Aprender na prática enquanto estuda diferentes conceitos é uma realidade das escolas de Ensino Médio Integral pelo país. Em Santa Inês, no Maranhão, estudantes do Centro de de Educação Integral de Ensino Médio (CEM) Poeta Antônio José criaram aplicativos com a finalidade de solucionar problemas reais, como a erradicação da pobreza e da fome e o incentivo à agricultura sustentável. Graças à relevância e potencial de impacto dos projetos, as equipes dos alunos (Fênix 201 e Grifinória) – cujos nomes são inspirados na saga Harry Potter – conquistaram medalhas de prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Tecnologia (OBT).

Baseado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, um dos apps têm o objetivo, por exemplo, de ajudar pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade, que precisam de doação de roupas, agasalhos e alimentos. O segundo, de maneira complementar ao primeiro, busca oferecer apoio e assistência àqueles que sofrem com a fome, conectando possíveis doadores aos que necessitam, além de incentivar a agricultura familiar e sustentável.

Protagonismo juvenil e projeto de vida

“Os estudantes são os verdadeiros protagonistas, que desenvolveram toda a proposta, gravaram vídeos explicando a problemática escolhida e a ideia de aplicativo. Durante a 1ª e 2ª fase, fizeram o protótipo e a programação dos apps. No Desafio App, que foi a 3ª fase presencial em São José dos Campos, São Paulo, eles apresentaram o projeto em estandes para avaliadores e outros participantes”, conta Andreson de Carvalho, professor de Biologia e Coordenador do Itinerário Formativo de Ciências da Saúde (PCI).

Além das medalhas, na apresentação feita na Semana Escola Avançada de Tecnologia (fase presencial), os alunos foram agraciados com certificado de destaque nas categorias “Aplicativo Social” e “Aplicativo Relevância”.

Para a estudante Maria Eduarda Corrêa, a participação no projeto e o incentivo da escola fizeram toda a diferença na sua formação e nos seus planos para o futuro. “A conquista na OBT foi um acontecimento inesquecível, repleto de conhecimentos e riquezas, os quais se somam ao meu projeto de vida. O Ensino Médio Integral oferece muita diversidade de atividades e projetos aos alunos e isso é uma grande contribuição para o nosso processo de desenvolvimento”, reforça a jovem.

Assim como Maria Eduarda, outros colegas também se viram inspirados pela iniciativa, como é o caso do aluno Kaio Gabriel dos Santos: “eu pretendo seguir na área da educação física ou fisioterapia, que são áreas que trabalham o esporte, que gosto muito, mas que também ajudam as pessoas, oferecendo suporte a elas”, explica.

Os jovens participantes, apoiados e incentivados pelo modelo de ensino integral, puderam vivenciar a experiência do protagonismo juvenil e do aprendizado na prática, além de contarem com o acompanhamento personalizado dos professores (tutoria) e da orientação de estudos.

Futuro do projeto

Atualmente, os aplicativos encontram-se em fase de aprimoramento, para, em seguida, serem testados e então finalizados. Em um segundo momento, os alunos pretendem divulgar e disponibilizar para os moradores locais e, futuramente, expandir para outras localidades.

“Queremos dar continuidade ao projeto, buscando parcerias locais e regionais, envolvendo as autoridades para dar o suporte necessário, assim como apoio governamental e institucional. Para isso, pensamos em promover campanhas de conscientização e sensibilização, seja por palestras ou redes sociais, por exemplo, ao mesmo tempo que buscamos divulgar os aplicativos”, finaliza o professor Andreson.

O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica multidimensional e moderna, nacional, pública e gratuita. A partir de um modelo de ensino que se conecta à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas e socioemocionais, propõe a formação integral dos estudantes. Trabalha pilares como projeto de vida, aprendizado na prática, tutoria, protagonismo juvenil, acolhimento, orientação de estudos e eletivas, que promovem a formação completa do estudante, junto aos componentes curriculares já previstos na BNCC. Está presente em cerca de 6 mil escolas em todo o país, beneficiando mais de 1 milhão de estudantes.