivo, focado em aumentar a produtividade das empresas, com apoio do BNDES e outras instituições.
Rafaelly, da Finep, incentivou os empresários a se organizarem e buscarem os recursos disponíveis, destacando a importância de parcerias com instituições de ciência e tecnologia para submeter projetos de qualidade. Ela explicou sobre os instrumentos de financiamento disponíveis, taxas de juros, itens financiáveis e critérios para submissão de projetos; do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é a principal fonte de recursos para P&D e inovação no Brasil; além de dar exemplos de projetos aprovados em 2023, quando a Finep operou com R$ 5,7 bilhões em projetos alinhados com os seis eixos da Nova Indústria Brasil (NIB), como desenvolvimento tecnológico de hidrogênio de baixa emissão de carbono e sementes sintéticas de cana-de-açúcar.
Além da CNI, ABDI, BNDES e FINEP, participaram ainda EMBRAPII, Sebrae, Banco do Brasil e Sicoob. Os empresários interessados em saber mais sobre o Nova Indústria Brasil (NIB) e demais linhas de financiamento podem recorrer ao NAC FIEMA. Projetos que contam com a assessoria do NAC em todo o país costumam ter 16 vezes mais chances de aprovação.