Feira de Ciência, Sustentabilidade e Inovação tem saldo positivo e se torna maior evento de fomento à pesquisa escolar do Maranhão
esquisas científicas, projetos e experimentos voltados à sustentabilidade, inovação e robótica, desenvolvidos por estudantes e professores de ensino médio das redes públicas de ensino do Maranhão, foram o destaque da Feira de Ciências, Sustentabilidade e Inovação, promovida pelo Governo do Estado em seis polos regionais nessa terça-feira (28). Milhares de estudantes, professores e profissionais da educação levaram ao evento o resultado daquilo que é trabalhado nos espaços escolares.
“Apostar na juventude, na capacidade desse trabalho coletivo: é só assim que vamos conseguir superar as nossas dificuldades. Uma mente disciplinada para o estudo e para o trabalho, uma mente que traz coisas boas para o nosso dia a dia, uma mente criadora, ver antigos problemas com novos olhos. Isso é uma aposta para o futuro que o governo do Maranhão faz, e tem que ser um compromisso de todos, não só do Estado, das famílias, e de todo mundo”, apontou o governador em exercício, Paulo Velten.
“A Feira entrou definitivamente para a história e para o calendário de eventos importantes do Governo do Maranhão. Foi o maior em termos de fomento à pesquisa escolar. O sentimento é que estamos no caminho certo, com crença na educação como mola propulsora do desenvolvimento científico, tecnológico, e de confiança na escola pública como aquela que vai contribuir para o desenvolvimento do Maranhão. As equipes escolares apresentaram trabalhos muito qualificados. Ver estudantes de ensino médio fazendo isso nos enche de orgulho e de esperança de que o futuro haverá de ser melhor”, enfatizou a secretária de Estado da Educação, Leuzinete Pereira da Silva, durante a premiação das equipes.
O evento científico escolar premiou os três primeiros lugares (escolas, professores e estudantes), em duas categorias: Experimentação Científica e Sustentabilidade; e Inovação, Tecnologia e Robótica.
Em São Luís, a festa de ciência aconteceu no Convento das Mercês, que recebeu milhares de estudantes e professores. Na capital, concorreram trabalhos das regionais de São Luís, Rosário, Itapecuru e Chapadinha. Conquistaram os primeiros lugares os trabalhos: “Horta Escolar: Promoção da Educação Ambiental, Sócio Ocupacional e Desenvolvimento Sustentável na Produção de Hortaliças”, do IEMA Pleno Bacabeira (Regional Rosário), categoria experimentação científica; e na categoria robótica e inovação, “Desenvolvimento de um chatbot para atendimento e acolhimento dos estudantes do Ensino Médio pós-pandemia”, produção do IEMA Gonçalves Dias.
“É muito emocionante estar aqui. O sentimento é de gratidão. Saber que estamos formando cidadãos conscientes para um futuro ultra urbanizado, porque as cidades crescem muito e precisam de mais alimentos. A gente quer levar esse projeto para crianças do primário, nossos alunos passando para eles o que é um futuro sustentável”, destacou Paulo Alexandre, professor de Agroecologia do IEMA Bacabeira.
“A gente imaginava que iria ganhar, porque nosso trabalho vai além da tecnologia; envolve a saúde emocional das pessoas. A gente uniu informática com a vocação da nossa escola, que é técnico na área de saúde, por isso acredito que foi a forma ideal para conseguir isso”, disse Antônio Felipe, da 2ª série do ensino médio do IEMA Gonçalves Dias, em São Luís, que ganhou o primeiro lugar na categoria robótica.
Em Colinas, a Feira aconteceu na Praça Dias Carneiros/Praça Henrique Leite – Centro e recebeu um grande público que, além de visitar os estandes e conhecer um pouco dos projetos dos estudantes, também pôde apreciar uma apresentação do Robozão.
Na Categoria Experimentação Científica, houve sorteio, pois três equipes ficaram empatadas com a pontuação máxima. Após o sorteio, o resultado final foi o seguinte: 1º lugar ficou o Projeto “CEMAIT Sustentável e Ecológico: oficina de produção de sabão artesanal”, do Centro Educa Mais Ana Isabel Tavares, escola do município de Dom Pedro; em 2º lugar, ficou o Centro Educa Mais Antônio Reinaldo Porto, de Passagem Franca, que defendeu o projeto “Elaboração de um Isotônico à base de frutas típicas do Médio Sertão Maranhense”; e na terceira colocação, ficou o Centro Educa Mais Estado do Maranhão, da cidade de Tuntum, que apresentou o projeto “Construção de Carneiro Hidráulico em PVC para áreas rurais sem água encanada e otimização da sua utilização”.
Já na categoria Inovação, Tecnologia e Robótica, os vencedores foram: em 1° lugar, o Centro Educa Mais Deputado Remy Soares, de Presidente Dutra, com o Projeto Aquaponia e Robótica: tecnologia e sustentabilidade a favor do Ensino Interdisciplinar; em 2º colocado, o Centro de Ensino Isa Raposo Borba Guimarães, da cidade de Mirador, com o projeto “Embalagem comestível à base de mesocarpo do coco babaçu”; e na 3ª colocação, ficou o Centro Educa Mais Maria José Macedo Costa, de Colinas, que apresentou o projeto “Ensino por investigação: um jogo didático como ferramenta auxiliar no estudo de vírus e bactérias”.
Já em Pinheiro, na Baixada Maranhense, o Centro Educa Mais Dom Ungarelli foi tomado por um clima de alegria, entusiasmo e empolgação. Mais de 2 mil pessoas da região visitaram a feira, atraídas pelos 51 projetos expostos por cerca de 500 estudantes, professores e gestores escolares. Os estudantes não pouparam criatividade, dedicação e desejo de fazer a diferença. Somaram esforços, vestiram a camisa do protagonismo e fizeram a feira acontecer de forma espetacular.
As equipes investiram energia em soluções para melhorar a qualidade de vida das pessoas e suas relações com o meio. Foi o projeto “Primo Par”, desenvolvido por estudantes do Centro Educa Mais José Mariano Muniz, de Santa Luzia, que conquistou o 1º lugar na categoria Inovação, Tecnologia e Robótica. O projeto é um jogo de tabuleiro que estimula os estudantes a desvendarem o enigma do “Números Primos” e aprenderem de forma dinâmica e divertida. Em breve, o “Primo Par” vai virar jogo de aplicativo.
“É tão gratificante, até para quem não ganhou o prêmio, porque a gente sabe como foi essa experiência, de podermos mostrar os nossos projetos. Foi um esforço de todos os estudantes para desenvolverem seus trabalhos. Já quero voltar no próximo ano, obviamente, para ganhar”, disse Antônio Cauê Silva Sousa, cheio de entusiasmo e felicidade.
Na categoria Sustentabilidade, a equipe campeã foi do Centro Educa Mais Dom Ungarelli, da cidade de Pinheiro, com o projeto “Horta Magnética”, com o uso de eletroímãs que potencializam o desenvolvimento de hortaliças, melhorando o processo de absorção de nutrientes como potássio, fósforo e ferro. Os estudantes dedicaram o prêmio à professora de Geografia, Itacirene de Sousa, orientadora do projeto e que perdeu o pai na véspera da feira.
“Foi muito gratificante porque, mesmo com as dificuldades, nós conseguimos desenvolver um projeto de uma maneira que a gente possa ajudar tanto a nossa escola, quanto a comunidade em volta dela. E essa vitória nós dedicamos à nossa professora Itacirene, que tanto nos ajudou e agora não pôde estar com a gente. Obrigada por tudo, professora”, disse emocionado o estudante João Samuel Sousa Carvalho.
A Unidade Regional de Ensino (URE) de Santa Inês levou o maior número de prêmios: quatro no total. Na categoria robótica, os 1º e o 3º lugares para projetos do Centro Educa Mais José Mariano Muniz, da cidade de Santa Luzia e o 2º lugar para o IEMA Pleno Pindaré-Mirim. Além do 2º Lugar para o Centro Educa Mais Poeta Antônio José, na categoria Sustentabilidade.
Imperatriz
Uma festa linda tomou conta da região Tocantina, com a participação da comunidade estudantil que reuniu mais de 2 mil pessoas no Centro de Convenções, em Imperatriz, com uma programação diversificada que foi desde a apresentações culturais das escolas, passando pelos trabalhos nos estandes, ao Robozão, uma atração que animou estudantes e visitantes da Feira.
Por lá, o Centro de Ensino Nova Vitória, de Imperatriz, foi o 1º lugar na categoria Experimentação, com o projeto “A Educação Ambiental como ferramenta para a construção científica e socioeducativa no CE Nova Vitória”. Já na categoria Robótica, o 1º lugar foi o Centro de Ensino Prof. Antônio Carlos Beckman, de Açailândia, com “Composteira para produção de adubo orgânico para aplicação em hortaliças”.
Em parceria com a UEMASUL, os premiados receberam menção honrosa e credenciais para viagens e participação em competições nacionais e internacionais. O 1º lugar de Experimentação Científica e Sustentabilidade ganhou credencial para a Genyus Olimpyad New York nos Estados unidos, em junho de 2023. Já o 1º lugar de Inovação, Tecnologia e Robótica ganhou credencial para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), em março de 2023.
O 2º lugar de Experimentação Científica e Sustentabilidade e o 2º lugar de Inovação, Tecnologia e Robótica ganharam credencial para a Infomatrix Brasil, em Florianópolis, em setembro deste ano, bem como os terceiros lugares de cada categoria. Outros quatro projetos também ganharam menção honrosa e credencial para a Infomatrix Brasil.
Caxias
Em Caxias, o trabalho premiado em 1º lugar na categoria Experimentação veio da Educação do Campo, com o tema “A compostagem como alternativa para uma produção agroecológica e sustentável”, desenvolvido por uma equipe do Centro de Educação do Campo Roseli Nunes, de Lagoa Grande do Maranhão, da regional de Pedreiras. Na categoria Robótica, houve empate e o projeto “Carro inteligente com detecção de obstáculos”, do Centro Educa Mais Hermano José Leopoldino Filho, em Coroatá, conquistou o 1º lugar, conforme critério de desempate, maior nota em criatividade.
Balsas
Em Balsas, sul do Maranhão, conquistaram o 1º lugar o “Contador de pessoas automatizado como facilitador no controle do consumo diário de suprimentos”, do Centro Educa Mais Amaral Raposo, de Grajaú, categoria Robótica; e o “Uso de Foguetes Pet como incentivo à pesquisa”, do Centro de Ensino Iris Bulgarelli, de Carolina, na categoria Experimentação Científica.
A Feira
A Feira foi idealizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), com parceria das Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Juventude (Sejuv) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fapema) e o IEMA. Conta, ainda, com a participação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).
Cerca de 400 propostas e experiências científicas escolares foram avaliadas por uma comissão julgadora composta por pesquisadores e cientistas de Instituição de Ensino Superior e da Fapema.
“Fico muito feliz por ter participado desse evento e ver que nossos alunos têm um bom desempenho. Eles são bem atenciosos, inovadores. Como avaliador, não poderia dar uma nota inferior a 10. Se houvesse uma nota superior, daria até mil. Espero que possamos participar mais vezes. Foi excelente os trabalhos apresentados, temos muitos jovens com excelentes projetos que podem sim serem levados à frente de outros eventos em nível nacional”, concluiu o professor avaliador Georfran Costa Moreira Lima.