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Estudantes do SESI provam que não existe idade para aprender e ensinar robótica

SÃO LUÍS – Antes do embarque para competir na FIRST Championship, Mundial de Robótica em Houston, Estados Unidos, equipe formada por alunos do SESI São Luís, do Ensino Médio, a Everest, fez uma demonstração para estudantes do Fundamental I da escola, com idade entre 6 e 7 anos. O projeto social da equipe Everest, denominado “First in Schools”, objetiva democratizar o aprendizado da robótica para alunos de escolas públicas, como ocorreu recentemente no Centro de Ensino Municipal Monsenhor Bacellar, em Morros.

Os competidores do SESI mostram protagonismo ao participarem ativamente não apenas do próprio processo de aprendizagem, mas da formação de uma nova geração com capacidade para desenvolver habilidades em disciplinas como ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática. A metodologia STEAM, usada na Rede SESI de Educação, contribui para que os indivíduos tenham uma formação integral em áreas que vão da cultura à política. Essa sistemática inclui disciplinas como design, ciências humanas e sociais e habilidades socioemocionais.

O SESI Maranhão já é a maior instituição privada que investe no ensino de robótica no estado. Em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), já leva o Projeto SESI Prototipando Sonhos a mais de 30 escolas espalhadas pelo estado. Foi inspirada nessa iniciativa – que já é a maior do gênero no Brasil – que a equipe Everest criou o projeto social “First in School”, que será conhecido em nível mundial durante a FIRST Championship, assim como o robô Snow Wolf, que deverá executar missões específicas da temporada na categoria First Tech Challenge (FTC).

INSPIRAÇÃO – Os estudantes viajam dia 14 de abril, juntamente com equipe técnica e gestora, para competição que acontece de 17 a 20 de abril, em Houston, Estados Unidos. Antes disso, eles reuniram duas turmas do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental I para demonstrar como criaram o robô e as missões que ele deverá executar durante a competição. Benjamin Braz e Alice Pereira, ambos de 7 anos, participaram ativamente enquanto os integrantes da equipe Everest explicavam e faziam as demonstrações. “Eu nunca tinha visto um desses (robôs). Achei ele bem tecnológico. Eu ainda não consigo fazer um desses, mas gostaria de aprender”, disse Benjamin, acrescentando que um dos usos de um robô pode ser limpar a casa. Alice falou que gostou do robô e que o mais legal eram as ‘garras’ dele. “Eu quero aprender a fazer robôs porque eles ajudam na vida das pessoas”, disparou a menina.

É esse o encantamento que os competidores do SESI Maranhão estão dispostos a espalhar para mais e mais pessoas que nunca se imaginaram aprendendo robótica. “No SESI somos protagonistas. A nossa equipe criou o projeto social, O Firts In Schools. Com essa iniciativa e apoio da escola nós levamos o ensino da robótica a escolas públicas, como já ocorreu em Morros, e para estudantes universitários que estão iniciando curso na área de tecnologia. Replicamos e democratizamos o que aprendemos com a robótica em uma linguagem simples e acessível a todos”, explicou Pablo Aymar, engenheiro da equipe Everest.  Lara Diniz, engenheira da equipe, disse que a ansiedade antes da competição existe, mas que a equipe sempre procura manter a confiança e tudo dentro dos conformes. “Confiamos no trabalho que fizemos durante esses meses e vamos competir de cabeça erguida”, sintetizou.

METODOLOGIA – A gerente da Escola SESI São Luís, Cristina Cunha, explicou como a robótica educacional e de competição está inserida na escola. “No currículo das escolas do SESI nós temos o Programa de Educação Tecnológica no qual trabalhamos o letramento digital, o pensamento computacional, a resolução de problemas e design. Então, a partir de seis anos, os alunos já estão inseridos nesse contexto. Passando para o Fundamental II, eles já vão ter contato com a robótica de competição, a partir dos 11, 12 anos”, contou

Primeiro os alunos têm acesso à categoria First Lego League (FLL), que é o trabalho com lego, e já iniciam a programação no nível mais básico. Quando os estudantes chegam ao Ensino Médio, trabalham com a robótica de competição com linguagem de programação em um nível mais elevado, assim como a construção dos robôs utilizando outros materiais. Além da FLL e da F1 in Schools, tem as categorias da FTC (First Tech Challenge), na qual compete a equipe Everest, e a FRC (First Robotics Competition). Ambas demandam outros conhecimentos em áreas que envolvem ciência, engenharia, artes e design.

“No SESI nós trabalhamos com uma formação integral que prepara o aluno para o mundo do trabalho. Sobre a participação no Mundial, meu sentimento enquanto gerente da escola e de toda a nossa equipe é de dever cumprido, sabendo que a nossa metodologia (STEAM – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática) hoje traz um potencial que a sociedade espera de novos talentos criativos, que sabem resolver problemas, que com certeza farão uma mudança na sociedade hoje e no futuro’, complementou Cristina.

O projeto social que irá representar o Maranhão e o Brasil no Mundial de Robótica foi inspirado em uma iniciativa do próprio SESI Maranhão, o Projeto Prototipando Sonhos. “Nos dá muito orgulho ver que aquilo que os meninos aprenderam, eles fazem de forma autônoma e ampliam esse conhecimento. É muito orgulho saber que os nossos alunos entenderam esse nosso maior objetivo, que é o protagonismo deles na sociedade, fazendo a diferença. Além disso, compreender que a democratização desse ensino de qualidade é necessária para que haja verdadeiramente uma revolução, uma mudança da sociedade na qual eles estão inseridos”.

Os integrantes da equipe Everest que embarca no domingo para Houston, nos Estados Unidos, estão realizando um sonho de participar de um mundial e viajar para o exterior e ao mesmo tempo realizam o sonho de outras pessoas de aprenderem robótica. E com isso demonstram que para aprender e ensinar robótica não tem idade.