Exercício físico: a chave para um envelhecimento saudável
“Eu e minha esposa sempre acreditamos que a idade não deve ser um obstáculo para vivermos bem. Hoje, aos 78 anos, pratico atividades físicas regularmente, e isso me mantém com disposição e saúde. Comecei na musculação e na caminhada para melhorar minha força e equilíbrio, e percebo que a rotina me ajuda a evitar problemas comuns da idade, como a hipertensão. A gente se sente mais confiante, até para realizar tarefas simples do dia a dia que antes pareciam difíceis”, conta José dos Anjos Machado, ex-engraxate e aposentado.
José e sua esposa, Anastácia Cunha Silva Ribeiro, de 81 anos, fazem parte de um grupo de idosos maranhenses que adotaram a atividade física como aliada para um envelhecimento mais saudável. “As atividades na água são ótimas, pois não forçam as articulações e ajudam a prevenir as quedas, que são uma grande preocupação para nós, idosos”, explica Anastácia, que pratica hidroginástica. Ela ainda destaca os benefícios emocionais da prática: “A sensação de estarmos ativos nos dá mais alegria e autonomia. Nossa vida mudou depois que adotamos esses hábitos, e nos sentimos muito mais felizes e realizados”, relata.
Segundo o educador físico e professor do Centro Universitário Estácio São Luís, Hirlon Braga, a prática regular de exercícios oferece uma série de benefícios para os idosos, como melhorias na coordenação, equilíbrio e socialização. Ele ressalta que “a prática regular de exercício físico promove a melhoria da coordenação, do equilíbrio, da consciência corporal, da força, da flexibilidade e da agilidade”. Além disso, a atividade física ajuda na prevenção e controle de doenças crônicas. “Pode evitar o aparecimento de algumas doenças crônicas degenerativas, além de combater também as doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, acrescenta.
Entre os exercícios mais recomendados estão a musculação e a natação. A musculação é considerada essencial para retardar o processo de envelhecimento, enquanto a natação e a hidroginástica oferecem baixo impacto nas articulações dos idosos e ajudam a prevenir quedas, um problema frequente na terceira idade.
Os desafios de manter uma rotina ativa
Apesar dos benefícios, muitos idosos maranhenses enfrentam dificuldades para manter uma rotina de exercícios. A falta de incentivo e de políticas públicas eficazes contribui para essa realidade. “Estudos apontam que 90% das pessoas que se inserem em uma prática regular de exercício físico abandonam com 90 dias”, alerta Hirlon Braga. Ele destaca ainda a importância de contar com profissionais qualificados para supervisionar essas atividades: “É necessário que esse idoso possa treinar sob o acompanhamento de um profissional de educação física formado, com experiência”.
O Maranhão é o 12º estado com a maior população idosa do Brasil, segundo o IBGE. Em 2022, eram 572,5 mil pessoas com 65 anos ou mais, representando 12% da população maranhense. Esse crescimento é expressivo, com um aumento de 44,4% em relação a 2010, o que reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem o envelhecimento ativo e saudável.
Caminhos para um futuro mais ativo
Para incentivar a prática de exercícios entre os idosos, Hirlon Braga sugere a ampliação de políticas públicas e a criação de mais espaços com infraestrutura adequada. A inclusão de profissionais capacitados em academias ao ar livre é fundamental para garantir segurança e evitar lesões. Além disso, ele destaca a importância de começar o hábito de se exercitar desde cedo: “A caminhada, a corrida e o pilates ajudam no ganho de força e na capacidade aeróbica, fundamentais para a saúde do idoso”, enumera.
Com uma combinação de políticas públicas, infraestrutura adequada e acompanhamento profissional, o Maranhão pode promover um envelhecimento mais saudável e ativo. Assim, mais idosos como José e Anastácia poderão desfrutar de uma velhice com autonomia, disposição e felicidade.